— Temos que chamar May e Ally! — digo.
— Não. Primeiro, precisamos saber se é seguro. Fique aqui. — Eric diz.
— Não. Eu vou com você.
— Você é quem sabe.
Entramos no local. O chão é arenoso e o local é circular; as árvores definem o limite. Parece uma grande vila.
Por enquanto, sem sinal de vida. Não há barulhos. Parece que somos as únicas pessoas aqui.
— Que estranho. Isso tudo não apareceu aí sozinho. — Eric diz.
— Foi o que eu pensei.
— Bem, se estiverem desocupadas, podemos passar a noite aqui. Ou morar aqui, mesmo que seja improvável.
— Acho melhor analisarmos mais o local.
Eric concorda com a cabeça e vamos pelo canto esquerdo. A alguns metros, vemos uma cachoeira. Ally iria adorar.
— Tem uma cachoeira ali, mas acho que seria melhor entrarmos nos casebres antes para conferir se aqui realmente não é habitado. — Eric sugere. Eu concordo com a cabeça.
Voltamos para perto da floresta e nos preparamos para entrar no casebre mais próximo da "entrada". Eric prepara sua lança e diz para eu ficar do lado de fora. Desta vez, eu obedeço.
Ele abre a porta sem fazer barulho. Olha para dentro e diz:
— Kya, vem cá.
Eu apenas obedeço. Abro mais a porta e vejo pessoas com roupas roxas com capuz deitadas em camas de madeira. Parece que temos chances de viver por aqui.
Olho para Eric e fechamos a porta, saindo do casebre.
— Vamos procurar por outros moradores. Estes daqui estão dormindo. — digo.
Vamos para uma outra casa, à esquerda. Eric decide olhar da janela em vez de abrir a porta.
— Outros dormindo, Kya. — sussurra.
— O povo daqui é bem preguiçoso. — digo, brincando. Vamos para um casebre que fica um pouco longe deste, à nordeste de onde estamos.
Desta vez, encontramos um morador de roupa e capuz roxos de pé, fazendo alguma coisa que não conseguimos identificar.
— Com licença. — Eric diz.
O homem para de fazer o que está fazendo, mas continua na mesma posição.
— Oi? — espero alguma resposta dele. Ele continua na mesma.
Eric se aproxima e toca seu ombro. Ele começa a dizer algo, mas o homem se vira bruscamente em nossa direção. A aparência me assusta. A roupa é num tom mais escuro e o capuz é preso à gola da camisa. Não consigo ver seu rosto. Apenas vejo olhos encarando Eric, que recua.
— Me desculpe se interrompi algo importante, senhor... — Eric diz, e o homem continua o encarando. Depois, passa a me encarar também. Seguro na mão de Eric, buscando segurança.
— Vamos sair daqui, Eric. — sussurro.
— Espera — Eric se aproxima de novo e eu vou atrás dele. — Senhor, será que...
Neste momento, um homem parecido com ele sai da casa e nos encara. Não falam nada.
— Vamos, Eric. — insisto. Ele cede.
— Qual é a deles?
— Não sei, mas não querem falar conosco. Vamos embora.
No caminho de retorno à floresta, vejo homens como os outros na janela de suas casas. Alguns foram até a porta; outros saíram de casa. Todos eles nos olham.
— Estou ficando com medo... — sussurro.
— Calma. Já estamos indo embora.
Estamos andando até que um homem para em nossa frente e estende o braço com a mão espalmada, fazendo-nos parar. Ele não faz nada além disso. Damos a volta no homem e outro para à nossa frente, porém mais próximo de mim, na mesma posição. Eu dou alguns passos para trás e sinto uma coisa encostar em minhas costas. Olho e vejo outro homem na mesma posição. Aos poucos, o lugar vai se enchendo de homens nos impedindo de sair. Eu fico tensa.
— O que faremos agora? — sussurro.
— Não sei. Estamos quase completamente cercados. Vou tentar dar a volta em todos eles.
E tentamos fazer isso. Porém, quando os contornamos, eles estendem o braço para o lado e interrompem nossa passagem novamente. Eu já estou irritada.
É por causa dessa irritação que empurro um homem à minha direita. Ele cai no chão e todos se viram para ele. Tentamos sair, mas imediatamente todos olham para mim. Eles abaixam os braços e permanecem me encarando. Logo, andam em minha direção. Estamos cercados, agora. Sinto que um deles segura meu braço direito com apenas uma mão. A força é incomum, não consigo me soltar.
— Eric! — chamo.
Eric se vira para mim e vê minha situação. Ele enfia a lança na coxa do homem e ele cai, puxando meu braço. Acabo indo com ele para o chão.
Nesse momento, todos eles vêm em minha direção para me pegar. Acho que nós os deixamos irritados por termos machucado o homem caído. Agora estou em apuros.
Num bom momento, Eric me pega no colo e corre no meio da multidão de homens. Dá para perceber que Eric leva socos dos homens, mas isso não o abala. Alguns segundos depois, retornamos à floresta e Eric me põe no chão.
Olho para o lugar e os homens nos encaram e, depois de alguns segundos, entram em suas casas novamente.
— O que foi aquilo? — pergunto, confusa.
— Não sei, mas, de qualquer jeito, não somos bem-vindos ali. Temos que voltar para a Nação, Kya.~~~
Bom dia!
E aí, o que acharam do capítulo de hoje? Comentem! As revelações só estão começando... Humildemente, gostaria de pedir um votinho... será que você poderia votar neste capítulo? Eu ficaria muito feliz!
Até mais, Harpianos... :*
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Harpia: Além do Muro
RomanceATENÇÃO: PLÁGIO É CRIME! - A humanidade vive dentro de uma grande barreira, popularmente chamada de Muro. De um lado do Muro, a área é dividida em cinco províncias, cada uma com seu papel, que funcionam como um organismo para o bem da Nação. Acontec...