(13) Oitavo dia de coma - Foi moleza para mim, ou nem tanto...

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     Eu não podia ficar apenas na defensiva, e já sabia o ponto fraco dele, então bolei uma estratégia simples mas que poderia funcionar. A armadura era mais forte do que eu esperava, ela amorteceu toda a minha queda e o impacto do golpe que recebi no peito. Me levantei e sem ao menos perceber levei outro golpe poderoso no mesmo local, mas dessa vez ele conseguiu amassar a armadura.
- Recomendo não levar outro desses no peito senhor... -Falou o bigodudo de braços cruzados encostado em uma das paredes de pedregulho feitas pelo Tramanda Astral, enquanto eu levantava do chão novamente.
- Recomendo não falar coisas óbvias novamente. Não tem como escapar no meio desse corredor de pedras que essa coisa fez. - Olhei para o Tramanda eu tive a impressão de vê-lo rir, e aquilo me enfureceu.
      Corri pra cima dele, eu estava com a armadura protegendo todo o meu corpo, então poderia da um soco naquela cara de bunda fumaçal. Quando já estava próximo o suficiente para acerta-lo, meu tutor tomou a frente e me lançou para trás como fazia no treinamentos.
- SEU DESGRAÇADO. Você está contra mim também?! - Levantei rapidamente logo depois de cair no chão, e parti para cima do Tramanda e do Tio que estava na frente dele.
      Fui lançado de novo, mas dessa vez Bem mais longe, quase no fundo do corredor. Bati no chão fazendo um barulho alto, mas era a carcaça da minha armadura. O Tio apareceu do meu lado falando quase que no meu ouvido.
- Você e burro James?! - Ele nunca havia me chamado de James assim. - Você já usou aptidão dos Pycic e dos Cybers, estava pensando em usar a do Hércules também?! Quer chamar atenção assim? Conseguir usar apenas duas aptidões já é caro, imagine três... Não seja tolo, primeiro que você não ia acerta-lo até porque ele não estava na forma física, e segundo que o máximo que ia conseguir com um soco daquele era atravessar seu corpo e atingir alguma pedra despedaçando ela e chamando a atenção de todos. Tente outra coisa, mas isso não! - Primeira fez que vejo o bigodudo tão sério e insultando. Fiquei tão pasmo que a única coisa que fiz foi confirma com a cabeça.
    Pensei primeiro em como sair daquele corredor de pedras, elas eram muito pesadas para usar aptidão dos Pycic e desestrutura-las e muito altas para pular, além de impedir minha locomoção para os lados. Então pensei em algo... Será que teria como usar poder dos Pycic em mim mesmo?! Não custa nada tentar.
       Então ao invés de focar em levitar um rochedo, imaginei me levitando, fechei meus olhos (oque era uma coisa bem arriscada, já que tinha um inimigo rápido na minha frente pronto para atacar), mas não tiver problemas, alguns instantes depois já não sentia o chão no meus pés, abri os olhos e estava a uns sete metros do chão. Me imaginei indo pro lado, só que deveria ter imaginado melhor, porque assim como faço com um objeto, fiz comigo mesmo, me lancei para o lado com todo velocidade acertando e destruindo um morro de areia. O lugar tido ficou em silêncio depois daquilo, o único barulho que conseguia ouvir, era a risada descarada da Whit.
        Conseguir sair do corredor de pedras, agora precisava encontrar algo que eu poderia transforma em um arco. Corri um pouco, peguei dois galhos que vi no chão. Enquanto corria para me distânciar do Tramanda, transformei um ganho em um arco meio simples, e o outro em uma flexa. Fiquei frente a frente com aquela coisa, então provoquei ele.
- Me acerta com seu melhor golpe sua fumaça de escapamento(aquilo pra mim era uma super ofença) - ele pegou um dos rochedos que constitua o corredor, suspendeu sobre a cabeça, e esse foi o momento que esperei. Fiquei na posição que aprendi vendo o Dane atirando naqueles Tramandas da floresta, apoie um dos joelhos no chão, coloquei a flexa no Arco, ergui os ombros, mirei na "cabeça" daquela maldita fumaça, e antes de atirar olhei para um Whit e soltei um beijo de deboche. Lancei a flexa acertando diretamente onde havia mirado, o rochedo que ele segurava sobre a cabeça caiu em cima dele mesmo, e a fumaça se desfez no ar.
- Muito fácil. - Falei, mas não tinha sido muito fácil.
- Ok, então o senhor enfrentará mais dois desses - escutei a voz do Tio atrás de mim.
- Não... Não... Não... Eu tava brincando - me virei para ele falando desesperadamente.
- Eu sei senhor, eu também estava brincando - e ele soltou uma risada mais que estranha. Nunca vi ele rindo ou brincando, acho que meu subconsciente estava agindo.
         O palco começou a balançar e se modificar novamente, e uma voz surgiu.
- Muito bem Caro Senhor James, impressionante... - A voz do cara com o paletó apareceu subindo uns degraus até subir no palco, ou arena, sei lá - vimos que você tem duas aptidões, oque é raro, mas deseja ir para qual das Alianças meu caro James? - Ele já estava do meu lado, mas não olhava para mim, só colocou a mão pesada no meu ombro e olhava para a plateia. Tudo aquilo parecia um Show.
- Be...bem, eu queria par...participar dos Cybers. - Fico meio gago quando estou bastante nervoso. - Ok. - Derrepente todos na plateia ficaram de pé, até a Whit, e o cara do Paletó falou - TEMOS O MAIS NOVO PRIMEIRO CHEGADO. - E todos começaram a bater Palmas e gritar. Aquilo foi o melhor momento da minha vida... Não pera, melhor momento do meu coma eu quis dizer.
       Fui guiado de volta para meu assento, passei pela Whit rindo enquanto ela estava com a cara fechada de raiva.
- Cara você foi muito foda! - Afirmou Henry antes mesmo de me sentar ao seu lado.
- É, eu sei - e me sentei do lado dele, falando o suficiente para Whit ouvir.
- Humildade não é seu ponto forte James - disse em voz baixa Henry.
      O Cara do Paletó Branco continuo no meio do agora palco com um discurso, até chamar o próximo chegado para o ritual.
- Whitney?! - Falou ele. Ela se levantou sem falar nada e seguiu direção ao até agora palco, mas antes me deu uma encara fria, e naquele momento eu senti pela primeira vez um verdadeiro medo.
        Ela se posicionou no meio do palco como eu, o cara do Paletó Branco falou as mesmas coisas, deram os mesmos aplausos, o palco de modificou da mesma forma, mas a criatura que apareceu era diferente.
- Um demônio?! - Exclamou o bigodudo - ela deve ser bastante forte, esse tipo de demônio tem a força de um anjo comum. - Depois daquelas palavras olhei fixamente para a arena ignorando qualquer coisa que o Henry tagarelava do meu lado.
      A luta começou e fiquei mais nervoso vendo ela ali do que na minha própria luta. Sem ao menos pensar, ela partiu para cima do demônio, que cai aqui em entre nós era bastante feio e amedrontador. Ele era bem gordo e alto, estrutura física como de um humano, era todo vermelho, tinha lábios enormes e dentes maiores ainda, sem falar dos olhos totalmente pretos e sem vida. Ela se aproximou dele, se abaixando de um soco que tinha sido direcionado a sua cabeça, e no mesmo movimento subiu com um gancho bem no maxila da coisa o lançando para longe, o soco foi tão forte que o barulho ecoou por toda a plateia. O demônio caiu de costas, mas se levantou rapidamente e nem ao menos perceber ela já estava do seu lado novamente. Era muito rápida, e com reflexos incríveis, ela colocou as duas mãos atrás da nuca do demônio e acertou o rosto dele com uma joelhada. Naquele exato momento fiquei muito feliz, não por ela está ganhando, mas por não ter brigado de verdade com ela. A luta não durou muito, o demônio mal tocou nela, o máximo que ele conseguiu foi acerta um soco em sua barriga que não surtiu nenhum efeito nela. Depois de uns quatro minutos de luta injusta, ela ganhou com um chute giratório saindo do chão e acertando em cheio o nariz do agora pobre demônio.
       Ela nem tinha suado, e muito menos ofegava. O ritual contínuo, Ela decidiu ir para os Hércules e voltou para sua poltrona, mas antes de se sentar olhou para mim e me deu um sorriso de lado, não aquele que se da quando se estar flertando, mas aquele que se da quando quer provocar, e foi oque essa metida conseguiu.
         Se passaram mais alguns rituais, nenhum emocionante, alguns chegava a ser tedioso, até que olhei para o lado e vi Henry tremendo as pernas e limpando a mão suada na calça.
- Qual o problema cara? - Tentei descontrai-lo porque vi nitidamente seu nervosismo.
- Vai ter um momento hoje em que eu estarei ali, e não sei se consigo, sou muito tímido pra qualquer coisa. - Suas pernas não paravam de tremer, e ele soava muito.
- Não se preocupe, eles colocaram algo do seu nível, você com toda certeza irá ganhar.
- E esse é meu medo, eles colocar algo do meu nível... - E quando ele terminou a frase, ouviu-se um eco por todo o lugar "Henry Gignove" - agora é minha vez...
      Imaginei se naquela situação ele conseguiria levantar, mas no final conseguiu, eu dei um tapinha nas costas dele com se dissesse "você consegue cara", ele caminhou lentamente até o então palco, ocorreu tudo como previsto, o palco se tornou uma arena diferente, dessa vez era um pântano, com árvores dele molhadas, lama e muita água.
- Que pena, ele ira enfrentar um aquático... - se lamentou meu tutor, mas porque "que pena", pena da monstro ou do Henry?! - Senhor pra responder sua pergunta, e pena do seu colega...

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