I AM SHELDON COOPER. THIS IS WHO I AM.

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Sheldon Pov's.

Despertei em um susto. Estava um pouco calor. Senti um leve peso sobre meu peito, era Amy.

- Hum. – ri sem humor, balançando a cabeça.

Isso não fazia parte do acordo, porém eu sabia que aconteceria. Não era tão ruim, na verdade era bom e eu gostei. Amy respirou fundo e se aninhou ainda mais no meu peito, me abraçando. Enquanto pensava nessa nossa situação, me peguei alisando seus cabelos. Pobre Amy, você não faz ideia do que se passa nessa minha mente genial. Olhei para a janela e pude ver o céu alaranjado, uma visão belíssima através dos arranha-céus. Nem precisei checar o relógio para saber que eram cinco horas da manhã. Cautelosamente tirei Amy de cima de mim, a acomodei em seu travesseiro e saí do quarto em silêncio para não acordá-la.

Amarrei o robe, caminhei para a cozinha e preparei um leite morno. Sentei no balcão, tomei um gole do leite e fiquei encarando o apartamento tão silencioso. Logo os pensamentos começaram atacar-me. Sobre esses últimos dias. Sobre essa noite. Sobre Amy.

- Ah, Amy. – suspirei. – Queria poder contar-lhe tudo o que sinto realmente.

Às vezes eu pareço ser o homem mais sincero do mundo. Entretanto isso não é totalmente verdade. Eu consigo falar sobre tudo, falo até demais, porém quando se trata de sentimentos se torna complicado fazer as palavras saírem da minha boca. Eu nunca fui um cara normal e nunca quis ser. Mas certos acontecimentos me fizeram perguntar por que eu sou assim.

Quando comecei meu relacionamento com Amy Farrah Fowler, eu levava totalmente na inocência. E quando percebi a cada dia que nós tínhamos uma conexão intelectual forte, que eu nunca tive antes com o sexo oposto, soube que ela era especial. Mas eu nunca imaginaria que chegaríamos até aqui. Á um tempo atrás, eu achava que Amy havia mudado, por querer uma relação mais afetiva. Eu estava errado. Ela ainda é incrivelmente semelhante à mim, mas consegue e não tem medo de expressar seus sentimentos. Por outro lado, eu sou um completo covarde nisso. Eu queria conseguir, não só dizer que a amo, mas mostrar o quanto eu a amo e o quanto isso significa para mim. Que sem ela eu estaria perdido. E que ela foi o evento mais importante na minha vida.

Varri meus olhos pela sala de estar. Inúmeros objetos colecionáveis, vídeo games, filmes, bonecos de ação, e etc.. Ás vezes eu dou mais importância a essas coisas matérias do que minha própria namorada. O que há de errado comigo? Se em uma série de tv ou em um filme meu personagem preferido morre eu fico triste. Mas se algo ruim acontece na vida real, eu nem dou muita importância. Minhas emoções foram conectadas no neurônio errado? O meu real problema é ser Sheldon Cooper. Eu sou assim e não posso mudar. Tudo isso que está acontecendo vai contra os meus princípios. É mudança demais pra minha cabeça. Mas o pior é que no fundo eu estou gostando.

Amy deve achar que nossa primeira noite juntos não foi nada para mim. Eu digo que foi mais do que especial. Quando estive com ela, foi algo incrível. Era um sentimento tão forte que me deu certo medo. Como quando estamos em uma montanha russa, você se divide em um sentimento de felicidade e medo ao mesmo tempo. No fim, quando a sensação carnal se dissipou, eu me senti diferente e não tinha noção se era bom ou ruim. Se ela acha que eu fiquei arrependido, está enganada. Eu gostei, mas decidi levar essa sensação para o lado lógico e disfarçar minha vontade como mera experiência científica. Fui tão bom nisso que até mesmo eu acreditei, e meu cérebro como um ótimo cúmplice gerou-me informações recíprocas e promissoras. Foi ai que eu caí nesse abismo.

Depois que percebi a burrada que fiz, resolvi tentar esquecer essa nossa ultima lembrança erótica e voltar ao nosso antigo relacionamento. Eu acho que ela vai entender, ela sempre me entende. Foi isso que a fez me amar. Por eu ser Sheldon Cooper.

The Shamy LocomotiveOnde histórias criam vida. Descubra agora