Capítulo 4

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As portas do elevador se abrem à minha frente e fico paralisada. Ele rapidamente laça minha cintura com um de seus braços fortes e me puxa próximo ao seu corpo, em um gesto protetor. Poderia ficar irritada e me recusar a segui-lo, mas estou tão atônita que mal consigo controlar minhas pernas, que parecem feitas de gelatina, então por um momento, agradeço estar envolvida em seus braços fortes e acolhedores.

Caminhamos em direção a porta e avistamos um aglomerado de repórteres à nossa espera, ele me segura firmemente, fazendo com que eu sinta o cheiro amadeirado de seu perfume sensual, as batidas frenéticas do meu coração parecem não querer colaborar com minha sanidade mental.

Os repórteres se juntam ao nosso redor como animais famintos quando atravessamos as portas de entrada do hotel, agradeço pelos seguranças à nossa espera, que abrem passagem para atravessarmos o mar de pessoas ali presentes.

Assustada, passo meus braços em volta da sua cintura, apoiando o rosto em seu ombro, constrangida com os flashes e perguntas maldosas que os repórteres nos dirigem. Nunca imaginei que ficaria exposta desta forma algum dia.

Sempre fui muito cuidadosa com minhas escolhas e ações, nunca me expus a nada comprometedor e mantive minha vida muito organizada, longe de problemas, evitando confusões. E, de repente, o mundo que enfrentei com dificuldade durante vinte e quatro anos, caí aos pedaços em menos de 24 horas. Luto com meus pensamentos em meio ao medo e desespero, que me consomem lentamente.

Até que estar ao lado de Airon não é ruim, um homem influente, bem-sucedido e extremamente lindo como esse, são poucas as mulheres que conseguem. Mas somente poderia me vangloriar desse feito magnífico se ao menos me lembrasse do que realmente aconteceu ontem à noite.

Me casei com um completo estranho, isso não pode ser mais absurdo e surreal do que parece. Chega me lembrar alguns livros e filmes de romance clichê e nunca, jamais, me imaginei vivendo algo assim.

Chegamos ao carro estacionado em frente ao hotel, Airon abre a porta e me dá passagem, entrando logo atrás de mim, dando ordens ao motorista para seguir adiante. Observo todo caminho calada e meus pensamentos vagam inquietos.

Não ouso me virar para ele, eu nem mesmo sei o que falar ou como agir neste momento. A vista da esplendida Las Vegas passa por meus olhos como um borrão, até que a curiosidade me domina.

— Para onde está me levando? — pergunto rudemente, me virando para ele após parte do choque ter passado.

Ele me analisa silenciosamente e volta sua atenção para a janela, observando Las Vegas passar pelo vidro escuro.

— Para o seu hotel, senhorita — o motorista responde minha pergunta, me fitando pelo retrovisor com um simpático sorriso no rosto.

Lhe dou um sorriso contido como forma de agradecimento e resolvo não puxar mais assunto com esse homem bipolar ao meu lado.

O percurso até o hotel em que estou hospedada é feito em silêncio e, com isso, me perco novamente em pensamentos. Às vezes, vejo o reflexo dos seus olhos azuis refletidos no vidro escuro da janela, mas procuro me manter em silêncio, ignorando sua presença sufocante ao meu lado.

Ao estacionarmos em frente ao hotel, saio do veículo antes mesmo do motorista deixar o volante e abrir minha porta. Agradeço a Deus por não ter nenhum repórter à minha espera na portaria, sigo para a entrada de cabeça baixa sem olhar para os lados, entrando no elevador rapidamente.

O caminho que o elevador faz até o andar em que eu e Katy estamos hospedas parece ser eterno, como se aquela caixa metálica não fosse parar e abrir suas portas tão cedo. Passo o curto período me martirizando por falta de sorte, até ver as portas se abrirem, revelando o corredor do nosso andar.

O magnata da minha vida (Degustação - Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora