The Reflection of the Trip I

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- Ela o quê? – Leonard pergunta perplexo. – Por que ela te deu um tapa?

Sheldon desvia do olhar do amigo, morde o canto do lábio inferior e mantém sua visão baixa.

- Talvez porque eu... Possa ter insinuado que ela tenha... Praticado coito com aquele rapaz do restaurante.

- Oh, cara – Leonard põe a mão na boca. – Por que você disse isso?

- Eu não sei. Essas coisas estão me desconcertando. – colocou as mãos em cada lado de seu rosto. – Eu não queria dizer isso a ela. Mas saiu da minha boca sem que eu percebesse.

A chaleira apitou, tomando a atenção deles. Leonard serviu a água quente na xícara, já com o sache de camomila, e entregou ao amigo.

- Obrigado. – bebe seu chá.

- Você tem que pedir desculpas para ela.

- O quê? – Sheldon quase engasga. – Com licença, mas sou eu quem está com um vermelho na bochecha – ergue as sobrancelhas. – e não é de vergonha.

Leonard revira os olhos. Sheldon continua.

- Nós só havíamos dado um tempo e ontem ela já estava com outro Phd em neurociência – disse com a voz abobalhada, com a língua para fora.

- Sheldon – respirou e coçou a testa. – Ela disse a Penny que ele a estava convidando para uma parceria em uma nova pesquisa. Ele estava muito desesperado por um colaborador.

Sheldon abre a boca, mas não diz nada. Endireita a postura e sente-se um pouco envergonhado.

- Ok. – ele assente. – Posso até retirar o que disse... Entretanto, ela não poderá retirar seu tapa. E isso eu não aceito. – deu de ombros.

- Aah, eu estou tentando te ajudar, mas é impossível!

- Talvez eu não queira sua ajuda.

- E talvez você fique sozinho e velho neste apartamento. – diz com raiva. – Eu e Penny vamos nos casar, Sheldon. Eu vou morar com ela e você vai ter que se virar sozinho.

Sheldon o encara severamente.

- Sabe de uma coisa? – ele cruza os braços e caminha até Leonard tentando o intimidar por seu tamanho. – Eu não preciso de ninguém. Não preciso da Amy e nem de você.

- Ótimo! – murmura Leonard.

- Ótimo! – retruca.

Os dois lançam raios invisíveis pelos olhos por uns segundos e cada um vai para um canto do apartamento batendo os pés. Sheldon vai para seu quarto, anda de um lado para o outro. Por que todos resolveram me dar lição de moral? – pensou. Com a raiva o fazendo soltar fogo pelas narinas ele pega uma mala que guardava em cima do guarda-roupa e começa a separar algumas roupas.

Duas horas depois – mesmo com raiva ele ainda assim é meticuloso. – guardou algumas roupas na mala. Conseguiu comprar online uma passagem para o Texas marcada para o início da noite. Estava decidido, recolheu mais alguns itens necessários que pudesse carregar na mala, estava tudo pronto. Sentou-se na ponta de sua cama, respirou fundo e descansou o rosto sob as palmas de suas mãos.

- O que está acontecendo comigo? – sussurrou para si. - Não! – olhou para cima. – Eu sou Doutor Sheldon Cooper, físico renomado. Isso é um fato, não sentimentos influenciados pela parte irracional do meu cérebro.

Ele se levantou confiante, pegou sua mala e saiu do quarto. Não encontrou Leonard no apartamento, queria que ele testemunhasse sua saída dramática. Checou tudo mais uma vez, saiu do prédio e pegou um táxi que o deixou na estação de trem. Três horas e meia depois, ele estava batendo na porta da casa de sua mãe.

The Shamy LocomotiveOnde histórias criam vida. Descubra agora