Smiles

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Era sábado. Não tinha nada para fazer. O serviço voluntário já estava quase no fim, mas nós tirávamos os fins de semana de folga. Sinceramente, naquele dia eu não estava a fim de descansar.

-Vou sair. -falei, antes de abrir a porta e fechá-la atrás de mim.

Antes de alcançar o último degrau, Tony me seguiu e perguntou:

-Aonde você vai?

-Na casa de uma amiga.

-Desde quando você tem amiga aqui? -disse em um tom de desdém.

-Desde que você me deixou fazendo o trabalho sozinho.

-O quê? A gente concordou em dividir o trabalho!

-Foi. Eu sei. Só estou respondendo sua pergunta, Stark. Me deixa ir, agora?

-Você não tá com raiva?

-Não.

Ele não respondeu e provavelmente não acreditou. Então eu parei de andar e olhei para ele.

-Eu não estou com raiva, Tony! Só vou na casa da Reagan.

-Que Reagan?

-A garota! -exclamei, tirando as mãos dos bolsos.

-Tá bom. Tá bom! Vou voltar para casa, tio. -disse, revirando os olhos e voltando para casa.

-Cala a boca, Stark. -brinquei.

Ouvi-o rir baixinho quando andava para longe de mim. Balancei a cabeça em negativa e dei um sorriso também.

Caminhei por um tempão até chegar primeiro ao The Red, e depois à casa de Reagan. Subi os degraus e bati na porta. Fiquei esperando alguns segundos e bati novamente, imaginando se havia alguém em casa. Neste instante, uma garota de cabelos pretos na altura do ombro, tatuagens coloridas pelos braços e vestida com uma calça de pijama afastou a porta para longe da parede.

-Olá... -ela falou meio confusa.

-Oi. Eu sou Steve. A Reagan me convidou. -dei de ombros.

-A Reagan te convidou?

-É. Quer dizer, eu só vim para não ser mal educado. -menti. Na verdade eu precisava ficar um tempo longe do Tony mesmo.

-Ah, tudo bem... Eu sou a Camille. Pode entrar! -ela falou por fim, sendo mais simpática do que antes.

-Obrigado. Hm...

Fiquei em dúvida se deveria me sentar ou permanecer em pé. Camille estava atordoada rodando de um lado para outro, arrumando a sala e tirando roupas e livros de lugares como sofá e televisão. Pensei em dizer que eu não me importava com a bagunça, mas (1) seria como dizer que o lugar estava bagunçado e (2) parecia que ela faria aquilo de qualquer jeito.

-Você parece apressada. -comentei.

-Hm... Não estou, para falar a verdade. Mas não é algo ao qual eu não esteja acostumada. Sou uma "bar girl" à propósito. Se é que Reagan não te contou isso. Normalmente ela fala pelos cotovelos.

Assenti com a cabeça, imaginando se ela tinha percebido que também estava falando pelos cotovelos. Sorri com isso.

-Ah, pode sentar, Steve! Desculpe. A Reagan já vem... É... Só um instante. Ela está no quarto. Vou chamá-la. Com licença.

-Hm.. Tudo bem!

Quando garota entrou em um corredor meio escuro, pude ouvir um bater de porta e logo depois um diálogo meio abafado. Peguei um cubo mágico que estava sobre uma das almofadas e fiquei brincando com ele enquanto ela não voltava.

Like Toy Soldiers • StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora