talvez eu ouça

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Minha mente é meu coração estão em guerra, minha mente me diz pra mim mandar Daniel a merda, ele me abandonou em um momento horrível, me agrediu , mas o meu coração grita pra mim ouvir o que ele tem a falar, todos merecem uma segunda chance, não? Vou abrir a boca pra falar quando vejo minha bolinha vindo correndo e agarrar o pé do Daniel, Eduardo começa a rir sem parar, é Daniel olha assustado pro seu pé. Safira esta mordendo e balançando sem parar, já se pode ver que ela não gostou nada do visitante. Ela está muito linda, cresceu muito e engordou também.
-safira vêm aqui.
Digo segurando o riso, ela senta do meu lado como uma Boa menina, mas seus olhinhos não sai do nosso visitante surpresa.
- acho que ela não gostou de mim?
Daniel diz olhando pra safira que rosna, Eduardo chega perto e ela sobe no colo dele, Daniel olha com a cara fechada mas não fala nada, não perco o sorriso debochado que Edu lança para Daniel.
-Daniel, Eu não tenho todo tempo do mundo, o que você quer tanto me dizer?
Falo apontando pro sofá para que ele se sente.
-antes de tudo peço que me entenda ou pelo menos tente. Eu não tava no meu normal Letícia.
-isso eu tenho certeza.
Digo cortando sua fala, ele me olha com aparência de dor.
-por favor não faz isso, eu realmente sinto muito. É uma longa história mas eu vou te contar tudo.
Ele diz, Eduardo observa tudo em silêncio, mas em momento algum faz questão de nos deixar sozinhos.
-estou ouvindo Daniel.
Digo pra ele continuar.
-bem, quando a gente se conheceu eu realmente descobri o que é gostar de alguém de verdade. O tempo se passou é a cada dia eu te amava mais, eu tinha completa certeza que eu não conseguiria mais viver sem você, então fiz o pedido de casamento, que você disse sim me fazendo o homem mais feliz do mundo todo. Eu tinha planos pra gente, mas nenhum incluía um bebê, quando me disse que você estava grávida, Eu fiquei louco.
-isso não é motivo pra você ter feito o que fez Daniel.
Enterompo novamente, minhas lágrimas ganharam vida própria e querem fugir, mas eu sou forte.
-por favor me deixe terminar.
Apenas afirmo com a cabeça.
-eu realmente fiquei pertubado, tudo o que eu pensava era em ser um pai como o meu, que você não me amaria mais, que eu iria perder você, essa loucura me faz perder as duas e passar seis meses e meio enternado .
Tenho certeza que minha boca esta no chão, ele realmente ficou louco, ele ficou enternado , ele tava doente.
-o que?
Digo com as lágrimas lavando meu rosto agora.
-você não me abandonou?
Digo baixinho, Daniel levanta e se ajoelha de frente pra mim, ele segura minha mão.
-eu não podia te abandonar, você era o ar que eu respirava, eu nunca abandonei você.
Ele me abraça, um abraço que muitas vezes chorei por não ter. Daniel beija meu rosto.
-eu senti tanto sua falta, Eu sonhava com som do seu sorriso, eu sonhava com seus olhos toda noite. Eu acompanhei sua gravidez inteira de longe, eu cheguei a subir escondido no seu quarto, só pra ver você dormir. Mas eu sabia que não estava bem, eu sentia raiva, tristeza, alegria, ódio, ciúmes, meu humor mudava de uma hora pra outra, tentei ficar longe o máximo que consegui, estava indo tudo bem até aquele dia que eu te encontrei na rua, eu tive um surto é isso custou a vida da minha filha.
Daniel soluça como uma criança, Ele me abraça e pela primeira vez choramos juntos a morte da nossa filha. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas volto a realidade quando Eduardo me entrega um copo com água, eu tinha até me esquecido que ele estava aqui.
-obrigado.
Digo pra ele, Eduardo senta do meu lado é segura minha mão mas sua cara não é nada boa, Daniel olha por um tempo é depois se afasta.
-quando você sofreu o acidente eu chamei a ambulância é fui embora, não suportava a ideia que eu tinha feito aquilo, você me implorou por ela mas eu não sabia o que fazer. Quando cheguei em casa eu bebi uma garrafa de uísque e duas cartelas de remédio.

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