Ato II - O passado que me é esquecido

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Ohayõ,

Primeiramente, pegaram os lencinhos? Pois bem esse aqui está bem choroso(?).p.s.: há referências nessa fic, portanto fiquem espertinhos.



- Vamos conversar... em outro lugar- disse o moreno mais velho, olhando para Grell.

O menor seguiu-o até o quarto, parando diante da porta, local onde ouvira toda a conversa dele com seu pai, poucos minutos antes.

- Ele não está mais aqui. - comentou ao notar que Grell não havia entrado no quarto. O menor engoliu em seco e entrou.

Seu passo foi arrastado até uma das camas, na qual William se encontrava sentado. Seu olhar vagueou no espaço, notando este ser muito similar, se não idêntico ao que vira pelo corredor. Sua diferença era na decoração, pois as cores eram mais suaves que o tom mórbido daquele outro. O ruivo então sentou-se ao frente do outro, tocando seus joelhos úmidos com as mãos.

- Do que você se lembra Grellie? - perguntou o moreno sentindo-se um pouco tenso, mas tentando, falhamente, não demonstrar. Grell inspiro e espirou.

- ... n-não muito... - disse com o olhar baixo. Um nó se formava em sua garganta, conforme pensava na vaga lembrança que surgiu em sua mente. Ele arfou e continuou - ... e-eu estava em casa... tinha... alguém comigo... meu pai... ele me bateu... eu não sei, talvez eu tenha batido em algum lugar... minha cabeça doía e... tinha sangue... - Grell ergueu seu rosto à procura de respostas no do outro. Sua voz saía conforme seus pensamentos mais ou menos se reorganizavam dentro de sua cabeça.

William olhava para o menor, porém desviou os olhos quando viu os esmeraldinos procurando pelos mesmos. Nada era tão claro naquele quarto quanto o ritmo que batiam ambos os corações, não em sincronia, mas sim se completando, sem deixar o silêncio dominar totalmente o espaço.

- Foi na primavera de 2005...

Flashback (POV.: William Taylor Spears)

Naquela semana, eu e Grellie, tínhamos decidido brincar perto de um salgueiro que ficava na entrada do condomínio depois da escola. Ele estava tão animado, que parecia a ponto de sair por ai dando pulinhos e gritinhos histéricos, apesar de eu ter certeza de que ele não o faria, não por falta de vontade e sim por causa de seu pai e de sua timidez absurda.

Porém, de alguma forma, o pai dele descobriu e na terça-feira, dia em que ele dormiu na minha casa, seu pai entrou brutamente pela porta e o arrastou pra fora, do futon, do quarto e da casa.

Meus pais tentaram até ajudar o meu amigo ruivo, mas nada adiantou com aquele homem, nem mesmo a ameaça de chamar o conselho tutelar, a qual fez os olhos de Grellie se arregalarem e implorarem para que não fizesse-o.

Na quarta, meu amigo ruivo apareceu diferente no ponto de ônibus. O seu lindo cabelo rubro que antes alcançava sua cintura, agora estava grosseiramente cortado acima dos ombros. Ele já não vestia o casaco vermelho, nem os coturnos com detalhes carmesins e pequenos saltos. Apenas o uniforme, escuro e sem graça. Não se parecia com Grellie, não se parecia com meu amigo. Mas eu não o deixei, eu gostava muito dele, ainda gosto, e mesmo com todas aquelas mudanças continuei com ele e com o plano de brincarmos perto do salgueiro.

Porém Grellie não queria mais, ele ficou realmente muito estranho depois de que o pai dele tinha o enxotado pra casa. Eu achava que, pelo mais provável, o senhor Sutcliff tivesse batido nele, mas na tarde da quinta-feira eu descobri que havia feito algo muito pior.

Grellie havia pedido para sair no meio da aula de Inglês, fato estranho considerando que ele nunca saia no meio das aulas. Ele disse que não estava se sentindo bem e saiu, mas quando se passaram 15 minutos e nada dele voltar, o professor Humphries pediu-me para ver se estava tudo bem com ele.

Rubro como sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora