Capitulo 1

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Foto de Jennifer na Mídia...


Morar em Hortolândia - SP, tem sido muito difícil recentemente. Meu pai morreu a 2 anos, e desde então esta cidade se tornou, um lugar de tristes lembranças. Passei a maior parte da minha infância aqui, mais infelizmente minha única solução é recomeçar, terei que deixar muita coisa para trás, Porem, não dá mais para continuar assim, tudo o que vejo, me faz lembra-lo, e isso é muito doloroso.

Moro com minha mãe, em um apartamento apertado, de três cômodos, cozinhas, sala e quarto, os quais divido com a mesma, meu quarto é uma pequena suíte.

No apartamento, todos os móveis são brancos, as paredes verdes, simboliza esperança. Durante a noite, o luar ilumina todos os cômodos, nos ajudando a economizar um pouco da luz. A água foi cortada há 2 dias, quando precisamos, recorremos ao apartamento vizinho, onde Sra. Smith com sua generosidade, nos ofereceu sua mão amiga.

Eu estou cursando o último Ano do Ensino médio de manhã, e trabalho no período da tarde em uma lanchonete. Sou garçonete, a 1 ano e meio.

Tenho 16 anos, meu nome é Jennifer Miranda Agustine, mais todos me conhecem por Janny. Meu Pai sofreu um acidente de carro, e não resistiu, desde então, trabalho para ajudar minha mãe em casa, mais como garçonete, tenho que me contentar com as míseras gorjeta que os clientes me dão, o que não é muito, e as vezes o dinheiro nem sobra, pois, na volta pra casa, pego 2 ônibus, e com este gastos, volto a estaca zero.

Já no colégio tenho poucos amigos, afinal, não sou muito comunicativa

Minha melhor amiga Daisy e eu nos conhecemos ainda na infância, e somos praticamente irmãs, desde então, guardamos segredos uma da

outra, considero Dona Hilary, mãe de Daisy, como, uma tia mais próxima, elas são completamente da família, e colega de trabalho da minha mãe.

Hoje sábado, dia 7 de Abril, estou no quarto arrumando minhas malas para a mudança, sim, estamos nos mudando, infelizmente, isto significa: Adeus Daisy, adeus escola, adeus lanchonete. Mais também quer dizer que finalmente irei mudar de vida, recomeçar de novo, e apenas este pensamento me consola.

Daisy esta me ajudando a fazer as malas, enquanto comemos brigadeiro no quarto, e fofocamos sobre os artistas mais hilários da TV Brasileira.

Ela é uma garota muito bonita, loira de olhos azuis, cabelos lisos e longos, e adora usar vestidos extravagantes. Ela esta usando um vestido florido curto e rasteira marrom, que combina muito bem com seu tom de pele.

Ela chama atenção por onde passa, os meninos de nosso colégio a chama para sair. E ela nunca foi de recusar um convite, afinal, odiava a ideia de não ter nada para fazer nos fins de semana. O ultimo cara com quem ela saiu era um otário, além daquele visual brega, que todos os garotos da escola estavam usando, como se fosse febre, e a gíria indecifrável, ele não pagou a conta do restaurante que foram, e falava de boca cheia, o que deu a entender que alem de ser sem educação era mão de vaca. Ele é o ultimo cara que me lembro de ter visto com ela, se chama Junior, e saiu com Daisy semana passada.

Ao contrário de mim que não me interessei por nem um garoto do colégio até agora. Qual é, eles são uns idiotas, usam calças largas, bonés virados, e falam em gírias que eu completamente não sei decifrar , e ainda querem que eu me sinta atraída por eles?

Enfim, quando papai morreu, Daisy passou a noite em casa, assistindo filmes comigo, só me fazendo companhia, e isso me ajudou muito, afinal, nunca fui de chorar, e não sei dizer como minha mãe ficou depois de todos os acontecimentos, ela simplesmente não dormiu em casa no dia, provavelmente estava na casa de alguma colega de serviço, ela é jornalista.

Minha mãe foi quem me ensinou a ser forte, ela nunca chorava, pelo contrario, quando estava muito triste se afundava na bebida junto com as amigas. Tia Hilary nos fez companhia nessa hora difícil, a seu pedido.

Tia Hilary se preocupou bastante com meu estado, afinal, tinha acabado de sair do enterro de meu pai , e o fato de não ter derramado nenhuma lágrima, fez ela passa a noite toda me observando. Acho que provavelmente pensou que eu poderia desmoronar, mais não foi isso que aconteceu, apesar de eu querer tanto ter chorado, me contive, neste dia passei a noite escrevendo no diário. Pois nunca fui boa de expressar os sentimentos.

Com as malas prontas, minha mãe ficou ao telefone falando com tia Roxy, que mora em um casarão no penhasco, e nos convidou para morarmos com ela, em Belo Horizonte. Lá ela também mantém uma loja de prancha de surf, que é herança de seu marido Michael Morguisting.

O convite veio em uma boa hora, pois, a ideia da mudança, é que, minha mãe acha que não irá nos fazer bem, continuar na mesma casa, pois, todos os cômodos daquele apartamento lembra meu pai. E ela chegava todos os dias, em casa bêbada, eu acabei passando a cuidar dela, o que devia ser ao contrario. Já estávamos a mais de 1 ano, procurando uma casa para morar, portanto este convite caiu do céu. Já que agora éramos só nós duas não tínhamos do que recusar.

Como forma de recordação, Daisy me deu uma pulseira, que simboliza nossa eterna amizade, algo que me emocionou muito e que me ajudará a lembrar muito dela quando estiver longe.

Por outro lado, peguei minha favorita gargantilha preto, com pingente do símbolo da paz, que tem um circulo com"Y" dentro e de cabeça pra baixo, que acho lindo, e dei pra ela.

Daisy adorou o presente, que de imediato queria coloca-lo e devo admitir, o colar ficou melhor nela do que havia ficado em mim.

Quando chegou a noite, já estava tudo arrumado para a mudança, e eu fui tomar banho e me arrumar pra passar a noite na casa de Daisy.

Quando Tia Hilary veio me buscar, já eram 18:30h da tarde.

Minha mãe já estava bem acompanhada, então, peguei minha jaqueta de couro preto, fui avisar a ela e as amigas que eu já estava indo. 

Floresta ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora