Camadas do Medo

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Começou a melhor das quatro estações, o Outono.

Eu gosto muito do Outono principalmente porque as folhas das árvores caem.

Não é o cair das folhas que desperta minha atenção, e sim, o que isso representa em sua totalidade para a natureza.

Além de que são realmente belas com aquela aparência meio morta.

Apenas aparência, mas a verdade é muito mais sutil quando olhada de perto.

As folhas caem porque os dias ficam mais curtos, e com a menor incidência de luz solar, a árvore simplesmente deixa suas folhas cair para poupar energia e sobreviver.

Alguns dizem que sou o filho do demônio, e ao longo da história, até mesmo eu adotei essa identidade, mas meu nome é Drácula.

Ao encontrar uma futura esposa, faço uma analogia as quatro estações a todo processo de transcendência vampírica.

A primeira delas é a Primavera. Observo-a desde a infância, acompanho-a, com base em sua linhagem sanguínea, porém não interfiro em sua vida e escolhas.

Logo em seguida, o Verão, onde com sagacidade, conquisto minha futura esposa, que nesse ponto possui plena capacidade sexual para reproduzir minha ninhada de filhos no futuro.

Então, o Outono. Ah, o Outono. Revelo-me perante a ela e converto-a para minha raça com uma mordida na jugular.

Assim como as árvores no Outono, elas ficam ainda mais belas com aquela aparência meio morta, mas na verdade, apenas está poupando energia para sobreviver. A transcendência é magnífica.

E por último, o Inverno. Ela renasce com pele fria, sedenta por calor e grandes multidões. Sua fome é imensa.

Posso estar te observando nesse momento e te acompanhando de longe, consigo assumir muitas formas, até mesmo pensar em mim me atrai.

Quanto aos homens, tenho muitas bocas para alimentar.

Eu sou o Drácula.