Doeu? Claro, mas ninguém precisa saber, então sorrir

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Velho, quando eu falei a rua toda eu quis dizer a rua toda mesmo (praticamente Kk) além daquelas pessoas que eu já havia dito que ali estavam, na esquina tinha mais 15. Que negada!
Quero só ver como iremos, pois como a maioria dos presentes aqui, assim como eu, são incompetentes e de menor, não temos carro, e pelo que pude ouvir das conversas aleatórias daqui o lugar é bem longe, e também não tem pai de ninguém aqui que possa nos levar, caso perdido.
Queridos amorzinhos do meu pulmão, eu só quero saber por que a budega ali do baseado do outro lado, que temos como conhecida pelo nome Fernanda, está me encarando. Pessoal aqui está até fazendo dança da chuva pra alguém arrumar um transporte, pois a inteligência baixou aqui e no meio desse bando de jovens sem cérebro ninguém (sabe o que é ninguém?) então, NINGUÉM pensou que para sairmos daqui precisaríamos pelo menos de uma bicicleta.
Mas então, voltando ao assunto do baseado que está sentado ali do outro lado da rua no meu passeio, isso, ainda nem saímos do portão da minha casa, mas então, a pessoa está me encarando desde o momento que eu coloquei o pé nessa rua.
-GENTE! - tá, admito, eu gritei, foi empolgação do momento, todos olharam pra mim, incluindo o tio que tava passando do outro lado da rua - o amigo do meu pai trabalha com ônibus de viagens, e essa semana ele tá em casa, e a garagem é aqui perto, creio que ele pode nos levar.
- A não, de ônibus eu não vou mesmo! Olha pra minha cara, pois é, não vou de ônibus, nunca, estendeu querida, nunca! - lá vem o baseado se protestar, AFF.
-Ótimo! Não vá. - respondi por impulso e ela me olhou com uma cara horrível.
-Pensando bem, eu vou sim e irei sentar do lado do Ian, não é mesmo razão? - falou indo em direção ao Ian e passando por mim e esbarrando no meu ombro de propósito.
-Tanto faz minha filha, por mim vocês nem iam, mas já que vão fiquem juntos, vocês se merecem - tudo bem galera, admito, nem eu sei poque falei isso, Ian me olhou com uma cara de tristeza - galera, vou ali ligar pra ele e já volto. - entrei pra casa e fui direto pro banheiro lavar o rosto. Taquei água uma vez no rosto, duas, três, quatro.... Mil! Levantei para pegar a toalha de rosto e quando olho para o espelho vejo o reflexo de um Ian nada amigável, OK, tomei um susto, mas OK.
-O que foi aquilo ali fora? - falou.
-O que? Verdades são pra ser ditas, simplesmente disse o que eu acho, se doeu em você não posso fazer nada, pois como se diz o Ret "Crianças sempre levam tudo para o lado pessoal". Vê se não demora sair do banheiro, pois vou ligar para o amigo do meu pai e não quero ter que esperar ninguém - respondi tacando a toalha no colo dele e saindo dali, não me reconheci, a Day normal estaria sendo trouxa, como sempre foi.
Ótimo o amigo do meu pai virá, só que irá demorar, pois não está em casa, mas OK.

Ian narrando

Velho, essa garota tá me testando! Ela vai ver só.
Cara, não sei o que tá acontecendo, aquele dia que a encontrei chorando eu estava indo sair, mas vê ela naquele estado me fez esquecer tudo, e a minha única vontade era bater no cara que fez isso com ela e ficar ali com ela.
Depois disso fomos ficando mais próximos, até dormir na casa dela, mas a minha vontade era de cuidar dela, guardar ela em uma caixinha e ficar cuidando dela para que nada a machucasse, que diabos está acontecendo comigo? Quero o velho Ian.
Outra que está me testando é a Fernanda, eu sou homem, e ela tá me provocando, não quero ficar com ela, mas ela sabe provocar.
Bacana, tô aqui no banheiro viajando, deixa eu sair daqui.
Passei na garagem correndo para ir lá fora, mas meus pés travaram no chão e eu fui obrigado a virar o rosto, quando vi aquilo algo me machucou por dentro, Day tava abraçada com o Gabriel, o garoto daqui da rua, ela parecia tão feliz, o olho dela brilhava tanto e o sorriso dela?! Ah o sorriso dela, o mais lindo de todos. Me obriguei a sair de lá.
Cheguei lá fora o povo tava conversando, e logo a Fernanda veio em minha direção.
-Oi- falou, não respondi - Ian estou falando com você!
- Oi Fernanda, tudo bem? Faz quanto tempo que a gente não se vê mesmo? Uns 10 minutos? Então desinfeta - garota chata.
Mas não, ela não saiu dali, ela simplesmente me beijou, isso mesmo!
Eu queria outra pessoa ali, queria ela, Day. Acreditem se quiser, senti até o perfume dela, tão real, calma, ela deve tá aqui, droga!
Empurrei a Fernanda do meu colo e ela caiu sentada no chão, olhei pra trás e ali estava a Day, parada nos encarando com os olhos cheios de lágrimas. Droga!
Só vi ela entrando correndo.
Será que vou atrás? Vou!

Day narrando.

Aquilo foi como um soco no estômago, o que tá acontecendo comigo? Entrei normalmente, bom, tentei entrar normal, mas acho que corrir, nem sabia o que estava acontecendo.
Doeu muito, mas ninguém precisa saber, então sorrir,ou melhor, corri, e quando cheguei no quarto o mundo desabou.

Eu Escolhi Te EsperarOnde histórias criam vida. Descubra agora