A Maldição dos Semideuses

Rick

Eu e Lilly voltamos do mercado cheios de compras. A maior parte iria para os suprimentos de uma próxima missão. Lilly veio ao acampamento me buscar, Lauren não poderia sair de lá até segunda ordem de Zeus... Ela era uma completa traidora declarada em observação. Lilly me contou um pouco do que aconteceu: Maggie deu a louca quando viu Logan e, pela noite, tiveram que dopá-la pois ela voltou a pensar que Logan estava morto e começou a chorar. Enfim, marcaram um reunião, mas Taylor e Elizabeth não iriam comparecer, iriamos busca-los quando estivéssemos no caminho de nossa provável missão.

Entrei no elevador. Lilly parecia mais tensa.

— Lá encima tem comida chinesa para o jantar — ela me encarou pelo espelho — Eu nunca provei.

— Nem eu.

Ela começou a fazer um rabo de cavalo, nesse pequeno período de tempo sem vê-la. Estava um pouco mais alta, só que ainda era menor que eu.

— Por que você se afastou? — perguntei olhando para ela.

— Eu não me afastei! — ela voltou a olhar para si mesma no espelho.

— Olha para mim e me diga, seja sincera.

Ela me encarou com seus olhos verdes faiscantes.

— Eu estraguei tudo entre nós quando... você sabe.

— O beijo? Mas eu... — gostei.

Antes de falar ela saiu do elevador e correu para abrir a porta do apartamento.

O que dizer da família de Maggie? Todo mundo era rico ali? Além do prédio ser um dos mais requisitados de Nova York, o apartamento da tia de Maggie era o dobro da casa que eu morava antes de ir para o acampamento. As paredes em tons pastéis, móveis brancos e o piso de madeira. Era bem claro e as janelas gigante só ajudavam.

Lilly andou até a cozinha onde Robb falava ao telefone.

— Eu sei que isso é perigoso, Amber — ele fez um gesto para irmos embora — mas Arya é uma peça muito importante para a profecia.

Andamos pelo apartamento calados enquanto Lilly me guiava, ela parecia conhecer bem o lugar, a tia de Maggie adorava ela. Ela entrou no segundo quarto do corredor, onde a porta estava aberta. Deveria ser o quarto de Maggie. A penteadeira, escrivaninha e estante estavam organizadas. As paredes eram brancas e tinha um mural com os horários dela. Logan estava esparramado numa poltrona.

— Ela tá bem? — perguntou Lilly.

— Mais calma — ele acenou com a cabeça para o banheiro — tomando banho.

— Avisa pra ela que a gente vai para uma reunião na cozinha.

Ele foi até o banheiro e nós saímos do quarto.

•••

— ... Elizabeth me explicou que ela sempre foi assim, pode estar normal uma hora, mas qualquer coisa que afete-a bastante faz o emocional dela ruir — disse Logan sentando — Robb, você sabe de alguma que possa ter feito um estrago nela?

— Uma sequência de... coisas que não... — ele fechou a porta da geladeira inquieto — Não vem ao caso.

— Como não vem ao caso? — interveio Lilly — é a origem do problema, você tem que falar.