Capítulo 3

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— Onde eu estava? — pergunta com um olhar sapeca.

— Sim.

— Enquanto você conversava com aquele gato, eu fui pra pista dançar, porque eu não ia ficar sozinha, e lá eu encontrei um carinha, e papo vai, papo vem, a gente foi pra casa dele, e.. Eu não preciso entrar em detalhes né. — diz rindo.

— Sua safada! — digo e jogo a almofada nela.

— Ai Alice, foi uma das melhores noites da minha vida, o cara é... Demais. — diz e se abana.

— Não acredito que você dormiu com um cara que você nem conhecia. Pelo menos sabe o nome dele? — pergunto imaginando o quanto louca é minha amiga.

— Claro, e peguei o numero dele também. — diz convencida como sempre.

— E como se chama.

— Paulo Cardoso. — diz suspirando.

— Só não liga pra ele toda hora, tá. — levanto para ir para meu quarto, mas ela não deixa.

— Querida, eu não sou mulher de ficar ligando pra homem nenhum, você vai ver se ele não vai me ligar. — diz com o nariz em pé, se acha nem um pouco sabe.

— Tá, acredito. — falo irônica.

— Então vamos apostar? Se ele me ligar até hoje, você vai ter que fazer o que eu quiser, mas se ele não ligar, ai é eu que faço o que você quiser.

— Não precisa disso tudo mulher, sei que ele vai ligar. — tento fugir, sei que se ela ganhar vai aprontar uma daquelas.

— Tá com medinho Alice? — diz com uma sobrancelha arqueada.

— Não! Tá, eu topo sua aposta. — digo e aperto a mão dela, mesmo sabendo que vou me arrepender.

— Vou tomar banho, e você também, e se troque logo. — diz subindo, olho pra ela sem entender nada.

— Para onde vamos? — pergunto.

—  Ora, pra praia. — fala como se fosse óbvio.

— Pra praia? Ah eu não vou não. Estou com uma ressaca infernal, aliás, por sua causa, sua vaca. Por que você levou Whisky pra eu beber? Sabe o que acontece quando bebo alguma coisa forte?

— Ah, amiga não me culpa, eu ia levar alguma coisa leve, mas quando eu vi você com aquele gato, pensei, "hoje minha amiga vai aproveitar a noite." Mas não adiantou de nada né, você dispensou ele. — diz em tom de reprovação.

— Porque eu não queria ter nada com ele, você acha que eu vou pra cama com um cara que acabei de conhecer. Não sou assim. — me explico.

— Você é muito santa. — revira os olhos.

— Não sou santa.

— Se não fosse pelo César você ainda seria virgem. — Olho pra ela com muita raiva.

— Não fala dele! — grito

— Ai amiga, desculpa, eu não queria falar dele, eu sei como você fica. — diz e percebo que ela está arrependida.

— Tudo bem, eu sei que você não fez por mal.

— Já que você me perdoou, vamos pra praia? Por favor. — pede implorando.

— Tá. — digo e subo para tomar um banho.

Me arrumo, pego minha bolsa e coloco meu protetor solar, bronzeador, hidratante labial, fones e mais algumas coisinhas. Saio do meu quarto e encontro Sam deitada no sofá mechendo no celular.

— Vamos? — pergunto.

— Claro. — diz e se levanta.

Chegamos na praia e estava cheia, aliás, ela sempre está cheia, coloco a toalha no chão e me deito, pegando um livro para ler, enquanto minha amiga me olha com cara de interrogação.

— Você não vai mergulhar?

— Não estou com vontade, prefiro ficar lendo. — ela me olha como se isso fosse a pior coisa do mundo.

— Só você Alice, pra vim pra praia e inves de nadar, prefere ficar lendo. — dou de ombros.

— Eu gosto de ler, e você me trouxe porque quis, nem queria vim.

— Tá, fica ai. — fala e sai correndo, e num piscar de olhos ela já mergulhou.

Quando leio perco a noção do tempo e pareço que estou em outro mundo, estou tão concentrada que nem percebo alguém se aproximar de mim.

— Alice. — finalmente saio do mundo da lua.

— Ahn? Marcus. — falo me levantando e abraçando ele.

— Senti saudades. — diz me dando um beijo na bochecha.

— A gente se viu ontem. — falo rindo.

— Mais eu senti saudades mesmo assim, o que está fazendo aqui sozinha?

— Não estou sozinha, estou com ela. — falo apontando pra doida que estava parecendo uma criança, que vê o mar pela primeira vez.

— Ah. Por que vocês são amigas? — é cada pergunta.

— Como assim? Não entendi.

— É que vocês são tão diferentes, sei lá. — fala gesticulando com as mãos.

— Você nunca ouviu dizer que os opostos se atraem.

— Mas que eu saiba isso é para o amor. — reviro os olhos, o homem idiota.

— Mais também vale pras amigas.

— Depois que você me largou ontem, eu fiquei a noite toda pensando em você. — fala acariciando meu rosto.

— Para de brincadeira. — tiro sua mão do meu rosto.

— Não estou brincando, é sério. — sorri, mas sem graça.

— Oi pombinhos! — pela primeira vez na minha vida, agradeci por Sam ser uma doida escandalosa.

— Oi. — ele diz, mas sem tirar os olhos de mim.

— É, eu vou comprar um sorvete vocês querem. — digo já de pé.

— Eu quero, trás um de flocos. — diz se deitando na areia.

— Eu vou com você. — eu mereço.

Fomos caminhando, até ele resolver quebrar o silêncio.

— Por que você é assim?

— Assim como? — pergunto confusa, ele não bate bem das ideias.

— Eu não te conheço há muito tempo, mas nesse pouco tempo, quando conversamos ontem, você se sentiu incomodada, quando falamos de relacionamento e família. — nossa, ele descobriu o Brasil, parabéns pra ele.

Meu Chefe Sedutor (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora