O Irmão Da Minha Inimiga

Capítulo Dois

- Oxii, que azar heim? - Disse Lyn do outro lado da linha. Uma hora depois que cheguei da detenção. Estava morta de cansaço. O faxineiro ficou dando ordens para deixarmos a porta brilhando e meu corpo doía inteiro. Chris até quebrou uma unha, nunca limpou a casa. Já estava acostumada a ajudar no orfanato na limpeza e a diretora não ficou brava comigo, pois sabia que eu era inocente.

Eu estava contando a ela o que aconteceu, xingamos Chris por um tempo. Ela estava danada da vida com as injustiças que sofria por causa de Chris.

- Mas veja o lado positivo... Você deu belos socos naquela bruxa.

Dei gostosas gargalhadas.

- Precisamos criar um plano para vingar dela e de Richard... Que tal laxante líquida no suco deles? Pó de mico?... Ah, soube que ela tem medo de borboletas... Podíamos caçar várias e botar dentro da bolsa dela. Quando ela abrir, quem sabe ela morre.

- Boa ideia, só que não posso mais me meter em confusão. - Iria ser tão bom vingar dela. Mas infelizmente não dava.

- Será que se eu jogar água fria nela, ela derrete?

- Acho que não.

- Funcionou em O Mágico de OZ.

- É, mas ela é uma bruxa poderosa. Pera aí... Eu não tenho registo de mau-comportamento na escola, posso me vingar dela para você. Primeiro as borboletas, depois na educação física o pó de mico e no recreio, o laxante. Ahhh, ela vai se arrepender de ter mexido com você.

- Faria isso por mim?

- Claro, você é minha melhor amiga.

- Obrigada. Te adoro demais.

- Eu também te ado... PEDRO LUCAS CARALHO, TIRE AS PATAS DO MEU CD DO METÁLICA!!!! - E ouvi um barulho de alguma coisa caindo - Desculpe, é o atrevido do Pedro.

- Que barulho foi esse?

- Foi o meu vidro de perfume que caiu... Não tem problema, não gostava daquele perfume mesmo, mas vou fazer ele me dar dinheiro para comprar um novo.

Ri.

- Ô dó, vou ter que desligar. Limpar o chão aqui porque o preguiçoso do Pedro, fugiu da limpeza. Ah, ele vai se ver comigo... Bom, boa noite, até breve... beijoooos!

- Bye.

E desliguei.

Fui deitar meia hora depois relembrando de cada momento que passei na escola.

Meu estômago embrulhava de nojo ao me lembrar que teria que ficar presa a Chris.

Esses pensamentos horríveis saíram da minha cabeça quando, Marcela, Leandra, Bruna e Mariana, minhas companheiras de quarto, vieram e me deram um beijo de boa noite. Elas sabiam que eu estava exausta e me deixaram descansar. Leandra, a mais pequenina e a mais fofa veio e pôs seu ursinho de pelúcia para dormir comigo.

- Eu te amo El, todas nós te amamos aqui. Você é a nossa irmã mais velha. Saiba que jamais deixaremos de gostar de você. Somos um time.

- Ô minha pequena, amo todas vocês também. Vocês são a família que nunca tive. Amo vocês.

Ela sorriu, me deu um último beijo de boa noite e foi dormir. Foi a melhor coisa do dia. Saber que tinha pessoas que gostavam de mim. Dei um sorriso. Abracei o urso e dormi.

Sonhei que eu jogava água em Chris e em suas amigas e elas derretiam, enquanto Richard era atacado pelas árvores lutadoras.

Acordei no dia seguinte, e me lembrei que estava suspensa. Não tinha nada o que fazer. As garotas estavam dormindo, era manhã, estava chovendo... Resolvi fazer o café da manhã e surpreender todos. O orfanato onde eu moro é imensa. Tem vinte quartos, duas salas, uma cozinha imensa, uma biblioteca, três banheiros, e é bem decorada, um lugar bonito e feliz com trinta e cinco garotas, duas cozinheiras, três empregadas e uma diretora.

Fui para o banheiro, escovei os dentes e fui para a cozinha.

- Booom Diaaaaa! - Disseram Clary e Anne em uníssono.

- Bom Dia!

No orfanato éramos felizes. Todos se gostávamos. Éramos a família perfeita.

- O que faz tão cedo da cama? - Perguntou Anne.

- Insônia... E... Estou suspensa... Posso ajudar vocês a preparar o café da manhã?

- Não precisa minha querida, já está tudo pronto. - Disse Clary.

- OKay.

- Mas pode nos ajudar a por à mesa.

- Claro.

Depois de tudo arrumado, aguardamos uns instantes e todas às garotas acordaram e desceram para tomar café. Depois de fazermos nossas orações matinais. Voltaram para se arrumarem para irem para o colégio, e depois se encaminharam para as vãs.

Ajudei a lavar a louça, na faxina e fui para o quarto descansar. Peguei meu celular e vi uma mensagem de um número desconhecido.

Hey,
Esquisita vamos logo terminar isso.
Vamos começar o trabalho hoje à tarde. À uma hora em ponto da tarde quero você na rua da minha casa. Não sei como você chegará até aqui, mas se vira.
Rua George William, número 39. (Perto do lago). Se informe, se vira.
PS: 1) Não gosto de você.
2) Coma bastante aonde você mora porque não vou te dar nada para comer aqui.

- Nossa. Que redica, e nojenta. Ótimo, o quanto antes terminarmos isso melhor.

Arrumei o que iria vestir, arrumei o material que acho que iríamos utilizar e esperei.

Às horas passaram rapidamente, quando deu 11:30 desci para almoçar, depois fui me arrumar para ir na casa da bruxa. As garotas chegaram do colégio e me deram um abraço gostoso. Terminei de me arrumar, peguei minhas coisas e me despedi das minhas anjinhas. Peguei minha bike e fui.

No som de Mad Hatter, minha música favorita, cheguei ao lago. Uma bonita praça com gramas verdes e belas árvores e flores, cheio de bancos de madeira e com um imenso lago repleto de peixes coloridos. Uma ponte de madeira pintada de vermelho atravessava de um lado para o outro por cima do lago. Tinha poucas pessoas, mas me virei e consegui descobrir onde a bruxa morava. Faltando cinco minutos para o horário combinado, cheguei diante do lar dela.

Uma casa... Opa, uma enorme mansão da cor amarela, com várias janelas, rodeada por um jardim florido e com um pequenino lago com alguns peixinhos. Portões de ferro mostrava ao fundo três Chevrolets.

- Uau. Tão rica e em uma escola pública.

Toquei a campainha e ouvi vozes masculinas dizendo:

- Eu atendo July, pode voltar para o serviço.

- Er... Ok.

A porta de madeira se abriu e um poodle passou correndo por ela, acompanhado da pessoa mais linda que já vi.