Capítulo 8

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Depois de alguns segundos, paralisada em frente a porta, saio do transe, em que estava, e corro pro banheiro, me arrumo o mais rápido possível, pois conhecendo Brad, sei que não gosta de ficar esperando, e deve estar inquieto.

Logo desço as escadas do imenso casarão, usando uma rasteira marrom, short curto preto, e camisa regata branco, hoje o dia amanheceu, muito quente, ótimo para ir a praia, mais antes, preciso pesquisar lugares históricos.

Encontro Brad, encostado em seu Camaro preto, me fitando, ele está no estilo bad boy, como sempre, incluindo seu ray ban, que quase nunca tira.

Fomos até a biblioteca em silencio, porem, percebo seu desconforto, ele esta inquieto demais durante o trajeto, e fica toda hora olhando pro retrovisor, acho que ficou paranoico desde as revelações de noite passada.

Chegando na biblioteca, antes de me deixar, ameaça "não saia, até eu voltar" como se mandasse em alguma coisa, porem, não discuti, ele parece perturbado, e logo me larga, alegando que me pega as 16:00 h.

Entro, e vou direto pra mesa reservada, onde já encontro, livros empilhados, que foram separados pra minha pesquisa. A biblioteca é enorme e cheia de prateleiras. Paredes claras, e chão de madeira, teto oval e bem trabalhado, pode ser considerado um dos primeiros pontos turísticos da cidade, por ser um salão antigo, com muitas esculturas e estatuas na entrada, e diversos livros relacionados a cidade, em suas décadas e séculos. Porem onde estou encontrei muitos livros empoeirados, como se nunca fossem tocados.

Sentada na última poltrona da imensa Biblioteca, avisto uma porta com a placa "não entre", deve ser onde guardam os livros proibidos ou broqueados da cidade. Já se passaram muitas horas e estou no 5° livro, as

vezes, até eu me surpreendo com minha habilidade na leitura. Olho no relógio, são 15:30h, a hora passou voando, não tem ninguém onde estou, fico deitada no sofá, como se estivesse na casa de minha tia, bom, é isso que o livro, faz comigo. Ouso passos mais continuo infiltrada na leitura, afinal, tenho só mais meia hora.

- Nossa, se eu soubesse que seria assim, nem teria saído – Brad fala debochado, analisando meu corpo, sento em um só pulo, lhe tirando gargalhadas pela minha reação.

- Se eu fosse você, pensaria duas vezes antes de falar asneira – Levanto lhe encarando, ele vem a passos lentos em minha direção, com as mãos na costa em posição de sentido, e sussurra em meu ouvido.

- Se não o que? – Me arrepio toda, sentindo seu hábito em meu pescoço, ele ri baixo e me olha nos olhos, não consigo desviar, o olhar, e ele logo se aproxima, junta nossos lábios, deixando um formigamento, e se afasta me olhando, com um sorriso presunçoso, logo volta com toda a intensidade, agarra minha cintura e me puxa para si, tomando meu lábio em um beijo mais urgente, e desejoso. Quando me dou conta, já estou encostada na parede, com uma mão em seu braço e a outra em seu pescoço, sem desgrudar nossos lábios ele me levanta, e prendo minhas pernas em sua cintura o puxando para mais perto, logo nos separamos ofegantes, com a testa juntas, e ele acariciando minha bochecha. Olho para ele , que continua com aquele sorriso presunçoso, que a pouco descobri que amo, e parece satisfeito. Me puxa para fora da biblioteca, e ao chegar no carro, faz questão de abrir a porta para mim.

Com o carro em movimento, ele recebe uma ligação, e eu começo a questionar, o que acabou de acontecer, afinal, nem eu sei o que deu em mim, foi constrangedor de mais.

Entre tanto, no outro lado da linha, Diogo, meu irmão, sim, ele é como um irmão pra mim, não um irmão de sangue, mais um de coração, desde o dia que nos conhecemos, ele cuida de mim como se eu fizesse parte de sua família, pra ele não sou diferente de sua gêmea Mary, somos iguais e o carinho é o mesmo, isso é o que importa. Saio de meus devaneio, com o carro estacionando em frente a uma praia muito movimentada.

- O que estamos fazendo aqui – Pergunto curiosa.

- Diogo, mandou te trazer, estão todos aqui, e tem alguns amigos, que precisa conhecer. - Responde abrindo o carro.

- OK – Respondo também, saindo do banco do passageiro.

Logo encontramos eles, e conheci todo o grupo, que foram muito gentis comigo, começamos a jogar vôlei de praia, e é obvio, que eu fiquei no grupo do meu maninho querido, nele estava, Mary, Diogo , Brad, Katy e eu. Jogamos muito e ficamos com a pontuação de 4x1. Já era 18:30h e estávamos exaustos, o grupo adversário, se desfez e cada um foi por um lado, já no meu grupo, estávamos dividindo, garrafas de água, pois só tínhamos duas.

Brad não esta com a gente, parece que a bola de Katy, caiu do outro lado da praia, e ele foi buscar, porem, ele esta demorando muito, então resolvi ir atrás, o que é estranho, normalmente eu não agiria assim, por tanto, Diogo se ofereceu para ir comigo, fomos conversando animados. Mais chegando quase perto de onde ele esta, o que eu vi me deixou atordoada.

Brad esta perto de um grupo de meninas, líder de torcida, porem, uma delas, que deve ser a líder do grupo, esta se esfregando nele, que conversa todo animado. Quando recebe um selinho fica surpreso, e por um segundo olha em minha direção, meus olhos ficam vermelho, literalmente, e isso me assusta, porem, vejo seu sorriso presunçoso, e quando volta sua atenção pra morena, imediatamente corresponde, ao beijo.

- Calma pequena, não faça nada de cabeça quente. – Fala Diogo, preocupado, com meu descontrole.

No entanto, encontro Brad me olhando. Fecho os olhos e respiro fundo, sinto meus olhos voltarem ao normal, e quando abro, o vejo, caminhando em nosso direção, me examinando seriamente, começo a ver tudo violeta, e deixo uma lagrima teimosa escapar, sem tirar os olhos dele, que se aproxima, sussurro, tendo a certeza que só Diogo ouviu.

- É justamente nesta hora, que minha vontade é sumir, porem, algo aconteceu, de algum modo, hoje sito-me atraída por ele, e seja o que for, irei descobrir o motivo.– Diogo me olha preocupado, e Brad tenta me impedir de algo, derrepente, o inacreditável acontece, num momento estou na praia arrasada perto de Diogo, no outro, estou sozinha em meu quarto trancada, e aos prantos, não sei como fiz isso, mas gostei de ter feito, assim, tenho tempo pra recuperar-me, e talvez amanhã, possa fingir que nada disso aconteceu, porem, neste momento, sinto um imenso vazio por dentro. 

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