Logan

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Segui um caminho ingrime que levava até um laboratório "abandonado". Parei uns cinquenta metros de distância do local em um morro que me dava uma boa visão de tudo.

Segurança máxima pelo que eu podia ver. Perto de todas as entradas havia no mínimo dois monstros. Não eram monstros gregos típicos. Eram aberrações misturadas. Frutos de experiências científicas. Era quase impossível de entrar no laboratório.

Eu estive aqui cinco vezes estudando o local. E descobri que só havia uma maneira de entrar.

Por que, Logan? Não tem jeito mais seguro? Não, claro que não.

Se eu descesse esse morro alguém ia me ver e se eu não descesse estaria aqui para nada.

Brandi minha espada rachada no meio e colada com Superbonder e desci o morro correndo.

O primeiro monstro foi fácil. Ele estava de costas, mas seu amigo me viu e tentou me atacar.

Com o lance de nunca se curar fiquei muito cauteloso a respeito de se machucar então me esquivar se tornou um sexto sentido.

Esse segundo também foi pro brejo.

Um alarme foi soado. Toda a guarda foi em minha direção. Parecia um enchame de abelhas quando você cutuca a colméia.

Matei dois com um único golpe giratório mas no terceiro minha espada se partiu. Parei de lutar.

Levei alguns socos, um arranhão, uma espetada nas costas e uma mordida no braço, mas isso parou bem rápido quando eles tiveram certeza de que eu não ia a lugar algum. Me arrastaram para dentro.

Observei cada canto do local. No começo realmente parecia apenas um laboratório abandonado mas depois as coisas foram piorando.

Algumas partes humanas, animais e de monstros estavam em potes com formol. O cheiro era horrível. Avançamos para uma parte cheia de mesas de cirurgia, monstros sendo costurados uns nos outros, sendo abertos e repicados, e cheiro de alcool.

A última sala foi a pior. Haviam crianças, bebês e jovens, todos amontoados e mortos em um canto. Alguns sobreviveram e foram colocados em tanques com fios ligados em toda parte. Pelo menos tiveram a decência de colocarem vestidos nas garotas e (apesar de não ser muita coisa) uma calça nos garotos.

Então eu vi Arya. Era a ultima da fileira de tanques. Parecia morta. Estava pálida e inconsciente, não muito diferente dos outros.

No fim da sala tinha uma mesa de ferro com algemas e bolsas de soro suspensas.

Eu sabia o que ia acontecer. Com um movimento quase imperceptível coloquei um pedaço de ambrósia de baixo da lingua. Não sabia se ia funcionar mas era minha esperança.

Me deitaram na mesa e me prenderam com as algemas. Espetaram o meu braço e inseriram o soro.

A minha visão ficou meio borrada e os sons passavam por um túnel antes de chegaram aos meus ouvidos.

Uma outra pessoa entrou. Usava uma roupa branca e era alta.

- eu não acredito! - era uma voz masculina - ele veio até nós?! Não tivemos chance de testar o poder do veneno porque o hospedeiro morreu, mas agora... Podemos fazer inumeros testes! Quantas possibilidades!

E então tudo ficou escuro.

Sonhei com Maggie. Estávamos em uma praia sentados na areia. Não houve diálogo. Não precisava. Ela estava sentada ao meu lado com a cabeça apoiada em meu ombro. Ela ia falar algo mas então o sonho mudou. Estava tudo escuro e Arya estava deitada no chão.

- Arya! - corro até ela

- Logan? - ela diz ainda com os olhos fechados - Logan!

Arya se levanta com um pulo e me abraça. Ela começa a chorar.

- eu vou te tirar da qui. Não se preoucupe.

- por que veio aqui? Por que se machucou por mim, Logan? Eu não tenho mais medo.

Ela me mostra o colar de couro com o dente de Drakon que eu lhe dei. Poseidon deu de presente à minha mãe.

- nós temos que ir, Arya. Precisamos de você. Temos que ir.

- como você acordaria? Eles nunca tiram aquelas agulhas que injetam o soro. nunca.

- quanto tempo demora para o efeito do soro passar?

- quando eu podia andar por aqui ouvi um dos médicos dizendo que duram três dias.

- Nós vamos sair da qui. Não se preocupe.

Acordei repentinamente. A ambrósia tinha duncionado. Estava em um tanque cheio de algum líquido e fios se ligavam por quase todo o meu corpo. Tinham levado meu moletom mas graças aos deuses minha calça ainda estava comigo.

As feridas da luta ainda estavam aqui, mas foram costuradas. Não sentia nada no momento. Nenhuma emoção, nenhuma dor, nada.

Arya estava no tanque ao lado do meu.

Usei a água para quebrar o vidro do tanque de Arya e do meu nas acabou quebrando todos.

Saio arrancando os fios e faço o mesmo com Arya. A pego no colo e corro até a saída de emergência

Peço para que Black Jack chegue até mim. O pégaso tem me ajudado a encontrar Arya. Acabei me apegando a ele.

O caminho todo estava livre. Abri a porta da saída com as costas. Um cão infernal do tamanho de um boi morde meu ombro. Não que tenha lá muita carne mas doeu.

Essa dor desencadeou uma série de outras dores. Minhas emoções e sentimentos voltaram.

O animal deu uma patada e eu me esquivei. As garras passaram de raspão no rosto de Arya fazendo dois cortes.

Quando ele foi atacar uma terceira vez, Black Jack apareceu e deu um coice no cão o jogando longe.

Coloco Arya no lombo do pégaso e depois subo também..

- agora podemos votar para o acampamento, Comedor de Dunuts.

- Você realmente quer aparecer por lá assim? Sem camiseta? Qual a impressão que você vai passar para os outros, chefe? Vamos pelo menos pegar um casaco para você.

Estava com a cabeça doendo de mais para discutir.

Paramos em frente à uma loja de roupase de algum jeito Black Jack entrou sem ninguém perceber ( se bem que tinha uma garota desmaiada e um garoto sangrando em cima de um cavalo com asas passeando na rua e ninguém viu) e trouxe um moletom vermelho.

- para disfarçar o sangue - explica ele

Coloco o moletom e deixo o braço machucado por dentro. Simplesmente porque se eu mexesse sequer um dedo o braço queimaria de dor.

E voltamos a voar em direção a long Island.

A Maldição dos SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora