||New York – Three Years Later||
Depois de toda uma adolescência bastante complicada, causada pelo conflito que tive com o Justin. Eu consegui mudar bastante, consegui seguir meu rumo e deixar tudo para trás. Mudei-me há três anos para Nova York. E agora trabalho como agente do FBI. Por incrível que pareça, sim, eu Scarlett virei uma agente do FBI. Muito bem sucedia, e uma das mais renomadas agentes da companhia. Não poderia estar mais feliz. Nem parece que um dia fui uma nerd de cabelos bagunçados e uns óculos fundo de garrafa, com aparência de quem não teria futuro algum.
Posso dizer que tirei um bom aprendizado com aquela briga, mesmo que eu tenha sofrido bastante com a decepção de uma amizade, mesmo que eu tenha ficado quase um mês sem conseguir sair de casa, e mesmo que eu tenha chorado muito por causa daquele babaca. Eu aprendi que homem nenhum tem o direito de pisar em uma mulher e muito menos em mim.
Eu sofri bastante naquele tempo. É claro que não era por que eu queria sofrer, mas era pela tamanha decepção de recebe tudo aquilo de uma só vez e de alguém que eu acreditei que gostasse de mim. Eu resolvi mudar, resolvi me mudar de Londres e vir morar em Nova York. Eu entendi que Londres não era o meu lugar e eu precisava achar o meu lugar. Eu com toda certeza encontrei o meu lugar, Nova York!
Mudei física e mentalmente, mas não por homem algum, menos ainda pelo que o Justin disse e sim por mim mesma. Eu precisava me sentir bem comigo mesma, e hoje sim, eu consigo. Livrei-me dos óculos fundo de garrafa e não hesitei em usar lentes de contato. Alisei meus cabelos e hoje estão enormes. Pintei meus cabelos e abusei do loiro, não preciso mais de academia, até porque o trabalho o trabalho é tão pesado que me impede de adquirir uns quilinhos a mais.
Se parar bem para reparar, e comparar o que sou hoje, com o que eu era há três anos. Concluo que estou irreconhecível. Meus seios estão maiores, ainda me lembro de quando torcia para eles crescessem mais. Minha bunda deu uma grande avantajada e já não sou mais uma garota esquelética sem qualquer volume no corpo. Algumas amigas chegam até a dizer que me invejam dos pés a cabeça! Sinceramente? Eu nunca imaginei que um conseguisse criar curvas, ter um belo corpo, pele macia, unhas bem feitas, e um cabelo sedoso.
Ganhamos um novo chefe, o Vin. Conhecido como o Chefe Ogro. Isso pelo fato de ele mandar e desmandar sem dó nem piedade. Sem contar que ele não é nem um pouco simpático, só nos vê para dar às devidas ordens e se tranca no escritório impecável a que lhe pertence. Eu nem sei como, talvez o meu jeito calmo, e paciente de tratar as pessoas, conseguiu conquistar a confiança do chefe, todos ficam surpreendidos com o fato de eu ter um contato diferente com ele. Sou tratada como uma filha, e isso me agrada muito.
Jeremy chega à minha sala e avisa que Vin quer me ver urgentemente. Saio de meus pensamentos e sigo para sua sala, ajeitando minha saia amassada por estar sentada há tanto tempo.
-Com licença. –digo após dar duas batidas na porta.
-Entre Scar, sente-se. –diz com serenidade indicando a poltrona à frente de sua mesa.
Faço o que ele me pede e sento-me confortavelmente em sua poltrona enquanto ele me encara sério. Sua expressão é serena. Ele repousa suas mãos cruzadas sobre a mesa de vidro fumê e respira fundo.
-O assunto que temos para tratar é bem sério, estou te dando à responsabilidade de uma nova missão.
Abro um sorriso largo, e ajeito-me melhor na poltrona demonstrando interesse no assunto.
-Isso é bom. Estou animada. Terminei ontem a ultima missão. –digo satisfeita e ele me abre um sorriso satisfatório.
-Eu sei bem Scar. Você é uma ótima agente e sabe como resolver tudo bem rápido. Mas a questão agora é um pouco mais complicada. A pessoa com que vamos lidar é bem mais que qualquer outro criminoso. Ele é bastante calculista, e sorrateiro. –diz sério e eu engulo em seco ao sentir um arrepio estranho percorrer meu corpo.
-Tudo bem. Então o senhor pode me dizer do que se trata, e eu prepararei meu psicológico. –digo séria e ao mesmo tempo em um tom de brincadeira. Apenas para descontrair.
-O caso gira em torno de um criminoso, ele é identificado como Drew, mas pelo que sei seu nome é composto por outro sobrenome. Ainda não temos provas concretas contra ele, mas ele é o principal suspeito das ultimas mulheres milionárias mortas. Podemos identificar isso por golpe do baú. Ele as seduz, casa-se com elas, e no final as mata para ficar com tudo o que pertencia a elas.
-E como tem tanta certeza de que foi ele?
-Simples. A ultima mulher com quem ele se casou, tinha dois filhos. Eles desconfiavam do Drew há um bom tempo, a mãe deles vinha passando mal frequentemente, e quando médicos a visitavam, o diagnostico era intoxicação. –diz e solta um longo suspiro. –A suspeita é de que o Drew estivesse usando produtos tóxicos na comida e bebida da mulher.
-A casa tinha câmeras?
-Até antes de eles se casarem tinha. Ele as tirou assim que teve oportunidade. E isso foi um dos motivos que levou os enteados, a pensarem que ele estivesse causando a intoxicação da mãe deles.
-Que merda. –esbravejo.
-Antes de começarmos a investigação, precisamos saber sobre algo sério, aqui dentro. –ele diz em tom desconfiado e pensa por um momento. –Acho que temos um informante do Drew aqui dentro.
-Um informante? –indago incrédula. –Acho impossível Senhor. Nossa equipe é bastante unida. E esse cara não pode ter tanto poder assim para conseguir alguém aqui dentro.
Ele levanta-se e pega uma caixa dentro de seu armário e volta a se sentar colocando a caixa sobre a mesa.
-Assim que ele soube sobre nossa investigação. Ele colocou algum "X9" aqui dentro e deixou um recado. –diz sério.
Vin não disse mais nada. Apenas empurrou a caixa para mais perto de mim e indicou que eu abrisse. Um aperto me tomou, e uma agonia horrível. Pego a caixa em meu colo e a abro tendo a visão completo de uma mão ensanguentada com um anel preso a um dos dedos. Eu poderia reconhecer aquela mão de longe. Eu poderia reconhecê-la em qualquer lugar.
-Sinto muito Scarlett. Chris teve seu fim... –diz com pesar e eu já sinto meus olhos marejarem.
-Não pode ser. –sussurro antes de cair em prantos.
O meu Chris... O meu melhor amigo! Aquele cara não pode ter feito isso. Eu vou fazer aquele filho da puta pagar no inferno pelo que fez. Nem que isso seja a ultima coisa que eu faça!
(...)

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Only Exception
Romantizm"Eu fiquei sem chão. Pensei que ele fosse diferente. Pensei que ele se importava comigo de verdade. Pensei que ele gostasse de mim de verdade, como dizia todos os dias. Mas eu me enganei. Cai em minhas próprias ilusões e agora sofro as consequências...