- A ingratidão -

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Não sei quanto à vocês, leitores, mas eu sempre gostei de apreciar belas paisagens. Campos verdejantes, rios de águas claras. O nascer e o por-do-sol e, claro, a lua. Enfim, sempre fui um admirador das maravilhas do mundo e, como desenhista, um observador. Afim de desenvolver os desenhos, meus olhos fitavam tudo: de expressões à gestos, de roupas à personalidades e para mim tudo o que há no mundo não poderia simplesmente surgir do nada. Alguma força maior deveria haver por cima de tamanhas maravilhas. O big bang era uma das alternativas. Evolução, panspermia. As explicações cientifícas pareciam ser mais coerentes, porém não estava convicto disso. Deus tinha que existir, eu queria crer. E de fato, passei a crer, em deuses!

Da cabala à mitologia grega, japonesa, nórdica etc... Sempre que surgia algum deus novo eu abraçava, exceto o Deus da bíblia. O único que é vivo.

Essa ingratidão é comum nos dias de hoje. As pessoas aceitam tudo, exceto Jesus. Isso porque o mundo esta vacinado contra o verdadeiro criador e os responsáveis por isso são os que dizem professar a fé no Deus de Israel. O falso testemunho, a teoria de crente derrotado e a fé sentimental foram as armas usadas pelo diabo para blindar o mundo contra Deus. Vou explicar o porque disso tudo com a certeza da veracidade dessa realidade porque fui vítima.

- O que mais tem nesse mundo é bar e igreja. - cheguei a comentar isso com algum colega.

E de fato, ao menos onde moro, tem um bar e uma igreja à cada esquina. Oh, amém, mais igrejas mais pessoas perto de Deus. Engano fatal.

Estar na igreja não significa estar na presença de Deus, assim como conhecer a bíblia de ponta-a-ponta não quer dizer nada. Por que não? Simples. Da mesma maneira que não da para dizer que todos os alunos que vão até a escola são estudiosos, assim se referem os que vão à igreja. Lá, independente da denominação, é passado uma direção, mas não são todos os que seguem. Ao menos na Universal - onde sou membro - é pregado sobre a necessidade de matar a velha criatura, abandonar o pecado para se chegar até a Deus. Aí é que a coisa pega.

Deixar de matar, roubar, se prostituir etc. É o de menos, mas e a mentirinha contada ali e àcola? E os palavrões soltos em momentos de euforia? O cigarrinho de cada dia e as amizades do mundo. Não se iluda, dizer que é só um pecadinho não vai comover à Deus. Pecado é pecado.

É por essas e outras que quem esta de fora não quer ir até as igrejas.

- O que? Eu vou ir para a igreja pra continuar bebendo, fumando e chingando palavrões? Vou nada.

Já ouvi alguém dizer isso. Mesmo eu proferi palavras semelhantes, isso porque à minha volta haviam pessoas frequentadoras de igrejas. Minha mãe, após ser curada passou a ser uma delas. De início foi na Universal, pouco depois mudou para uma igreja mais próxima. Todo domingo e quarta-feira ela se arrumava e ia empolgada, mas ao voltar, qualquer situação era motivo para reclamar e brigar com todo mundo. Ela voltava alterada. Devido à isso eu recusava os convites de acompanhá-la.

Um colega meu era membro assíduo em sua igreja. Toda quarta e domingo lá estava ele de terno e gravata mesmo no sol quente. No entanto, tenho a impressão que ele só ia por obrigação. Na frente dos pais e pessoas mais velhas era o filho perfeito. - Minha mãe até queria que eu seguisse o mesmo exemplo - Porém eu, como melhor amigo, conhecia a verdadeira face dele. Na roda de colegas o cara se soltava, falava palavrões, mentia e se misturava no meio da bagunça, coisas totalmente contra a fé que ele dizia seguir.

Além do mal testemunho da minha mãe e colegas, outras armas que me cegaram e me blindaram contra Deus, foram a fé sentimental e a religiosidade.

Hoje eu não sei o que foi pior, os cultos que mais pareciam rituais na católica, porque eu não entendia nada. Ou as horas de louvor e adoração em uma igreja evangélica. Quando fui até a católica eu era muito jovem, por isso não entendi nada e aquelas imagens me assustavam. Nunca cri nos santinhos. Por um lado foi bom eu não compreender nem me interessar por essa religião, assim pude, mais para frente, buscar um Deus que é vivo.

Por fim, ao lado de casa havia uma igrejinha, eu até gostei de ir lá. Os louvores eram bonitos, a música sempre me acalmou, porém nunca mudou minha vida e chegou ao ponto de eu dizer " De que adianta eu ir para a igreja cantar e a vida continuar destruída?". Essa é a revolta. Se Deus existe ele tem que se manifestar. É o que todos querem - no fundo até os mais céticos pensam nisso.

Deus não pode operar na vida daqueles que não o servem, isso seria contra sua palavra. Por essa razão grande parte do mundo não o conhece de verdade. Os que estão na igreja, porque desperdiçam a chance de buscá-lo e os que estão fora, porque não vêem Jesus naqueles que se dizem de Deus. Então se você diz que reconheceu Jesus como Senhor, deve se esforçar para glorificá-lo sendo testemunho vivo dele aqui na terra. Como diz a palavra, nós somos a luz no mundo. É através de nós - que cremos - que pessoas se converterão e almas serão ganhas. A questão é: Você tem mantido sua luz acesa ou apagada?

"""" Uou. Acho que escrevi demais, porém creio que ficou claro um dos motivos que me levou a negar Deus. Espero que aproveitem a leitura. """

Leonardo N. Da Silva

Meu Encontro Com DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora