AtualmenteFérias...
A melhor coisa já feita por mortais.
Hoje não irei precisei acordar 5:30 da manhã, nem ter que me maquiar, nem ter que dar sorrisos falsos pra ninguém. Aqui estou eu, jogada no sofá fazendo carinho no cachorro puguento da mamãe, assistindo Simpsons que e a minha paixão e teclando com minha amiga e meu amigo. Ele gosta de mim e eu não sei como dá um fora nele, ele sempre foi tão bom pra mim... De repente meu pai chega em casa transtornado.
- Pai? O que aconteceu?
- Filha...você vai ter que ser forte. - meu coração apertou nessa hora.
- Pai, fala logo. Tá me deixando com medo.
- Filha... A sua avó... Ela morreu. - e ele começou a chorar. Nunca tinha visto meu pai chorar e isso fez eu começar a chorar também. Fazia três anos que eu não via a vovó por causa de uma maldita briga por dinheiro. Eu a amava tanto, ele sempre foi tão boa, tão calma, tão delicada... Eu não consigo acreditar que nunca mais irei ver aquele sorriso carinhoso outra vez. Ela era a avó mais linda do mundo, parecia que o tempo a fazia ficar sempre mais linda. Ela e eu éramos as únicas ruivas na família, todos diziam que eu era a cara dela e ela sempre foi a minha inspiração pra tudo, ela era tão sábia... Era como se alguém tivessem me dado um tiro no peito, dói tanto, eu não conseguia parar de chorar, graças a essa maldita briga eu fiquei 3 anos sem ver ela. Eu saí de perto do meu pai e dei um olhar de ódio puro pra ele, foi graças a briga dele com meu tio que ela deve ter morrido de tristeza, graças a essa briga fiquei os últimos três anos sem ver aquela velhinha que eu tanto amava.
- A culpa é sua! Você é um monstro. - me rosto estava fervendo. Eu estava com muita raiva.
- Filha, por favor não faz isso comigo...
- Você matou ela, você e de cúmplice o meu tio. - falei seca. - Assassinos! Eu quero ver o vovô! Por favor faça pelo menos isso por mim. Por favor! - voltei a chorar desesperadamente.
- Filha..
- Fica longe de mim! Eu quero ver meu avô antes que vocês matem ele também. - eu estava com tanta dor, sabia que eu estava machucando meu pai mas sabia também que eu não estava mentindo. Meus sentimentos estavam todos misturados; raiva, medo, desgosto, saudade, tristeza e amor. - Por favor...
- Tudo bem filha, pode ser melhor assim. - ele falou meio relutante mas estava completamente acabado. Ele precisava ver o vovô e o tio pra se resolverem logo pra não machucar ninguém mais. Mas ele estava se sentindo culpado e eu estava o punindo pra ver se ele pararia com tudo isso.
- Vou arrumar minhas coisas. E não me siga! - falei e saí correndo pro quarto.
Peguei minha mala, joguei em cima da cama e joguei minhas blusas, jaquetas, calças, shorts e roupas íntimas. Peguei outra mala, e coloquei duas botas, duas sapatilhas, duas sandálias de salto e duas rasterinhas e uma havaiana, coloquei minhas maquiagens e minha chapinha, baby liss e secador. Tomei um banho e vesti uma calça e uma blusa soltinha e uma bota com salto, prendi meu cabelo de qualquer jeito e comecei a chorar de novo, isso era tão irreal... Desci a escada com dificuldade e fiquei sentada no sofá esperando os dois. A mamãe chegou e pegou um susto ao me ver.
- Filha, o que houve? Você estava chorando? O que significa essas malas? - perguntou ela desesperada.
- A vovó morreu mãe... - eu fiquei tão chocada quanto a mamãe, nunca pensei que dizer isso em voz alta fosse tão horrível. A mamãe caiu no sofá. - A mãe do papai, mãe. - ela arregalou os olhos e soltou o ar que estava segurando, fiquei lendo seu rosto,ela primeiro ficou aliviada e depois assustada e em seguida começou a chorar. - Mãe, vou passar as férias com o vovô. Preciso ficar com ele.
- Eu acho que essa briga já passou dos limites. - ela falou e me olhou séria. - Está na hora de voltarmos onde tudo começou.
*****Acordei com a minha mãe me balançando.
- Queria, chegamos. - ela falou sorridente. Ela amava aquele lugar tanto quanto eu. Enfim, lar doce lar.
Eu fui correndo pra casa da vovó e os meus pais vieram mais devagar. Eu bati na porta desesperadamente, até que um garoto abriu, e que garoto, ele era lindo e incrivelmente familiar. Ele arregalou os olhos quando me viu e ficamos simplesmente nos encarando.
- Jully!? - sua voz estava mais grave mas eu o reconheceria em qualquer lugar. E ele era o único que me chamava assim. Era Arthur.
- Arthur!? - eu perguntei olhando seu rosto mais maduro. Ele sorriu e me puxou para um abraço, um abraço urgente e necessário. Eu o apertei e suspirei, ele ainda tinha o mesmo cheiro, cheiro de casa. Eu o olhei e ele estava sorrindo e eu me peguei sorrindo também. Não lembrava mais de como ele me fazia bem.
- Que saudades de você Jully! Você está linda! - ele limpou lágrimas que eu nem tinha percebido que estavam escorrendo pelo meu rosto.
- Arthur... Ai meu Deus que saudades. - falei soluçando. - Eu devo está parecendo um tomate isso sim!
- Sim, você está. - ele falou rindo, seu rosto estava vermelho também, e inchado, isso me fez voltar ao mundo real.
- Como o vovô está? - seu sorriso morreu na mesma hora. Ele passou a mão pelo cabelo e suspirou.
- Como você acha? Ele está péssimo, não quer comer nada.
- Onde ele está? Preciso vê-lo agora!
- Vamos. - ele segurou minha mão e senti como se uma eletricidade passasse de sua mão para minha, fiquei arrepiada, os nossos olhares se encontraram e ele riu - Fico muito feliz que você está de volta. - ele apertou minha mão e eu apertei a dele e sorri então me conduziu ao quarto do vovô. Ele estava deitado e parecia tão fraco, tão triste...
- Vô!!! - gritei caí de joelhos ao seu lado e comecei a chorar e soluçar, o vovô me olhou e sorriu e me abraçou e me apertou.
- Lucinda, meu amor, você voltou! - ele me olhou e sorriu com lágrimas nos olhos.
- Vô, sou eu, Julieta...
- Julieta, minha filha me perdoe, por um momento achei que fosse sua avó... - eu comecei a chorar desesperadamente e ele também e ficamos assim por um bom tempo. Deitei na cama com ele no lugar da minha avó e ele apertou a minha mão. - Você parece tanto com ela. - ele sorriu e dormiu com a mão na minha. Eu olhei pra porta e Arthur ainda estava lá nos olhando.
- Ei, vem aqui. - chamei ele e ele veio até mim. - Deita aqui comigo por favor. - ele riu deu de ombros e deitou, ficamos parecendo sardinhas enlatadas de tão apertado que estava
- Seus pais já estão no quarto descansando.
- Que bom....
- Ei, lembra quando a gente deitava aqui na cama e a vovó contava histórias pra gente até todo mundo dormir?
- Claro que eu lembro! Não tem como esquecer, a gente brincava de guerra de travesseiros e a vovó só ria, e o vovô ficava emburrado e ía pro quanto de hóspedes.
- Bons tempos.. - ele ficou deitado de lado olhando pra mim e eu fiz o mesmo. - Você não mudou nada.
- Não posso dizer o mesmo de você. Você está tão diferente!
- Sério? Pra melhor ou pra pior?
- Com certeza pra melhor! - ele riu e eu percebi o que disse e corei.
- Agora sim você está parecendo um tomate. - ele falou e eu escondi minha cara no edredom e ele riu. - Para com isso Jully, ou eu vou te fazer cosquinha!
- Não vai não porque o vovô tá aqui! - escondi ainda mais a minha cara.
- Você sabe que mesmo se uma bomba nuclear explodisse aqui perto ele não iria acordar.
- Verdade... - eu ri.
- Eu vou te fazer cosquinha garota!
- Não! - ele me agarrou pela cintura e puxou a blusa um pouco pra cima e começou a fazer cosquinha em mim. - Para!
- Eu ainda nem comecei. - ele colocou uma perna sua de cada lado do meu corpo e começou a fazer cosquinha, ele chegou perto do meu ouvido e disse com sua voz rouca: - Você parou de se esconder. - eu arrepiei. - Não sabia que eu tinha esse efeito sobre você.
- Nem eu. - falei sincera. Seu rosto estava tão próximo do meu que eu sentia sua respiração entrecortada igual a minha ele foi se aproximando mais até que nossos narizes e testa estavam colados, meus olhos automaticamente se fecharam, só queria senti-lo, ele fazia eu me sentir tão protegida e amada, não queria sair dos braços dele nunca. Quando nossos lábios se encontraram, nós ouvimos um barulho aterrorizante acompanhado de um cheiro pior ainda, ele se afastou e me encarou por alguns segundos e então cobriu o nariz e levantou e eu fiz o mesmo. O vovô não poderia peidar em outra hora!?
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Simplesmente Aconteceu...
Genç KurguArthur sempre foi galinha, nunca namorou, seu único ponto fraco se chama Jully, sua prima. Ele sempre gostou dela mas ela nunca percebeu. Ele sempre a protegia de seus amigos tarados e de qualquer coisa que poderia machuca-la. Jully sempre foi muito...