You Just Need To Ask

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Malibu, 9:35 PM.
45 horas após o acidente.

-Então... O que aconteceu depois que eu apaguei no meio da estrada?

-Hm... Basicamente... Eu fui atrás de você e vi uma multidão ao redor de alguma coisa. Quando me aproximei, vi você lá deitado no chão e desacordado por culpa minha. Eu mandei todo mundo se afastar, mas já tinham chamado uma ambulância. Aí eu te acompanhei até o hospital. Depois que eles terminaram os primeiros cuidados e você ficou estável, eu mandei te transferirem para cá.

-Para a sua casa?

-É. Você tem médicos particulares aqui.

Sorri e tomei mais um gole do meu chocolate quente. A vista estava incrivelmente linda, de uma forma que eu nunca tinha visto antes. Afinal, nunca tinha estado naquela casa. O frio que vinha da água do mar era inexplicavelmente tranquilizante. Apesar do meu corpo ainda doer um pouco, eu já estava bem melhor. Afinal, minhas células se regeneram muito mais rápido que as de uma pessoa normal. Não precisava de todos aqueles cuidados. E Tony sabia disso. Algo me disse que ele só queria uma desculpa para me manter lá por mais tempo. E, pelo que eu podia dizer, estava dando certo.

O caso é que eu não sabia em que pé estávamos. Sim, nos beijamos. Mas e aí? O que aconteceria a partir de agora? O ego de Tony não o permitiria engatar em um relacionamento sério. Ainda mais com o "Capitão América"! E eu mesmo não queria fazer parte de um. E se tivesse sido apenas um "fica" de uma noite, tudo bem. Mas nós dois sabíamos que não tinha sido.

Eu sentia como se fôssemos um casal de adolescentes. Lidando com conflitos emocionais e tornando as coisas piores do que realmente são. Nunca havia me sentido assim. Nem mesmo com a Peggy. Tão em paz e tão em guerra. Tão feliz e tão bravo. Tão disposto e tão exausto. Era extremamente estressante na maior parte do tempo.

Após uns intantes de absoluto silêncio, decidi falar:

-É melhor eu ir fazer minhas malas.

Ele levantou-se em um pulo, imediatamente.

-O quê? Mas você ainda precisa de cuidados!

-Ah, Tony. Já se passaram dois dias.

-QUASE dois dias! Além do mais, ainda é muito cedo para dizer se você está bem. -argumentou, vindo atrás de mim.

-Eu me sinto ótimo.

-Bom, pois não parece. Você tá ridículo.

Virei para o lado no corredor e vi meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam injetados, como quando eu acordo e também um pouco arroxeados. Fora isso, eu estava normal. Dei de ombros.

-Estou do jeito que sempre estive.

-Do jeito de sempre, Steve? -disse, sarcástico, pondo as mãos nos quadris- Você mal consegue andar!

Não resisti. Comecei a rir. Ele definitivamente estava ficando sem ter o que dizer.

-Eu não estou com dor em absolutamente nenhuma parte do corpo.

-Você pode ter tido uma concussão ou uma hemorragia interna, Cap.

-Tenho certeza que já teriam descoberto a essa altura.

Ele bufou, coçando a cabeça logo em seguida.

-Tudo bem... Eu admito.

-Admite o quê?

-Eu estou arrumando desculpas para você ficar.

Minha expressão de riso mudou. Sério, encarei-o, tentando entendê-lo. Porém, Tony não olhava diretamente para mim. Muito hesitantemente, e sem ter certeza do que estava fazendo, me aproximei dele. Eu era pelo menos uns 7 centímetros mais alto que Tony, o que me fazia ter que olhar para baixo quando estávamos muito próximos. Sem dizer nada, passei ambos os braços envolta de seu corpo, e o apertei levemente contra o meu. Num primeiro momento, ele se mostrou um pouco tenso, mas logo se rendeu à minha demonstração de afeto. Com a minha bochecha pressionada contra seus cabelos escuros, sussurrei:

-Você não precisa arrumar desculpas, Tony. Basta pedir.

Não tinha certeza, mas poderia apostar que ele havia sorrido naquele momento.

Like Toy Soldiers • StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora