- A revolta que vem da fé -

245 18 2
                                    

Após mentir para o pastor, eu fui para casa e lembrei de um convite feito por um colega - o Pepper - para ir em uma festa que ocorreria na praça da bandeira. Tomei banho, vesti minha camisa do Iron Maiden, calça e sapatos pretos. Visual gótico que eu costumava usar para sair com os colegas.

Com certeza estava fora de mim, pois ao ir para rua, fiz questão de passar em frente à igreja. Duh falou comigo, tentou me convencer a ficar e ajudar na reforma, mas quem disse que eu ouvi? Eu era tão teimoso, bom já deu para notar. Fui para a praça pensando que me divertiria, que estava aproveitando a folga, que nada, fui enganado outra vez.

Quando se é do "mundo", as pessoas fazem muitas coisas erradas, mas muitas vezes nada de ruim acontece ou sequer ficam com peso na conciência - isso porque já estão nas mãos do diabo - . No meu caso os dois ocorreram. Eu quebrei a cara, o tal amigo estava com a namorada - eu não ia segurar vela - também achei uns colegas da escola, mas além deles me zuarem pela fé na qual eu estava tentando seguir, me largaram sozinhos na festa. Desapontado, decidi voltar para casa foi ai que a ficha caiu.

- Meu Deus, o que foi que eu fiz? Meu lugar não é aqui no mundo, é na igreja.

Lá vai eu arrependido de novo, porém o diabo jogou mais uma pá de cal: "você acha que Deus vai te perdoar? Você mentiu até para o pastor ". Eu havia caído, então desanimei tanto que no dia seguinte faltei na reunião de domingo de manhã e não pretendia ir para a igreja se o Eduardo não tivesse me ligado e insistido para eu participar do Força Jovem.

Devido às reformas, o Encontro Jovem seria realizado domingo de tarde, relutante eu fui e naquele dia, Deus falou tão forte comigo que eu achei que o Duh havia contado o que ocorreu para o pastor. Na ocasião o pastor pregou sobre os pensamentos e que de 10 pensamentos, 8 são do diabo, 1 da pessoa e o outro de Deus. O mal fala forte na nossa mente e sempre disfarçado. Ele não se apresenta como diabo, mas sim como uma ideia alternativa, muitas vezes "inocente" e outras negativas. Com essa astúcia o inimigo derruba milhares de pessoas e assim foi comigo. O pastor também nos ensinou a combater os pensamentos do maligno, uma das formas é com a palavra de Deus, onde devemos analisar se aquele pensamento esta de fato de acordo com a bíblia. Outras formas são: repreender o pensamento ruim, manter os pensamentos nas coisas de Deus e se tudo isso não funcionar, cantar. Sim cantar. O louvor à Deus - quando sincero - afasta os demônios, por isso cantar os hinos de busca da igreja seria uma das formas para vencer a voz do diabo.

Saí daquela reunião renovado e disposto a lutar, porém agora portava novas armas. A semana começou e a luta no trabalho voltou, meu parceiro só falava besteiras sobre suas ex-namoradas, as baladas e as meninas lá do serviço. No início eu revidava mantendo meus pensamentos em Deus, orando na mente e em outras ocasiões cantava baixinho enquanto ele falava abobrinhas. Aconteceu que durante toda a semana eu caí, quase sempre no fim do dia. Muitas vezes faltando menos de horas para encerrar o trabalho eu acabava sedendo, falando palvrões e besterias junto com esse colega.

Minha esperança estava na reunião de sexta-feira, manifestando ou não eu tinha que sair de lá liberto para que assim eu pudesse vencer o diabo, porém quando chegou o dia, não me recordo o que aconteceu, mas não abri o coração o suficiente para que o Senhor Jesus viesse me libertar. Resultado, pequei de novo, decepcionei o Espírito Santo novamente, porém foi diferente, em casa eu chorei muito e relato com todas as letras, porque eu sabia que toda vez que pecamos é como se estivessemos crucificando o Senhor Jesus. Deus estava triste comigo, eu sabia. Além do choro, também reagi de outra forma. Eu me revoltei, nasceu em mim uma raiva contra o diabo. Minha vida era o que era porque eu me encontrava na condição de escravo, mas tudo iria acabar, pois a revolta da fé me sobreveio e me fez tomar uma atitude. Me lembrei da reunião do Jejum dos Impossíveis que acontece aos sábados de manhã na IURD. Me libertar já havia se tornado algo impossível e aquela reunião surgiu como uma última saída. Como era fim de ano, eu folgaria sábado, então poderia ir no Jejum das Causas Impossíveis, porém eu não podia mais errar, ou vai ou racha, ou dá ou desce. Ou eu venço o diabo ou ele me vence.

- Eduardo, me explica de novo como é que se faz um jejum - liguei para o Duh, minha voz era de determinação - Quero saber se estou fazendo certo.

Após pegar as armas, faltava ir para a guerra. Naquele sábado eu manifestaria minha fé e abriria o coração por completo, porém o diabo trabalhou até o último instante.

Meu Encontro Com DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora