Felipe narrando...
Acordei com meu telefone tocando na mesinha ao lado da minha cama, olhei na tela e a claridade atingiu em cheio meus olhos me fazendo fecha-los, esperei alguns segundos e olhei novamente para tela, aos poucos meus olhos foram se acostumando e pude ver uma foto minha e da Day. Eu amava aquela foto, pois foi quando fomos no parque de diversão, ela estava tão feliz, sabe, por um momento não pareceu que do outro lado do mundo tinha um idiota que estava quebrando seu coração aos poucos e dolorosamente.
-Oi -atendo o telefone já esperando ouvir algum xingamento do por que eu não fui buscar ela hoje para irmos a aula, e eu já tinha uma resposta, meu celular não despertou, o que era a mais sincera verdade. Mas em vez disso eu ouvi um "Felipe, preciso de você" e um soluço, que indicava que ela estava chorando.
-O que houve Day?
-Ele
-Quem?
-Ian - ela respondeu e outro soluço veio.
Ian, se prepare para morrer. Malditos sejam todos os meus votos de confiança em você!
Nessa hora eu já estava correndo pela rua em direção a casa da Day, não morávamos tão longe, então era fácil chegar lá.
Bati na porta umas 10 vezes seguidas sem cessar, a vó dela irá me matar.
-Oi Felipe querido - a vó dela fala ao atender a porta
-Oi, tudo bem? Eu tô bem sim. A Day está ai? Ótimo, estou subindo. - deposito um beijo na bochecha dela e subo correndo a escada.
Chego na porta do quarto da Day e penso em bater, mas não bato, apenas abro e encontro uma garota encolhida na cama chorando horrores.
Deito com ela e a abraço, nessa hora ela desaba mais.
Eu passei noites em claro conversando com ela sobre ele, eu passei hora ouvindo ela dizer que ele era perfeito, eu cansei de abrir o caderno dela e ver na última página o nome deles com coração, eu cansei de ouvir ela se basear em filmes românticos. Cansei! Tudo isso me dava ânsia, pois eu me apeguei a ela, eu conheci um lado dela.
Vi aquela menininha responsável, estudiosa, educada, sorridente, arrumadinha, fofinha, e amei ver esse lado dela, mas sabe o lado que mais amei? Aquele lado que a menininha também era homenzinho as vezes, a resposável tem seus momentos de irresponsabilidade, a estudiosa já tomou um zero na prova, a educada fala palavrão, arrota, a sorridente chora, a arrumadinha anda descabelada, sem maquiagem e com aquela blusa gigante que serve de pijama e a fofinha sabe ser pior que um coice. Eu amei o fato dela deixar eu conhecer esse lado dela talvez oculto. Eu amei mais esse lado pelo simples fato de: meninas não tem que ser a cópia da Barbie e de nenhum tipo de menininha de algum filme besta de Hollywood, meninas podem sim andar de pijama, falar palavrão, tirar um zero, andar sem maquiagem, gritar, comer sem se importar com o que a sociedade irá achar do seu corpo no próximo verão, não querer usar saia. E ela fez questão de me mostrar isso, mostrar para ela que padrões nunca fizeram o estereótipo dela, pois ser única vale mais do que tentar copiar essas garotas que a sociedade julga perfeitas.
-Psiu, não chore - sim, essa frase é tão ridicula, a pessoa está em uma situação dificil e ai é pedido que ela não chore, mas essa é a única coisa que fui capaz de dizer, pois minha raiva pelo Ian era muito, e era perigoso eu falar demais.
-Sabe Felipe, eu entreguei meu coração pra ele, achei realmente que ele havia mudado, que ele poderia ser melhor do que aquele menino galinha do passado, mas não. Eu fiz a minha familia gostar dele, meu pai falava dele para os amigos dele, e agora? Aquele menino que toda minha familia idealizou perfeito simplesmente faz isso. - Day disse com os olhos cheio de lágrimas e isso me partiu o coração.
-Meu anjo - disse colocando uma mecha de cabelo dela atrás da orelha- ele foi um menino idiota, você não estava errada em acreditar nele, pois ele parecia firme na decisão dele. Sabe o que você faz agora? Vai no banheiro, lava esse rosto, toma uma banho, aproveita e lava a alma e o coração, tire todo vestígio dele da tua vida, bota sua melhor roupa e vamos sair. Não te garanto que sua dor irá melhorar da noite pro dia, mas te garanto uma coisa, estarei aqui! Mostre pra ele que ele era um dos motivos do seu sorriso, não o único. - por dentro eu torcia para que ela realmente fizesse isso.
-Você tem razão! - disse ela levantando e prendendo o cabelo em um coque que eu amava ver a fazer - se ele pode ser feliz, eu também posso.
Ela se levantou, pegou a toalha, uma roupa no guarda roupa e foi pro banheiro.
Aquilo realmente me surpreendeu.
Passaram-se mais de 10 minutos e ela sai de lá, ela estava linda, com um short jeans preto desfiado, uma camiseta branca e um tênis branco e preto da Adidas. O cabelo dela estava solto e de maquiagem ela usava apenas rímel e um batom vermelho, mas não aquele vermelho cheguei.
Isso que me impressionava nela, ela não precisava de muito para ficar linda.
-Vamos? - perguntou ela assim que acabou de passar o perfume.
-Claro.
Descemos a escada e a vó dela estava na sala, e perguntou onde iriamos, e a resposta que a Day deu foi bem interessante.
-Vamos ser feliz vó! - foi apenas isso e saimos.
Não sabíamos exatamente para onde iriamos, sabíamos apenas de uma coisa, que íamos ser feliz. Então a conclusão que cheguei foi: não havia um destino certo, pois não há caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho.
Resolvemos apostar uma corrida até a praça que havia ali perto.
-Há! Eu ganhei! - gritou a Day, eu deixei ela ganhar pois sabia que ela ficaria feliz e daria esse sorriso maravilhoso -Ei você ai -gritou com uma senhora do outro lado da praça - esse garoto aqui é um fracote na corrida.
Fiquei olhando ela sorrir, era tão linda, o jeito que as covinhas dela apareciam, o som da sua risada. Parei no tempo, e fiquei encarando ela.
Ela parou de dar risada e aquela risada escandalosa dela se transformou em um sorriso timido de lado que deixava apenas a sua covinha direita á mostra. Em um gesto rápido ela pulou em mim me abraçando e disse:
-Obrigado por ser meu melhor amigo. Eu amo muito você!
-Também te amo minha pequena!
E era isso, uma amizade que eu qurria levar por toda a vida. Essa garota era muito especial para mim!
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Eu Escolhi Te Esperar
RomanceDayanna é uma adolescente de 14 anos que vivia uma vida normal, tinha amigos, estudava em uma boa escola, tinha uma família presente, era feliz. Um dia na volta da escola ela conhece uma pessoa, e agora sua vida vai ter uma reviravolta enorme. Será...