— Entrem na barraca. — ordena Eric.
— Você não vai conseguir sozinho. Não é apenas um lobo. Com certeza tem mais de um — diz May. — Eu tenho a pistola da Kya aqui. Posso te ajudar.
— Eric e May dão conta do lobo e eu e Ally ficamos vigiando. Pode ser? — pergunto.
— Pode — Eric diz. — Eu fico a leste; May a oeste; Kya a norte e Ally a sul, observando por trás da barraca, já que é mais alta que Kya. Espero que todos fiquem bem. Vou nessa.
Eric corre em direção ao lobo e perfura seu crânio com a lança. Com alguns respingos de sangue na blusa, se levanta e tenta olhar ao longe, para ver se acha mais algum lobo.
Droga, Kya! Concentre-se no seu trabalho!
Olho para frente em busca de algum sinal. Por enquanto, nada. Percebo tiros de origem da pistola que emprestei a May. Ela está atirando em dois lobos com um pouco de dificuldade.
— Me dá isso, May — pego a pistola da mão dela e atiro nos lobos. — Fique vigiando.
Um lobo cai atordoado. O outro corre na minha direção, mas a famosa lança de Eric ultrapassa-o em diagonal. May dá um grito e eu atiro a tempo de outro lobo se aproximar dela. Ao todo, já são cinco lobos, contando com um que corre atrás de Eric enquanto ele busca a lança.
— Eric! Cuidado! — grita May.
Eu atiro no animal, seguindo meu instinto. Acho que Eric não teria tempo de salvar a si mesmo. O lobo cai para o lado e eu atiro em seu crânio para dar a ele uma morte rápida. Acho que agora paguei minha dívida com Eric.
— Isso foi demais — Eric se aproxima. — Essa é minha namorada.
— Agora não é hora pra isso! — May aponta para o seu lado direito, de onde surge outro lobo. Velozmente, Eric atira sua lança que vai bem no olho direito do lobo. Consigo até sentir a dor. Pobre lobo.
Olhamos ao redor e não vimos mais nada.
— Acho que acabou. — diz May.
— Espero que tenha acabado. — digo.
Eric tira a camisa com uma parte ensanguentada, joga no chão e me abraça.
— Hoje foi a sua vez. Obrigado.
— Eu não... — sou interrompida por barulhos vindos de trás de Eric.
Me solto de seu abraço e vimos May segurando um galho grande e grosso, batendo num lobo e soltando urros. O animal chora de dor. Ele quase nos pegou desprevenidos. Enquanto o lobo se deita no chão, May pega a arma da minha cintura e atira no lobo, matando-o.
— Agora acabou. — E guarda a arma.
Olho ao redor e sinto falta de algo. Logo, me dou conta do que é.
— Cadê a Ally? — pergunto, aflita.
— Não sei, ela estava aqui quando o primeiro lobo surgiu. — May responde.
— Ela deve estar dentro da barraca. — palpita Eric.
Abro a barraca rapidamente e só vejo nossas mochilas lá.
— Ela não está aqui — digo. — Será que está em alguma parte da floresta? Correndo de um lobo, talvez?
— Pode ser que esteja — diz Eric. — Vou procurá-la.
— Eu também vou. — diz May. — Kya, fique aqui aguardando a Ally voltar.
Eles vão procurar Ally e eu fico diante da barraca, atenta. Percebo que estou sem nenhuma arma. Droga! O que me resta é esperar que nada de ruim me aconteça — e nem aos outros.*** *** *** *** *** *** *** ***
Já se passaram mais de 10 minutos. Não consigo mais ficar parada, portanto, caminho em volta da barraca, em círculos. Eric e May chegam.
— Ela apareceu? — Eric pergunta.
Eu nego com a cabeça.
— Também não achamos ela. Droga! — May se agacha na frente da barraca e começa a chorar. — Perdemos a Ally. Perdemos uma amiga. E agora, o que vamos dizer à mãe dela?
Eric vai até ela e eu faço o mesmo. Porém, quando ando, sinto que meu pé encosta em algo duro. Olho para baixo, mas só vejo uma sombra. Desconfiada e sem se mexer, peço para Eric jogar a lanterna para mim. Ele o faz e eu ligo a lanterna. Ilumino o chão e vejo cabelos. Cabelos? Chão não tem cabelos. Mas vejo que não são cabelos comuns, são cabelos conhecidos. São cabelos...
...da Ally.
— Ally? — seu nome sai involuntariamente.
Ouço murmúrios. Eric e May estão observando.
— Ally? Você está aí?
Mais murmúrios.
— Ally! — puxo os cabelos, que estão presos a alguma coisa. E, pelo visto, essa coisa vem junto com eles.
Logo, vejo que é a própria. Ela estava... enterrada?
— O que você está fazendo aí, Ally?
— Não! — ela grita. — Eu não sou a Ally, senhor lobo da floresta; eu sou uma cenoura!~~~
E aí, galera? Beleza?
Ninguém perguntou, mas eu estou bem, obrigada. O que acharam? Comentem aí. Dêem um votinho também, se não for incômodo... eu ficaria tão feliz quanto a Ally ao comer uma ocamis!
Beijos, e até o próximo capítulo! :*
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Harpia: Além do Muro
RomanceATENÇÃO: PLÁGIO É CRIME! - A humanidade vive dentro de uma grande barreira, popularmente chamada de Muro. De um lado do Muro, a área é dividida em cinco províncias, cada uma com seu papel, que funcionam como um organismo para o bem da Nação. Acontec...