Capítulo 5 (Parte 2)

133K 9.2K 1.1K
                                    

Sigo até ela com um sorriso no rosto. Só mesmo Katy para enfrentá-lo dessa forma. Ela me abraça fortemente, sussurrando em meu ouvido.

— Se ele tentar algo, me ligue imediatamente. Mas sei que não seria louco, ele tem uma imagem a zelar, porém, se tentar... juro que acabo com a raça dele! — Sua raiva está presente em cada palavra pronunciada.

Me despeço dela com mais um abraço e me retiro do quarto com Airon, ele segura minha mão de um jeito incomodado e me leva a encará-lo por seu ato inesperado.

— Sua amiga tem uma língua afiada — fala calmamente.

— Você não viu nada — rio do seu comentário, o seguindo calada, sem causar algum tipo de discussão por ele segurar minha mão, afinal, isso não é o fim do mundo.

Ele me guia até sua Lamborghini preta estacionada em frente ao hotel. Não me surpreendo com o carro luxuoso, não esperaria menos de alguém com um status semelhante ao dele.

Enquanto Airon dirige, fico olhando para o lado de fora da janela, sem saber o que dizer. Sua postura relaxada mostra que ele se sente confortável com a minha presença, mas diferente dele, não consigo manter essa calma toda.

Ele se mantém em silêncio e prefiro continuar assim. No fundo, eu torço para que nossa conversa seja pacífica, apesar da minha mente dizer que eu vou quebrar a cara. Quero me aproximar dele e saber o que está escondido embaixo de toda sua brutalidade e arrogância.

Em toda minha vida, apenas Katy me defendeu e se preocupou comigo, e se seus pais não tivessem me adotado, não sei o que seria de mim hoje. Talvez nem aqui eu estivesse, o que seria bem provável, dependendo do meu tio.

Meus pensamentos são interrompidos por sua voz grossa.

— Você não é de falar muito. — Me analisa, pensativo.

— Na verdade, não sei o que dizer — admito.

— Poderia me dizer o que está pensando? — Fico desconcertada pela intensidade de seus olhos sobre mim.

— Não é nada demais, apenas em como tudo isso irá acabar — minto, desviando o olhar, e vejo um certo nível de decepção passar por sua expressão.

Ele fica quieto novamente, mas não para de me observar. Seus olhos são curiosos e me deixam sem jeito e inquieta. Não sei qual o motivo da sua decepção ao saber que quero o fim de toda essa maluquice.

Sinto que ele esconde algo. Algo muito grande. Mas como posso ficar contra um homem de influência?

Sei que o dinheiro não compra a felicidade, entretanto, pode comprar a justiça e minhas experiências com isso não são muito boas.

Olho novamente para a janela, tentando disfarçar meu desconforto, e agradeço a Deus quando ele estaciona em frente a um belíssimo restaurante. O manobrista abre a porta do carro para mim e, ao descer, agradeço com um sorriso.

O lugar é sofisticado e luxuoso, me deixando desconfortável por vir com um vestido tão simples. Airon me oferece o braço e acabo deslizando minha mão por seu bíceps, segurando-o.

A elegância do local me deixa constrangida, mas procuro focar meus pensamentos em outros assuntos. Ele poderia avisar que viríamos a um restaurante tão elegante, com toda certeza escolheria um vestido mais adequado ao momento. Me sinto tão deslocada nesse ambiente que acabo não prestando muita atenção na decoração para não me sentir pior.

O meu vestido não é totalmente inadequado, mas para um jantar, optaria por algo mais comportado e menos chamativo. O tom vermelho acaba sendo vibrante demais e agradeço mentalmente por ter meu sobretudo preto escondendo partes da minha roupa.

O magnata da minha vida (Degustação - Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora