Capitulo 3

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-Emma, preciso de uma resposta por favor - senti coração dela a bater cada vez mais depressa, demonstrando a adrenalina em eu responder.
-Me conhece à dois dias e me fala isso? Eu não sou nenhuma prostituta a dar meu corpo em troca de jantares e dormidas no seu quarto de hotel! Não sou o que pretende, desculpe.
-Miss Gracie, agradecia que pedisse desculpa a si mesma pelo nome feio que se chamou. - Parecia chateada mas nem queria saber. - e acredite, você à semanas que é tudo o que eu quero.
Meu deus, à semanas? O que aquilo queria dizer? Tentei manter minha postura.
-Não peço desculpas nenhumas porque sei que não sou. E não, não sou o que você quer. Agora agradecia que me levasse até casa por favor.
-É mesmo isto que você quer Emma? Eu podia mostrar-lhe como uma aula de demonstração, o que acha? - olhando para mim da forma mais tarada possível.
Aí, aquela mulher estava a pedi-las. Dei-lhe um estalo para que ela perceba que não sou uma oferecida e virei costas.
Fiquei logo arrependida pelo meu ato, mas ela estava a merecer.
Fui até à porta e virei-me e vi ela, direita e estática, a olhar para mim com a cara ligeiramente vermelha e os olhos de quem me comia viva.
-Quero que me leve a casa!
-Assim será.

Fomos as duas até ao carro, e não sei como Gabe estava lá. Será que eu com o sono é que nem reparei que ele lá estava? Mas não interessa, esse era o menor dos meus problemas no momento.
Abri a porta de traz e sentei-me, sem sequer olhar aquela cara a meu lado.
-Tem a certeza que quer isto? - disse ela, tocando em minha perna. Meu deus, como aquele toque me deixava tão bem, eu queria sentir como seria ela me tocar pelo corpo inteiro, pesquisando minha curvas e encontrando minhas imperfeições. Meu sistema nervoso ficou no maximo ao sentir ela apertando minha perna, subindo cada vez. Dei um suspiro malvado, sentindo-me de certo modo, rendida ao toque da mao macia dela, mas ganhei força.
-Pare com isso. Leve-me para casa já, e nunca mais quero olhar a sua cara.

Foram os 40 minutos mais longos e enervantes da minha vida. Mas quem ela pensava que era... Chegava ao pé de mim, me oferecia um jantar e ia para a cama comigo? Fuder?

Finamente, cheguei a porta de minha casa.
-Adeus Sarah.
No momento que eu saia do carro, ela num movimento rápido, agarrou no meu braço e me puxou, de forma a me sentar de novo. E nem me deu tempo de dizer uma única palavra, e tocou seus lábios nos meus. O meu sistema explodiu como fogo de artificio da cabeça aos pés. Ela sem permissão enfiou a língua dela pela minha boca, percorrendo todos meus lados de forma sexy. Agora sim ela podia me fuder...
Eu me estava a render a ela, a aceitar ela em mim. Até que, nem sei se por vingança ou por não ter gostado de meu beijo, afastou a minha boca da dela. Todo meu sistema fixou pedindo por mais.
-Adeus Emma. Espero que esteja ciente do que disse. Nunca mais irá olhar minha cara.
Sai do carro, como uma criança a quem tinha sido roubado um chupa. Abri a porta da minha casa, e finalmente senti conforto.
Fui logo lavar a cara, pensando no que tinha acontecido. Não era normal pois não? Uma rica se aproximar de uma vulgar, a leve a jantar, durma com ela e depois lhe peça para fuder! Não... Não é normal.
Mas aquele beijo... Não saia da minha cabeça. Aqueles lábios perfeitos e macios, beijando minha boca virgem de beijos com rapariga.

Quando olhei no relógio, reparei que marcava quase 1:00 da manhã. Tinha de dormir, amanha iria trabalhar.

Ainda fiquei na cama, irrequieta na cama, a pensar se ela amanha iria tomar seu café à mesma como teria feito no dia anterior. Mas ela deixou bem firme que nunca mais eu iria olhar a cara dela. Senti-me arrependida por ter dito isso. Queria sentir de novo aqueles lábios perfeitos nos meus.
Adormeci, a pensar no beijo que aquela Sarah me teria dado, com a noção de que não aconteceria mais.

Mais um dia de trabalho chato, já tinha voltado a rotina diária. Acordar cedo, trabalho, casa para almoçar, trabalho, e casa. Poderia muito bem me acostumar à noite agitada e com beijos como o de Sarah. Ela não saia mais da minha cabeça. Já tinha pensado ir de novo ao bar dela e fazer-me de desmaiada de novo para ir para aquele escritório sombrio dela de novo e sentir ela me observar fixamente com aqueles olhos azuis.

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