- Achei Jesus -

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Era fim de tarde, aquele domingo prometia ser cheio de eventos e surpresas. Diante de mim estava o meu irmão Rafael  em sua bicicleta.

- Preciso falar com você - disse encarando-o seriamente.

- Falar o quê? - ele retrucou desviando o olhar - Você nunca fala comigo.

Enquanto eu o conduzia para um canto mais reservado - pois ele estava com um colega - fiquei pensando em suas palavras "Você nunca fala comigo" aquilo era verdade. No início, eu e meu irmão eramos grandes companheiros, faziamos tudo juntos, compartilhavamos as alegrias e tristezas, porém tudo mudou quando fizemos novas amizades. Infelizmente os amigos de meu irmão não eram boa companhia, então eu tinha duas escolhas: ou me juntava à eles ou me afastava de todos.

     Tentei convencer meu irmão de que aqueles caras o levariam para um caminho ruim, mas nada adiantou. Resultado, nosso  elo entre irmão foi desfeito. Os anos se passaram e nos distanciamos ainda mais e com as brigas, perdemos o diálogo. Eu tinha culpa, pois havia desistido de lutar pelo meu irmão, passei a vê-lo como uma causa perdida, devido à isso o rejeitei. Essa atitude só serviu para afundá-lo ainda mais. Hoje tenho que me esforçar para ser testemunho vivo afim de ganhá-lo para Jesus, pois além de ser meu irmão, é uma alma que necessita de salvação.

- Eu queria te pedir perdão - comecei a falar, a voz mal saía da minha boca - Desculpa por todas as vezes que brigamos, por eu te xingar. Também quero me desculpar, porque eu te abandonei, eu sou seu irmão mais velho, mas como você disse, eu nem falo com você. Me perdoa?

- Ta bom! - foi só o que meu irmão respondeu.

       Como eu necessitava daquele perdão, repeti a pergunta " Você me perdoa mesmo?", para sair com a consciência limpa. Graças à Deus meu irmão me perdoou e no mesmo momento senti uma paz, um alívio, pois é isso que o perdão faz, ele aniquila a pertubação, a inquietação e o ódio.

Naquela mesma tarde eu fui contente para a igreja, precisava falar com Deus. Agora sim eu podia agradecê-lo e louvá-lo. O sacrifício era o perfeito, disso eu não tinha dúvidas, bastava aguardar o dia de subir ao altar, mas quem disse que Deus esperou eu entregar o voto para me responder?

Dois dias depois de ter o sacrifício - físico e espiritual - em mãos, Deus operou e me revelou o que eu vinha buscando. Nunca vou me esquecer daquela noite de terça-feira. Eu voltava do trabalho, o dia havia sido normal, não esperava que mais nada pudesse acontecer. No banco do ônibus eu ouvia músicas evangélicas e me recordava das reuniões da igreja, foi então que algo ocorreu. Era diferente de tudo que já havia presenciado. Dentro de mim nasceu a certeza da existência do Senhor Jesus. Como já disse antes, eu era cheio de dúvidas, mas naquele momento elas sumiram e não foi só isso. Nasceu também a certeza de que Jesus havia morrido por mim para me salvar. Ele é meu Salvador. Imediatamente fiquei feliz, a fé, a certeza do Deus vivo cresceu em meu interior, porém no mesmo momento me entristeci.

Agora que eu sabia de fato que Jesus é vivo e não apenas uma história antiga, minha reação não podia ser outra à não ser a de tristeza.

- Ele morreu por mim, mas o que eu fiz por Ele? - foi esse meu pensamento, daí a tristeza.

O temor me sobreveio, os meus pecados passaram todos em minha mente. Como pude fazer tantas coisas contra um Deus tão maravilhoso? Me arrependi de tudo que havia feito, queria me redimir, recomeçar. Aceitar Jesus como meu Senhor e Salvador. A única maneira de ter os pecados apagados e de recomeçar é através do batismo nas águas, pois o mesmo simboliza o sepultamento de uma criatura para o nascer de outra cujo caráter deve seguir o de Deus.

Cheguei em casa, estava feliz e animado. Peguei o celular para falar com o Eduardo. Devido aos desafios do IntelliMen, todas as noites eu falava com ele e compartilhavamos nossas experiências e progressos. Para minha supresa, Duh começou a conversa com uma nova tarefa:

- Léo, vou te passar uma nova tarefa, agora você vai se preparar para o batismo nas águas - foi o que ele me enviou naquela noite.

O batismo não pode ser algo forçado e tão pouco feito na emoção, do contrário você vai entrar um pecador seco e sair um pecador molhado, no meu caso não era algo forçado tão pouco emoção. Eu tinha certeza do que queria, estava disposto a mudar e a mensagem do Duh veio na hora certa.

- Mas era isso mesmo que eu ia te falar - respondi - Decidi que quero me batizar, vou falar com o pastor amanhã mesmo, só não batizo hoje porque já está tarde.

Apesar da empolgação, não estava ansioso, é como o Duh me disse certa vez: O batismo começa dentro da pessoa, descer às águas é consequência.

Não falei com Eduardo sobre minha experiência com Deus porque eu mesmo não sabia o que era. O encontro com o Senhor Jesus, é algo que só o próprio Deus pode mostrar. Você pode verificar essa experiência na bíblia em Mateus 16.13-17 ou em João 7.37-41. Somente quem tem essa fé revelada reconhece o Senhor Jesus como Salvador e passa à seguí-lo como Senhor. Busque esse encontro, do contrário você pode até ir na igreja, receber bençãos, mas cedo ou tarde vai sair, pois não conhecerá o abençoador.

No dia seguinte falei com o pastor, ele me orientou e marcou o bastismo para 14 de dezembro, o dia da entrega do voto, à partir daquele dia minha vida com Deus começaria de fato e verdade, porém a guerra estava apenas se iniciando.

Meu Encontro Com DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora