Arya

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Depois do ataque dos lestrigōes, levei Lilly para a enfermaria. Ela tinha quebrado o braço.

O que vi foi muito estranho. A água flutuou até Lilly e dançou em seu braço curando-a. Me disseram que ela era filha de Poseidon, um dos três grandes.

O último filho de Poseidon foi Percy Jackson, depois dele não houve mais nenhum.

Confesso que fiquei um pouco chateada por meu pai não ter me proclamado ainda, todos os semideuses que chegaram comigo já foram proclamados.

Enfim, depois de Lilly se curar todos estavam de boca aberta, literalmente. Até os médicos que estavam socorrendo uma garota desmaiada derrubaram-na quando viram a água flutuando.

- eu sou uma filha de Poseidon? - perguntou Lilly

- não você é "a" filha de Poseidon! - eu respondi

- isso mesmo, "a" filha de Poseidon. - concordou um médico

- o que foi isso? Essa menina acabou de ser possuída pela água! - disse a menina que estava desmaiada e agora não estava mais.

- ela não foi possuída, ela controlou a água para se curar, idiota. Espera, você não estava desmaiada? - disse um menino muito parecido com ela.

- como assim? Se curar com água? Não entendi.

- ela possuiu a água. - disse o garoto

- ela não possuiu a água! - disse eu zangada

O garoto me olhou com um sorriso atraente. Seus olhos azuis brilhavam.

- eu sou Rick! E... De nada por ajudar a sua amiga.

- obrigada. Arya. - eu acho que isso saiu sem sentido

- a "sua amiga" se chama Lillith, mas pode me chamar de Lilly. - falou Lilly

- e eu sou Lauren! Não me excluam!

Essa menina, Lauren é meio escandalosa. Não fui com a cara dela, mas pelo jeito Lilly adorou a garota.

No outro dia, por volta de umas quatro horas, um pequeno grupo chegou ao acampamento em um Camaro preto todo destruído. Eles pareciam legais mas mantive distancia.

Fui ficar com os pégasos, são o melhor tipo de companhia quando sua melhor amiga te troca por uma chata e metida. Celei um pégaso, não foi um especifico pois ainda não tinha um só meu. Ás vezes, alguns falam comigo, mas acho que é tudo da minha cabeça, sempre ouvi coisas.

Quando estava andando, vi raios perto de Lauren, ela tinha sido proclamada, filha de Zeus. Todos ficaram em cima dela, a elogiavam e veneravam como se fosse uma rainha.

- Nossa! Não acredito nisso! - ela berrava. - Eu sou a princesinha do Olimpo!

Fui para o celeiro, lá era o lugar mais tranquilo.

Eu fervi de raiva, e tudo ficou pior ainda quando um campista qualquer me parou e pediu o pégaso.

- você poderia me emprestar o floco? A Lauren quer andar de pégaso mas os outros são muito ariscos.

- o que eu ganho com isso?

- NADA! Agora me passa logo esse pégaso!

- e se eu não quiser?

- você não tem que querer! Lauren quer o pégaso e ela vai ter.

Essa Lauren não merece nem o cuscuz que come, ela é burra de mais para isso, e eu falo porque vi, ela estava xingando uma menina de galinha e fazendo "quack"

Estava com tanta raiva que pulei do pégaso deixando o cara levá-lo. Não foi muito inteligente de minha parte pular, ralei meu joelho em uma pedra.

Me afastei o máximo que pude do acampamento, até que encontrei uma cachoeira. Fiquei encantada com sua beleza, mas quando me aproximei, senti um medo devido o barulho que saía dela. Era como se fosse um eco, um som aterrorizante, parecia que atrás tinha uma caverna. Eu estava com medo mas mesmo assim entrei, queria saber o que tinha dentro.

O lugar era escuro e o som estranho muito alto. Quando já estava bem fundo, vi uma luz azul iluminando uma parte da caverna. Quanto mais me aproximava do lugar iluminado, mais minha visão se embaçava e os sons mais pareciam vozes, sussurros.

Estava quase cega, meu joelho jorrava sangue e o pior de tudo, não conseguia parar. Estava perto de ver o que tinha ali, mesmo sem querer. Me aproximei, vi uma garotinha, com mais ou menos seis anos, ela tinha os cabelos pretos e franja todos molhados e seus olhos verdes escuros mais pareciam chamas verdes. Suas roupas eram antigas, da década de cinqüenta acho.

O lugar era escuro, as paredes úmidas e viscosas e aquela luz... Aquela luz toda vinha de um poço brilhante no canto.

- me ajude. - sussurrou a garotinha - me ajude

- o que eu...

- me ajude! - gritou ela em uma voz nada normal.

Ela esticou a mão e começou a tremer. Quando me dei conta,estava caminhando para o poço brilhante. O rosto da garota emanava maldade, era como se ela estivesse matando a Lauren. Caí no poço.

O brilho da água não me deixava enxergar muito mas vi algo preto mais abaixo. Nadei até lá e me deparei com um pégaso negro, acorrentado e inconsciente. Uma bolha de ar o mantinha vivo, e agora que parei para pensar, estava respirando... Na água. Não sabia que macumba era essa mas não parei muito para pensar, entrei na bolha. Os meus pulmões se encheram de água no momento em que passei, mas não tinha tempo tinha que salvar o pégaso.

Toquei as correntes e puxei, elas se quebraram com se fossem feitas de biscoito. O animal abriu os olhos assustado. O oxigênio no meu cérebro estava acabando e eu fiquei mole. O pégaso me colocou em suas costas e decolou para fora do poço. Saímos da caverna e o pégaso disse "obrigado por me salvar chefa".

Quem é você? Eu pensei, mas não consegui perguntar.

O pégaso pousou no meio dos chalés e a ultima coisa que me lembro é do animal dizendo " eu sou Black Jack".

A Maldição dos SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora