Capítulo 13

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Valentina

Não pude continuar a ouvir Mathew, aquilo teve um grande impacto em mim, como uma falha que cometi por não estar presente, talvez tivesse sido diferente se não tivesse acontecido o que aconteceu.

 Não pude continuar a conversar com ele, cada segundo que passava ficava com mais ansiedade do que já estava. 

Por isso despachei a nossa conversa e fui para o meu dormitório a procura do Anthoni.

- Olá? Esta alguém em casa? - perguntei assim que entrei no quarto.

Fiquei a espera da resposta por um tempo, mas logo reparei na sua presença.

Ele estava sentado em uma poltrona num canto com uma expressão rígida.

- Hey! Estas bem? Aconteceu alguma coisa?- perguntei apreensiva.

- Pelos vistos vejo que ainda não fizeste a tua mala. - disse mudando rapidamente de assunto.

- Por favor Anthoni, deixa-me viver aqui, juro que vou ser que nem uma pedra, nem vais dar pela minha presença.

- Sai da minha frente. - disse fazendo uma expressão indiferente dando um encontrão em mim.

Derrepente senti os músculos do meu braço contorcerem de dor, ainda estava um pouco dorida por causa da queda.

- Um rapaz fraquinho que nem aguenta um encontrão?

Enquanto remetia ainda a expressão de alguém com dor enquanto passava a mão no braço, Anthoni olhava-me com um olhar de desapontamento.

- Se fizeres barulho acima dos 40 decibéis podes considerar-te expulso do quarto.

- E-então isso significa que não tem nenhum problema se eu ficar aqui?

- São as regras do dormitório, não posso fazer nada. - Respondeu. - Mas é apenas temporário.

- Obrigada! - Agradeci com a voz mais esganiçada que tinha. Até perceber o meu erro. - Q-quer dizer, é na boa...mano, acho que posso viver com isso. - respondi com voz grave.

- A mais uma coisa. - disse se virando para mim. - Esquece a ideia de que tu e eu estamos no mesmo nível. Por isso não me chames "mano".

- O que? - perguntei confusa.

- Eu sou o dono desse quarto e tu és...- pausou, olhando para mim pensando em algo. - Nada.

- Nada? como assim, eu tenho grande valor...- Respondi na defensiva.

- Se não gostas-te, podes começar a arrumar as tuas coisas e procurar alguém que aceite o teu " valor". -  Respondeu.

- O que? Eu disse valor? N-não! O meu nome do meio é Nada.

- Hum... foi o que me pareceu.

- Mas sobre essa cena dos 40 decibéis, o que queres dizer com isso? - Perguntei.

- É o som de uma página a virar dentro de uma biblioteca.

- Estas a dizer que não queres que eu respire?!

- Se puderes.

- Mas que porr... - vi que o limite da minha voz já estava a passar dos decibéis e resolvi acalmar-me. -Bem, acho que vou tomar banho sem respirar.

Anthoni

Já me deitei a algum tempo mas não consigo descansar, ultimamente todas as minhas noites tem sido preenchidas com o mesmo sonho. 

Um sonho que não me deixa seguir em frente.

É praticamente um dos meus grandes pesadelos. É um sonho que já foi realidade e agora esta a ser difícil de superar.

Derrepente uma luz surge e Ailee aparece para me reconfortar

Aquela era a minha mãe, ela veio até mim com uma expressão calma e um sorriso amoroso de mãe e cobriu-me. Não pude deixa-la ir embora assim, não outra vez.

Era a primeira vez que a via a minha frente depois de muitos pesadelos por isso não excitei em agarrar a sua mão.

Não quero que este sonho acabe, parece tão real quase tenho a sensação de estar mesmo a sentir a sua mão debaixo das minhas. Quero que isto dure.

Quando o meu despertador tocou, fui aos poucos acostumando-me com a luz que estavam a invadir os meus olhos e pude ver que passei a noite toda agarrado a algo.

Quando esfreguei os meus olhos e a minha visão ficou nítida levei um espanto ao ver Ross sentado em uma cadeira a dormir com a cabeça na minha cama e com um dos braços todo esticado que ia dar diretamente as nossas mãos que estavam agarradas.


Don't call me girl in school ( Rewriting)Where stories live. Discover now