Capítulo Três

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Sem camisa, um rapaz de pele clara de short jeans se dirigiu até o portão. Para mim, aquilo era um desfile de moda.

Alto, musculoso e com um rosto esculpido por anjos. O que aquele deus grego estava fazendo na casa de uma bruxa horrível como a Chris?

Quando ele se aproximou mais, vi que ele tinha olhos verdes, lábios carnudos que prendeu minha respiração ainda mais.

Fui acordada do transe pelos latidos do poodle. E o gato abriu o portão.

- Oi. Sou Luke... Você é...

- An... Er... Sou... Sou...

- O que foi, o gato comeu sua língua, ou o deus grego aqui te conquistou?

Corei imediatamente e me apressei a dizer.

- Desculpe, não estou acostumada a ver isso todo o dia - Tapei a boca com as mãos. O que é que eu havia dito, droga, que vergonhaaaa!!!!

Ele caiu na gargalhada e revelou dentes perfeitos e brancos.

Então antes que pudesse dizer algo imediatamente ouvi uma voz nodosa às costas de Luke.

- Cadê aquela inútil?... Aaah, apareceu a margarida.

Chris apareceu, será que com água ela derrete? Estava pensando nisso, mas olhar para a cara de capeta dela me deixou sem palavras.

- Perdão... Eu... Eu...

- Foi a minha culpa maninha, desculpe. Eu vim atender o portão e atrasei sua amiga e...

- Luke, pára. Ela não é minha amiga. Essa é Ellie, a garota que me ajudou a ter férias da escola - E deu um revirar de olhos.

Luke olhou de mim para ela e caiu na gargalhada.

- Ta explicado.

- Deixe-a entrar logo, porque o quanto antes terminar... Melhor!

- Bom, entre então... Ellie. E ele fez uma reverênciae estendeu um braço musculoso me convidando a entrar. Chris, ou melhor Christarântula revirou os olhos.

- Hm, certo... - Ainda não havia esquecido do constrangimento que passei momentos atrás.

Entrei com a bike e ao mandado de Luke, um empregado pegou minha bike e a levou para guardar, e então segui a bruxa para dentro da minha torre.

- Até mais Ellie, foi bom falar com você! - Gritou Luke para mim, olhei para trás e ele estava ainda parado no portão com um sorriso no rosto, dei um tchau com as mãos e ele deu uma piscadela. E quase caí no chão ao tropeçar no tapete de entrada.

- Vê por onde anda, porque meu chão não merece lixo como você.

Aquilo doeu, cerrei os punhos e respirei fundo, ia ser uma tarde longa. A emoção que senti lá fora havia acabado, embora eu ainda pensasse no irmão dela.

Me deparei em uma sala de estar magnífica nas cores cinza e branco. Quadros incríveis, ornamentos e plantas cercavam belíssimos sofás cinzas, uma mesinha na frente mostrava revistas e outros enfeites, em um canto ao lado do sofá, se encontrava um armário de vidro repleto de louças lindas e de frente se achava uma enorme lareira, em cima se achava uma televisão gigantesca.

- Uau.

- Linda não? Por aqui - Apontou para as escadas - Vamos trabalhar no meu quarto.

- Claro.

Depois de passar por um corredor cheio de portas brancas, paramos diante da última porta no fim do corredor.

- Entre - Ordenou, ou melhor, sibilou a medusa de cobras loiras.

Adentrei a jaula, e o monstro trancou a porta, rezava para não enlouquecer lá dentro, uma tarântula estava trancada comigo.

O quarto era imenso, rosa e cheio de pôsteres e retratos de amigos, família e artistas. Uma cama estava no centro, aquelas camas de princesa da Disney, envolto de cortinas, e ao lado da cama havia um criado mudo, e em um canto, havia uma janela enorme com uma bela vista, abaixo da janela havia uma mesa de madeira e duas cadeiras, um laptop ligado, se achava acima da mesa, materiais escolares e livros também.

- Então Christarân... Quero dizer, Chris, já pensou em algo?

- Não, eu sou muito ocupada, ao contrário de outras pessoas, eu tenho meus contatos. E você?

- Bem, eu fiz umas pesquisas sobre casos e sobre o assunto... Como vai ser? Vai ter que surpreender.

- Apresentaremos em slides.

- Okay.

- Vamos começar, porque tenho salão hoje à tarde.

- Okay. Você poderia dar uma olhada no material que eu trouxe?

- Tem outro remédio? Dá aqui.

Ela passou quinze minutos em silêncio lendo. E eu a acompanhei no silêncio.

- Interessante, vamos começar pela introdução, você faz um resumo e eu passo para o laptop.

- Okay.

Depois de duas horas escrevendo, sendo criticada e discutindo, nós fizemos um progresso de quinze slides.

Uma coisa incrível fez valer a pena toda a irritação de que passei na casa daquela bruxa. Luke.

Tinha esperanças de ver ele de novo, e então ouvimos uma batida na porta, e Luke entrou carregando uma bandeja com dois copos de suco de laranja e biscoitos. Tentei disfarçar meu sorriso e acabei corando que infelizmente foi notado por Luke que me deu uma piscadela.

- Resolvi trazer um lanchinho para vocês.

- Obrigado, mas estamos sem fome, Ellie comeu em casa e eu aqui, embora eu aceite o suco. Obrigado maninho, pode se retirar, tchau.

- Ellie, eu insisto que você coma algo - Os olhos de Chris faíscaram em minha direção significando que não era para mim aceitar.

- Obrigado, mas estou sem fome - Menti, e para ajudar, minha barriga roncou.

- E esse barulho? Para de mentir, coma. - Insistiu Luke.

E então ignorei tudo e peguei o suco e um biscoito, teria que me resolver com a bruxa depois, e comi.

- Isso - Falou Luke sorrindo - Bom, se me dêem licença, tenho que ir. Até mais tarde maninha, Ellie, foi um prazer conhecê-la - E se encaminhando na minha direção, me deu um beijo na buchecha, e outro na testa de Chris e saiu com a bandeja batendo a porta ao sair.

Fiquei olhando para a porta não acreditando no que havia acontecido. Minhas bochechas queimaram, estava quase vomitando arco-íris quando um livro, Bullying: Como identificar pessoas que sofrem esse transtorno, me acertou na cabeça.

- Sua cretina, falei para você não comer aqui.

- Desculpe, eu tentei me controlar... Mas, meu estômago me traiu.

Ela revirou os olhos.

- Por hoje está bom, volta aqui amanhã, na mesma hora combinada - E balançou um dedo na minha cara - Coma bastante antes de vir, traga uma barrinha de cereal, ok?

- Okay.

- Agora... Xô.

Saí sozinha do quarto e encontrei um empregado nas escadas e ele me levou até a garagem para mim pegar a bike e abriu o portão. Agradeci, peguei meu iPhone, e para minha alegria, Luke Janes havia mandado solicitação de amizade no Facebook. Imediatamente aceitei, botei os phones no ouvido, montei na bike e fui para a casa me sentindo a pessoa mais feliz do mundo. Por mais que tivesse que ter ficado trancafiada com Chris, conheci Luke, o cara que me fez sentir várias emoções. Não sabia bem que emoções eram, mas descobriria em breve.

O Irmão Da Minha InimigaOnde histórias criam vida. Descubra agora