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Quatro anos e meio se passaram após a pandemia.
Um vírus avassalador, contaminou países e nações, devastando tudo pela frente, agora o governo americano estima que apenas: cerca de 3% da população mundial ainda não foi contaminada, e cerca de 1% é imune ao V vírus.

O primeiro país a emitir o chamado — O código negro — foi a Inglaterra.
A epidemia fechou os aeroportos e até pontes de ligação, a Inglaterra ficou fechada, em total quarentena. Um país considerado primeiro mundo, foi decaído pelos rebeldes contaminados. Muitos queriam a cura, mas outros sentiam o poder correr em suas veias.
O sangue havia sido corrompido, impuro, mas lhes dava uma sensação de prazer constante, força, poder, sentidos aguçados.
Deputados do governo inglês foram contaminados, médicos, policiais, mães. Todos.

Seguindo da Inglaterra para a Bélgica, logo depois para a França, e por fim, toda a Europa e quase como num piscar de olhos, todo o planeta.
Não havia lugar onde se esconder.
Não havia governo que impedisse esta força monstruosamente imensa, nem mesmo os melhores infectologistas mundiais conseguiram a cura, ou talvez, não queriam.

                                                                                                     
                               ***

Johan repousava sobre o sofá na sala, assistindo aos últimos noticiários sobre o V vírus. Seus olhos penetrados na TV, já não eram mais daquele tom de castanhos escuro de que tanto sentia falta, seus cabelos se esbranquiçaram como mágica, sua pele de branca, tornou-se mais branca, pálida como um defunto.
Efeitos colaterais do vírus no qual eram permanentes.
As fotos na estante ao lado da TV, mostravam como a pele dele era rosada e viva, e seus cabelos esvoaçantes, ele tinha saudade de como eram diferentes. Rasgavam-se em tons de castanho e laranja, exótico.
Sempre se lembrava de como todos eram diferentes no passado, há quatro anos atrás, quando podia sair ao sol sem que seus olhos ardessem como uma ferida aberta, quando podia ir para a escola à luz do dia, quando podia ir ao parque sem que sua pele queimasse como fogo, que também eram efeitos do mesmo vírus.
Na verdade era a saudade de todos, até mesmo dos "Anarquists", que sentiam orgulho de sua aparência sinistra e mórbida.

Ao passar desses quatro anos, o anarquismo se tornou um símbolo do v Vírus no mundo. Agora ser anarquista significava, não se impor aos desígnios de uma sociedade capitalista baseada em comportamentos e transformações sociais baseadas no novo padrão personificado e com o objetivo; uma transformação social fundamentada em estratégias que deverão permitir a substituição de um sistema de dominação estatista e capitalista por um sistema completamente autogestionário no qual seria quebrar aos novos padrões desenvolvidos pelo governo, sendo algumas delas reivindicada pelo novo plano governamental:
Apenas a alimentação (sangue) de animais, e os demais, pelo fato de; o sangue humano estar extinguindo-se.
Não sair a luz do dia para a sua própria segurança.
Nãos destruir monumentos públicos, e passeatas, manifestações e paralizações, apenas pacíficas.

O irmão mais velho de Johan, Mayson, era um anarquist, quase todos os dias, Johan o via sair de casa expondo uma mascara preta e a bandeira vermelha cobrindo as costas, provavelmente saindo para um protesto contra as ordens estatais e era óbvio que exigindo mais sangue humano.
Em seu quarto havia a mesma bandeira púrpura com uma A imenso e duas espadas, simbolizando o Anarquismo.
A bandeira já estava içada em muitos países, incluindo o primeiro país a iça-lá, a Inglaterra, onde Johan mora, junto com sua mãe e irmão.

Ele olha para o relógio. 18h40. Estava na hora. Rapidamente pega sua mochila camuflada, coloca seu moletom preto, jeans e All Star.

— Mãe estou saindo! — disse alto e fechando a porta.

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