The Appreciation of the Time

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Sheldon

- Amy, seus cabelos são tão cheirosos. Gosto de cheirá-los.

Ela é como o meu urso de pelúcia em tamanho real. É tão bom apertá-la contra meu peito e sentir nosso calor corporal se fundir como um átomo negativo e um átomo positivo sendo atraídos um pelo outro.

Eu começo a enxergar números e cálculos quânticos escorrendo pelas paredes como se a tinta estivesse derretendo. Folhas de papel com meus estudos e trabalhos sobre a matéria escura voam pelo quarto como se um vendaval passasse por ali. Eu tenho que pegá-los, são valiosos! Tento levantar, porém meus braços estão entrelaçados ao redor de Amy. Eu puxo, tento me desgrudar dela, mas é impossível. Logo eu me acostumo com a idéia, ela chega mais para trás e se aninha ainda mais no meu peito. Eu gosto disso, não quero sair.

- Sheldon, não vá. – ela sussurra e carinhosamente acaricia o meu rosto. – Eu te amo.

- Eu também te a...


- Sheldon! – alguém bate forte na porta e Sheldon acorda assustado.

- Está muito atrasado, vamos logo. – reconhece a voz de Leonard.

Ele olha ao redor e está tudo tão calmo e normal como seu quarto sempre foi. Esfrega os olhos e confirma que aquilo fora tudo um sonho. Ele sai do quarto e vai ate a cozinha.

- Sheldon, o que houve? – Leonard percebe a presença do amigo, ainda desarrumado. – Você dormiu demais e perdeu a hora. Isso nunca acontece.

Sheldon olha no relógio de parede e se assusta com o horário.

- 8:47? – perguntou com os olhos arregalados.

- É! – disse como se fosse óbvio. – Corra, pegue suas coisas ou o deixarei aqui. Tenho coisas importantes na Universidade.

- Mas eu ainda não tomei banho, nem tomei café da manhã.

- Aah, tchau Sheldon. – Leonard jogou a alça da bolsa no ombro e virou as costas.

- Não, espera! – Sheldon foi até seu quarto, vestiu uma calça, calçou os sapatos e foi vestindo a camisa, todo desajeitado, enquanto pegava sua bolsa e corria até Leonard que já estava do outro lado da porta. Parou na porta ofegante.

- Eu passo no Cheesecake Factory e te compro panquecas e leite quente. – Leonard disse descendo apressado pelas escadas.

Sheldon jogou um olhar fulminante de canto de olho.

Cooper tomou seu café da manhã no carro sacolejante, indignado. As panquecas estavam borrachudas e o leite já havia esfriado. Bufava e balançava a cabeça após cada mordida.

- O que deu em você hoje? – Leonard perguntou enquanto conduzia o carro. – Bati e chamei por você varias vezes quando percebi que não estava acordado no horário de sempre.

- Eu não sei. – murmurou terminando de engolir o ultimo pedaço de panqueca. – Estava sonhando, eu acho.

- Uau. Até àquela hora? – murmurou surpreso. - Mas o que fez Sheldon dormir até mais tarde?

Ele ficou pensando por um instante, enquanto Leonard estacionava em sua vaga.

- Hãn? – Leonard o cutucou com um ar de riso, ainda esperando a resposta.

- Estamos atrasados. – Sheldon pegou sua bolsa e saiu do carro, apressado.

Leonard deu de ombros e entrou para Universidade logo atrás dele. Sheldon entrou em sua sala e se sentou a sua mesa, ainda pensativo. Tentou afastar os pensamentos de seu sonho esta manhã, que o fez se atrasar. Tirou uma pasta de dentro de uma das gavetas e começou a analisá-los, foi até sua lousa e iniciou seus trabalhos. Estava muito determinado, tanto que nem viu as horas passarem. Seu celular vibrou com uma mensagem da Amy.

The Shamy LocomotiveOnde histórias criam vida. Descubra agora