A odisseia se passa no fundo do oceano. Um pouco mais fundo, existia uma escotilha submarina. E como qual sua função, nela havia um homem.
Não um homem qualquer. Um oceanógrafo. E como qual a escotilha, também tinha uma função.
Sua função era estudar as profundezas do oceano. Contudo, eram as profundezas de si próprio que eram estudadas.
Cada eco abafado do mar lá fora fazia-o lembrar de que estava confinado. Preso numa câmara consigo mesmo.E também, havia um pequeno rádio.
Não preciso dizer que assim como a escotilha e o homem, o rádio também tinha sua função.
A função do rádio era transmitir para as outras pessoas lá fora, o que o homem estudava aqui dentro.
E também para que ele não enlouquecesse.
Usava o rádio para manter sua sanidade ao transmitir mensagens. Mas em troca, a única coisa que conseguia ouvir era estática.
E por vez ou outra, o ranger das toneladas de aço que compunham a escotilha.
Apesar dos ecos, ranger e estática, no geral, o silêncio lembrava muito o silêncio de uma biblioteca.
Havia alguns livros. Uma boa quantidade deles.
E coincidentemente, esse foi o último que ele leu antes de morrer.
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Camadas do Medo
HorrorOs fatos a seguir são frutos de uma mente conturbada e eu não aconselho ou estimulo que os sigam em qualquer aspecto.