Final do ato II - Revelações

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- Boa noite, Grell. Espero que se divirta essa noite comigo. - Os esmeraldinos de Grell se arregalaram.

- Fique longe de mim, não me toque! - disse tentando ser firme, mas falhando miseravelmente, e recebendo uma risada debochada como resposta.

- Vamos meu caro, não resista. - "pediu" Claude, ainda apontando a arma para o ruivo, que se afastava cada passo que ele dava em aproximação. Até que então a parede gélida impediss Grell de fugir.

- Professor, não! Eu não quero isso, se afaste de mim, por favor! - tentou argumentar novamente, agora já a poucos centímetros do homem, mas suas palavras foram tão significativas quanto um grão de areia.

- Não.resista. - o timbre usado pelo homem foi severo, transformando o que anteriormente havia sido um "pedido" em uma curta e grossa ordem. As mãos grandes e frias de Claude ameaçavam tocar o menor diante de si e, quando realmente o fizeram, Grell começou a debater-se, protegendo seu rosto com as mãos enquanto empurrava, ou tentava empurrar, o corpo maior a sua frente.

- Não! Não! Não! - protestou negando com veemência aquilo que o outro sugeria. O homem grunhiu em resposta e soltou um "tsc" antes de abrir outro sorriso lascivo.

- Você então não me deixa escolha - disse Claude antes de acertar o menor com a coronha do revolver, deixando Grell inconsciente com uma marca arroxeada no local do impacto.

***

William olhou pela quarta vez a tela do celular. Fazia 10 minutos que havia chego da casa de Eric, mas o moreno não tirara os olhos daquela maquina esperando ter noticia de Grell por meio desta, porém isso não acontecera ainda. Os outros rapazes também estavam preocupados, mas estavam tão absortos em suas conversas com seus respectivos parceiros e com a cantoria do karaokê, que acabavam por não demonstrar.

- E Eu estou aquiiiii... VIvEndo EssE momEnto liiiiiindo.... - cantava Ronald à música aleatória a qual havia sido desafiado à, tentar, cantar. Tristan cobria os ouvidos enquanto se arrependia internamente por tê-lo desafiado. Eric ria do garoto de olhos âmbar enquanto bebericava a cerveja em sua mão, ao mesmo tempo em que ele a bebia, Alan bebia da mesma garrafa.

- Vai Ronald canta mais uma! Ta arrasando! - incentivou Ciel, que estava sentado no colo de Sebastian, com um sorriso discreto. O moreno de olhos rubros acariciava a mão pequena de seu amante enquanto se divertia com a cantoria desafinada propositalmente do amigo.

- William você não acha que... - Iniciou Sebastian que se interrompeu, ao ver a fixação do amigo com o celular, e ficou em silêncio alguns instantes enquanto reformulava melhor sua frase. - digo, já tentou ligar pra ele? - falou com o tom preocupado, porque já sabia exatamente o que se passava na mente do outro.

- Já, mas ele não atende nem responde às minhas mensagens... - ele disse distante, ainda encarando o aparelho. Ciel focou-se na "conversa" dos dois e sentiu o impacto daquela mesma preocupação, motivada apenas por uma nuance diferença, já que nada sabia a respeito do assedio que o ruivo sofria.

- Alguém devia ir atrás dele, sabe, ele pode ser assaltado ou coisa do tipo... - falou o pequeno de olhos bicolores, alternando o olhar entre Sebastian e William. Os dois olharam-no e depois de entreolharam, porém antes que qualquer outro tivesse chance de se manifestar, Alan saiu do local onde estava.

- Eu vou. - disse firme. Os mais velhos levantaram-se, mas ele os cortou a fala. - não me sigam, por favor. - finalizou, voltando até Eric e roubando-lhe um beijo casto antes de ir a porta e sair noite adentro.

***

Grell abriu os olhos lentamente, sua cabeça latejava, e deparou-se com o teto de seu quarto. Ele ]suspirou, fazendo uma mecha de seu cabelo cair sobre seus olhos, e tentou mover sua mão para retirá-la, porém algo firme impediu o gesto. Os orbes esmeraldinos viraram-se na direção dos braços e o terror voltou habitar sua alma ao vê-los presos por cordas. Olhou em desespero para suas pernas, mas estas também estavam amarradas, porém de forma diferente aos seus braços que jaziam amarrados juntos atrás de sua cabeça, nos dois lados da cabeceira da cama. Era desconfortável.

Rubro como sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora