Capítulo 3

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Sonolenta, me remexo em uma cama macia e confortável. Não me lembro como cheguei ao hotel, mas tenho que agradecer Katy por escolher um lugar tão maravilhoso.

Me espreguiço calmamente e abro meus olhos, analisando o local à minha volta, não reconhecendo o quarto de hotel. Sento-me rapidamente na cama com uma dor de cabeça horrível e inexplicável, a visão turva não colabora. Não me lembro de praticamente nada do que aconteceu ontem à noite após todos aqueles drinks. Apoio as mãos na cabeça e respiro fundo, na tentativa de me concentrar, mas de nada adianta. Sinto que meu cérebro pode explodir a qualquer momento devido a resseca.

Quando minha visão volta ao normal e se foca em um ponto qualquer, procuro prestar mais atenção no ambiente ao redor e me deparo com um quarto de hotel diferente.

O papel de parede é decorado com tons delicados diferente do hotel em que estávamos, há uma escrivaninha com um abajur ao lado da cama de casal, que, na verdade, deveria ser duas de solteiro. Uma pequena mesa redonda com duas cadeiras e um vaso de rosas vermelho sangue decorando o móvel, as cortinas brancas do teto ao chão impedem que a luz do sol entre pela porta de vidro, que dá acesso à varanda da qual não me lembro de termos.

Tento reconhecer o quarto, mas ele não se parece em nada com o que eu e Katy estamos hospedadas. Demoro, mas acabo por notar um homem deitado ao meu lado, dormindo pesadamente.

Observo os fios negros de seus cabelos despenteados, descendo meus olhos por seus músculos bem definidos. Há uma grande tatuagem em seu peito bem delineado, que termina em sua cintura. Apenas neste momento percebo que ele está vestindo uma cueca boxer escura. Sem entender muito a situação, olho para meu corpo e percebo que estou vestindo um par de lingerie rendado e, ao passar a mãos pelos cabelos, noto o véu e grinalda encaixados ali de alguma forma.

E neste exato momento começo a entender o que está acontecendo. O desespero percorre minhas veias, me deixando paralisada, meu coração descompassa, minha respiração acelera e toda a minha frustração é expressa com um grito agudo e assustado, que sai do fundo da minha alma. Sem pensar muito, começo a espernear na tentativa de me afastar daquele homem estranho e, quando vejo, estou no chão com um lindo galo na cabeça, por ter batido na escrivaninha com a queda.

— Quem é você? — grito a plenos pulmões, apontando acusadoramente para o desconhecido à minha frente, que acorda perdido com os meus gritos.

Com a mão na cabeça por causa da dor causada pela batida, sento-me no chão, assustada e perdida. Ele olha de um lado para o outro e fixa seus olhos em mim, passando as mãos pelos cabelos. Seu olhar perdido denuncia que também não sabe o que está acontecendo, porém, ele está calmo demais e isso me deixa desconfiada. Ainda me olhando, ergue uma de suas grossas sobrancelhas acima de seus incríveis olhos azuis, a cor de sua íris me atrai e faz meu coração acelerar repentinamente, surpreendendo a mim mesma. Coloco a mão no peito, ainda sem entender o que está acontecendo.

Ele me observa em silêncio e começo a me irritar. Levanto-me, encarando-o com raiva, quando me lembro de estar com ele na boate.

— Você é o homem de terno que estava na boate. — Aponto para ele, me lembrando de alguns flashes da noite passada.

— Airon Markcross — responde com calma, me deixando ainda mais furiosa.

— Markcross? — dou ênfase no sobrenome, pressentindo conhecê-lo de algum lugar.

— Belíssimo conjunto. — Gesticula para meu corpo com um sorriso sensual nos lábios.

Lembro que estou seminua e puxo a coberta, que antes estava sobre a cama, e cubro meu corpo, envergonhada. Ele passa mais uma vez a mão sobre os cabelos, com um sorriso libertino no rosto.

O magnata da minha vida (Degustação - Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora