Capítulo Cinco - Parte III

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O almoço se seguiu em silêncio, embora Amber falasse coisas vez por outras na qual, Luke e eu não dávamos atenção.

Antes da sobremesa ser servida, Amber pegou outro táxi e se foi. Não se despediu de mim.

Ela passaria na casa do Luke.

Não sabia se ela dormiria lá durante um tempo, ou se ela já tivesse uma casa aqui ou alugado um apartamento.

Só sabia que o nosso almoço chegaria nos ouvidos de Chris.

Tava tão absorta em meus pensamentos que quase não ouvi Luke me chamar.

- Hey, El... El? - Disse Luke.

- Oi.

- Está se sentindo bem?

- Sim... Luke... Sua irmã... Amber vai...

- Contar. Eu sei... Isso é bom...

- Quê? Pirou de vez?

- Não... Você não entendeu... É bom que Amber fale porque quero que ela saiba que eu estou apaixonado por você. Eu decido minhas decisões... Doa em quem doer... Só quero você. Nunca senti isso por ninguém antes. Algo me prende à você, e gosto disso, gosto de pensar em você, respirar você...

Eu estava em choque com o que ele falava que não notei quando sua cabeça se aproximou da minha, deixando uns quatro centímetros de espaço entre a gente. Sabia o que ele ia fazer, e virei a cabeça. Algo dentro de mim lutou para que eu não virasse a cabeça, não entendia bem o porquê.

Refleti sobre aquilo por um momento. E agora entendia. Eu também o amava. Só que havia tantas barreiras...

Luke se afastou estupefato e decepcionado, e levou as mãos à cabeça e disse:

- El. Desculpe, eu... Eu...

Lágrimas se acumularam em meus olhos e instantes depois escorria por meu rosto.

Eu o amava. Ele me amava. Mas havia barreiras demais. Chris, Amber... E evitar aquele beijo foi uma forma de aliviar a dor.

Não podíamos ficar juntos.

Olhei para ele e percebi que seus olhos também estavam marejados. Ele talvez entendia o que se passava na minha cabeça, e me senti culpada, aquilo doeu muito em nós dois. Porque Luke foi se apaixonar por alguém como eu?

- Sinto muito Luke. Eu gosto de você. Realmente o amo. Mas não podemos ficar juntos...

- Chris? - Gritou ele - Você tem medo de Chris? Vai deixar de ser feliz por causa dela?

Agora eu chorava mesmo.

- Não é só isso... Tenho medo de ela te odiar por isso.

- Christina é mimada, ela pode espernear, chorar, se jogar de um prédio... Mas eu não estou nem aí, busco a minha felicidade. Parece egoísta, mas ela tem que aprender que ela não é o centro do universo. Me dá uma chance. Por favor. Vamos batalhar contra ela. Abro mão de tudo por você.

Ele estava disposto à tudo por mim.

- Luke eu...

- Se você me ama também, tem que me ajudar a mostrar à Cretina, opa, Christina que o amor vence tudo.

Não sabia o que dizer. Por fim disse.

- Leve-me pra sua casa.

Achei que Luke fosse gritar comigo, em vez disso ele simplesmente olhou pra mim. Se levantou, foi até um dos caras que nos serviram e conversaram por uns instantes. Ele voltou até mim, pegou o capacete e disse:

- Tommy irá levar você até minha casa... Preciso ficar sozinho... E...

Ele se foi sem me dizer o que ia me dizer.

Chorei.

Aquilo era horrível, não podermos ficar juntos devido o meu medo de Chris, com o que ela poderia fazer caso descobrisse nosso caso de amor.

Refleti tudo, e criei planos para que a gente pudéssemos nos amar sem barreiras.

Todas impossíveis.

O único plano era o de Luke:

Ficarmos juntos e lutar contra nos quer ver separados. Ignorar tudo, e nos amar.

Tommy veio me avisar que estavam prontos e eu o segui até uma limusine. Isso eu não acreditava. Uma limusine?

Seguimos em silêncio até a casa de Luke e Chris, e quando chegamos lá, Chris já estava me esperando na rua com Amber nos calcanhares. Pela cara de fúria de Chris e pela cara de satisfação de Amber, era claro que Chris sabia de tudo. E o fato de eu ter chegado na limusine confirmou tudo. Era isso que Luke queria. Que eu fosse da limusine da família até sua casa para que sua irmã percebesse que havia algo entre a gente.

Saltei do carro e fui até Chris.

Ela trancou o portão em que ela estava encostada e disse:

- Vá para a sua casa, não estou muito afim de te ver.

- Mas...

- Suma da minha frente.

Obedeci.

Segui o caminho de volta pra casa a pé.

Chorei o caminho todo e assim que cheguei em casa, corri até meu quarto, me joguei na minha cama e chorei até dormir.

O Irmão Da Minha InimigaOnde histórias criam vida. Descubra agora