- Jejum de Daniel -

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Foi em mais uma tarde de domingo que Deus me chamou. Se tem algo que aprendi é que, tanto os pastores quanto os obreiros são a voz de Deus, então a pergunta feita pela Obreira Diana veio na verdade do Espirito Santo que me chamava para fazer sua obra como um obreiro, porém:

- Não, eu não quero ser um Obreiro! - respondi para a Obreira.

- Léo, você quer ser Obreiro mesmo sem saber! - foi o que ela afirmou.

De início não compreendi aquelas palavras, mas com o tempo percebi o significado. Só o fato de servir à Deus evangelizando e cuidado da casa dEle já era uma amostra do chamado de Deus para sua obra, porém eu neguei muitas vezes.

Enquanto eu ponderava a hipótese de fazer parte da obra de Deus como obreiro, continuei buscando conhecer mais de Deus. Os outros jovens pareciam que estavam mais ansiosos em ser obreiros do que na salvação, era uma correria para todos os lados quando surgia algo para fazer. Essa disposição deve haver, mas o foco tem que ser sempre a salvação. Você antes de tudo é uma alma.

Na minha busca, um dos propósitos da igreja que mais me ajudou foi o Jejum de Daniel, esse propósito se resume em se abster das informações do mundo para se purificar, se santificar e se aproximar mais de Deus. Durante esse propósito seguimos o exemplo de Daniel que reservou 21 dias exclusivamente para as coisas da fé, jejuando e orando mais. Há quem ache besteira, mas pare e pense nos benefícios de se abster das coisas do mundo. Como já dito, o mundo jás do maligno e as informações nele presente só servem para afastar a pessoa de Deus intoxicando a fé do cristão. Quantas não foram as vezes em que durante as reuniões e buscas, meus pensamentos em Deus foram interrompidos por informações mundanas e sem sentido. Redes sociais, filmes, novelas, jornais, músicas seculares. Tudo isso bloqueia o canal de comunicação com o Senhor Jesus, esse canal é a oração. No Jejum de Daniel nos limpamos das impurezas do mundo e se você busca uma resposta de Deus, esse é o melhor momento de alcançáa-la.

No primeiro Jejum de Daniel que fiz, eu não fui batizado no Espírito, tão pouco nasci de novo, isso porque o Espirito Santo é como água que não habita em um recipiente sujo - quem quer tomar água em copo sujo? ninguém! Assim também é Deus. Quando comecei o Jejum eu era viciado em redes sociais, ao acabar a reunião, a primeira coisa que eu pegava era o celular, então estava cheio de informação e conhecimento o que apenas afastava o Espirito Santo. Ao término do Jejum eu havia me liberto das redes sociais, até hoje uso raramente esses recursos, assim me tornei um recipiente limpo e propício para a vinda do Espirito de Deus, faltava apenas uma outra coisa a ser eliminada. A fé sentimental. Querendo ou não, os sentimentos me influenciavam muito e eu reagia conforme eles vinham, precisei vencê-los para nascer de novo e passar a ser um filho de Deus e não mais uma criatura.

Eu já estava firme na igreja, liberto, envangelizava e me empenhava em servir à Deus - até o desejo de servir na obra nasceu em mim - também, graças ao Jejum de Daniel, estava sensível à voz de Deus, porém ouvir a voz do Espírito Santo e obedecê-la são coisas distintas, o que me impedia de realizar tal coisa era os sentimentos, foi necessário um "teste" para que eu viesse me conhecer e saber o que de fato havia dentro de mim.

Na ocasião, o que me levou a reconhecer que minha fé estava fundamentada no sentimento e não na razão, foi quando recebi uma repreensão do pastor titular. Por fora eu respondi " Sim senhor!", no entanto por dentro eu questionei aquela repreensão. Não achei justo, rejeitei aquele pensamento, porém o mal já havia penetrado em meu coração. Os dias se seguiram, eu continuei indo na igreja, orava e jejuava, não deixei de evangelizar, no entanto aquele pensamento contrário ao que o pastor havia dito me sobrevinha. Passei a participar mais das reuniões do auxiliar, porque para mim o titular estava errado. Pouco à pouco eu fui esfriando. Até que faltei na reunião de quarta-feira - a reunião dos filhos de Deus - O diabo havia me cegado, então eu não liguei para aquilo. -" Eu perdi a hora, só isso" - foi o que pensei, no entanto o mesmo se repetiu na quinta onde eu não fui na igreja e também na sexta-feira. O pastor auxiliar estranhou e me mandou uma mensagem, pois eu, mesmo sem tempo, ia todo dia na igreja, naquela semana havia faltado três dias. Mandei uma mensagem como resposta, não me recordo o que escrevi, mas posso afirmar que não foi a resposta de alguém que estava na fé ou de um nascido de Deus. Minha resposta foi carnal - como o pastor titular definiu horas depois.

Na reunião de sexta-feira estavamos fazendo a corrente com a rosa ungida, então me vi "obrigado" a ir até a igreja para levar a rosa da semana anterior e pegar uma nova. Quando cheguei na IURD o pastor auxiliar estava saindo, para minha decepção, pois eu pretendia falar com ele sobre meu esfriamento, até porque eu não entendia o motivo que era os maus olhos contra o titular. Veja como Deus trabalha, posso dizer que estava evitando falar com o pastor Wellington, mas naquele dia fui forçado à isso. Como o pastor Luan havia saído, então sentei em um dos bancos da igreja e peguei um livro para ler enquanto aguardava a hora de ir trabalhar, foi então que alguém gritou meu nome.

- LÉO! Venha até aqui! - era o Pastor Wellington me chamando.

Hesitante fui até onde ele estava e ao seu pedido me sentei, só pelo tom de voz dava para ver que estava bravo.

- Que mensagem carnal foi aquela que você enviou para o Luan? - gelei, o titular sabia da mensagem.

Só me dei conta da burrada que fiz depois que mandei a tal mensagem - tanto que apaguei logo em seguida. Na ocasião antes de enviá-la para o auxiliar eu havia perguntado a opinião de um jovem, foi um erro muito grande, pois devia no mínimo consultar um obreiro ou até mesmo a Deus. Resultado faltei com temor com o pastor Luan naquela mensagem.

- O Luan me mostrou a mensagem. Cara isso não é mensagem de um jovem de Deus, como é que você falta com Temor com o pastor, ele é o anjo da igreja. Quando você faz isso, está faltando com temor à Deus. - foi o que o pastor me falou.

Assim que ele começou a me repreender novamente, por fora eu repetia " Sim senhor!", mas por dentro estava formigando, com raiva. O maldito maus olhos me faziam ter uma ideia errada do pastor titular e até pensar coisas absurdas, porém eu estava indo contra minha carne. Minha vontade era sair da igreja por achar que o pastor não podia falar comigo daquela maneira, porém a bíblia diz que Deus repreende aqueles à quem ama. Eu tinha que resistir. Cada "Sim senhor" era como uma lapidada no caração de pedra.

- Você quer ser homem de Deus? Então tem que deixar de ser um banana! BAM! - levei um susto quando o pastor bateu com tudo na mesa, com razão. O Espirito Santo estava me moldando e eu reagi com rebeldia - Banana não pode ser homem de Deus!!

"Sim senhor" respondi novamente. Estava disposto a mudar, o pastor nem tinha terminado de me repreender e eu queria ir até o altar pedir perdão para Deus e assim o fiz. As repreensões continuaram naquela manhã, mas eu passei de furioso para feliz. É Deus cuidando de mim.

Quando o pastor terminou de falar fui até o altar e fiz uma oração que mudou completamente minha vida e minha natureza carnal. Após falar com Deus e reconhecer que estava errado. Demonstrei humildade, abandonei os sentimentos e os superei. Me tornei uma nova criatura, ou melhor. Me tornei um filho de Deus.

""" Capítulo Final :

O batismo com o Espírito Santo."""

Meu Encontro Com DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora