09.

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Capítulo 9.-Aparentemente, não nada além de caos.

Matheus Narrando.

Joguei meu tênis no canto e me sentei na cadeira de frente pro meu computador, abri no site da Avianca, o melhor pra compras de passagens aéreas. A Nicole ia comigo, ela está com muita saudades da Alice, e também está muito abalada, ela sente muita falta, mas não demonstra, a Anastácia, vem tentando confortar a minha mãe, que já aceitou um dos fatos, o mais importante, que é o da Alice precisar de um tempo. Agora a Alice pode ao menos ligar pra nossa mãe, só pra ela matar a saudade, quando a Alice sumiu recentemente minha mãe chorava, escondido mas chorava. Ela é frágil, sempre foi frágil. E eu que tenho de ser o mais forte, por mais fraco que eu seja, eu tenho muitas saudades da minha irmã, das idiotices dela, do jeito pra frente e extrovertido, mas, todos temos que aceitar que isso é bom pra ela, não sei aonde ela está, mas, espero que esteja fazendo bem a ela. O Lucas, parou de se importar, simplesmente parou, no baile ele passa o rodô, ele foi ao médico e o médico disse que deram tarja preta injetável nele, e quando dada em alta dosajem causa perda de memória, em alguns casos demora umas 72 horas, ou bem, mais bem mais, o Lucas disse que pode até ter sido isso, mas que agora ele já não se importava mais, que por mais que o amor dele pela Alice estivesse vivo ali dentro, ele não se importava mais, e aí ele está fazendo missões perigosas pra comunidade, fazendo corres, tornou o braço direito da Nicole, e sim, a Nicole assumiu o posto, ela contestou, dizendo que não era pela Alice, e sim pela comunidade, eu aceitei, não podia contestar ultimamente ela vem estando fria, e eu não quero me tornar o alvo da friagem dela, por mais que o nosso relacionamento esteja abalado.

Efetuei a compra das passagens e fui tomar um banho, eu estava muito cansado, estou trabalhando, já que resolvi deixar o apartamento do meu pai, ele ainda não sabe, mas garanto que a Ane e a Eliana fará questão de contar.

Alice Narrando.

Acordei mais cedo que o de costume, ainda era 5h:48, fiquei deitada na cama, fitando o teto. Várias coisas acontecerá na minha vida por este tempo, os meus seqüestros um atrás do outro, uma revelação que quase me mudará, bem, se não fosse o quase mudava, quando eu soube que o meu melhor amigo estava apaixonado por mim, eu senti que minha armadura já não existirá mais, que todo aquele feitiche sobre o amor podeira ser quebrado, se ele me ajudasse a quebrar. Eu resolvi me entregar por conta do que eu sentia, das borboletas, do calafrio, do arrepio, do meu corpo trêmulo quando ele falava que me amava. Mas, tudo isso se desfez, como sempre, como tudo para que eu seja mais complexa. Quando eu vi o Lucas me traindo pela segunda vez, eu logo me vi como uma trouxa da vida, eu já tomei muito na cara, não pelas pessoas, mas, sim pela vida, vi que já estava na hora da princesa aqui, acordar e ver que nem tudo é conto de fadas, acho que já tinha até passado da hora de fechar meu coração.

Meus pensamentos foram travados com a Joana, que estava de pé, olhando pra mim, seus cabelos estavam bagunçados, as olheiras em seu rosto era totalmente visível, seu pijama preto, com uma assombração qualquer estava amassado.

-Perdeu alguma coisa ?-Ela disse com a maior cara de mal humor.
-Eta, você me assustou, quer o que ?-Virei-me pra ela.
-Hum, por que te assustaria ? Estava aprontando ?-Ela me olhou maliciosamente.
-Eu mesma não.-Disse e dei risada.
-Ox..-Ela disse e se pôs a arrumar a cama.

Me levantei e dobrei os cobertores da cama, separei uma calça jeans e a blusa do colégio, eu não estava afim de usar a saia. Separei meu coturno roxo com azul, e fui pro banheiro, escovei meus dentes e passei enxágüe bucal, depois entrei no box e liguei o chuveiro, fiquei debaixo e deixei a água gelada escorrer pelo meu corpo, me trazendo uma boa nostalgia. Depois de um tempo, saí do banho, me enxuguei e me vesti, fiz uma trança no cabelo, e uma maquiagem simples, só de base, lápis, batom e rímel. As meninas ainda estavam se arrumando, resolvi ir falar com o Abadubade. Saí e fui até a área verde, sabia que iria encontrar ele lá, e o achei. Ele usava um casaco preto, com uma calça preta jeans, e a blusa do colégio, ele tinha umas pulseiras bastante sinistras, mas não me incomodei.

-Oi.-O cumprometei depois de um longo tempo de silencio.
-O que quer ?-Ele me perguntou seco e indiferente.
-Um, um passaporte.-Disse sem graça.
-Hum, venha.-Ele guardou alggo na sua mochila e se levantou. Entramos na salinha dos incensos. Ele saiu mexendo em varias caixas, até que achou a certa, tirou lá de dentro um passaporte pronto.
-Nossa, mas já ?-Perguntei sem entender.
-Achei que fosse precisar, e fiz no meu tempo livre.-Ele deu um sorriso de lado, e pela primeira vez vi seu rosto. Seus olhos eram pretos, bem mais preto que a escuridão, seu cabelo era jogado, o que o deixava bem fofo, ele tinha covinhas, suas sombrancelhas bem feitas, dava um belo toque final.
-Ah, obrigado.-Disse deslumbrada pelo rosto do garoto.
-De nada. Alice Borella.-Quando ele disse meu nome eu congelei.
-Como sabe ?-Perguntei assustada.
-Sei de tudo, mas, não se preocupe, seu segredo estará bem seguro comigo.-Ele disse.
-Você é..-Parei no mesmo instante, acho que eu iria ofende-ló.
-Um gótico ?-Ele me olhou e eu fiquei sem reação.
-É..-Disse sem graça.
-Sou. Um gótico de verdade, não aqueles de modinha.-Ele disse e ouvimos o sinal pra aula tocar.-Você tem que ir.
-Vamos comigo?- O propus, eu estava curiosa sobre o assunto.
-Acho melhor não, vão dizer que estou te transformando no projeto de capeta.-Ele disse sério
-Ai já é comigo.-Sorri fraco e peguei em sua mão.
-Tudo bem.-Ele revirou os olhos e saímos.
-Então, o que é ser um verdadeiro gótico ?-Perguntei curiosa e guardei o passaporte no meu bolso.
-Hum, olha, você vai se assustar é melhor deixarmos essa conversa pra depois.-Ele disse, e quando passamos pelo corredor geral ficou olhando.-Hum, e eu disse que iriamos ser o centro das atenções.
-Que seja, só tenho dois dias aqui, não sou tão popular assim.-Disse e dei risada.
-Digamos que é, andando com a Lília, o João, a Joana, a Aline, o Eduardo, o Gabriel, a Heloísa, e o Juliano, não tem quem não seja popular aqui.-Ele explicou.
-Ata, mas, por que você não cobra os "servicinhos" pro meu pessoal ?-Perguntei curiosa.
-Eles já me ajudaram em muita coisa.-Ele disse.-Ah, e percebi sua richa com a Alana Matos.
-Você percebeu ou viu pela sua bolinha de cristal ? -Dei risada.
-Pode se dizer, que ouvi por alto.-Ele sorriu e parou numa sala de número 32, a sala de Filosofia Abstrata.
-Tenho, conhece a tal da Carla ?-Perguntei curiosa.
-Conheci, mas, não muito. Ela era como uma ficante do João, até ela dar um fora nele e ir embora.-Ele disse e eu senti uma pena do João.
-Ata.-Disse.-Tenho que ir, minha aula já teve ter começado, te vejo na area verde.-Disse e sorri.
-Até mais.

Fui pra sala, e quando cheguei lá a professora já estava lá, recebi uma bronca, mas não me importei. Cumprimentei o pessoal, e fui pro meu lugar.

A aula foi boa, anotei tudo, não deixei passar nada, já estávamos perto da hora do almoço, quando o João me cutucou.

-Ai, preciso falar com tu.-Ele disse e meu corpo estremeceu.
-Legal fera.-Fui seca e indiferente.
-Para de ser seca.-Ele disse.
-Pera.-Pedi pra ele esperar, e peguei uma garrafinha de água que o colégio dar pra os alunos não ficarem saindo. Bebi um pouco, e coloquei o resto na minha mão e passei em mim.-Pronto, não estou mais seca, e o que eu disse ? Legal fera.-Ele revirou os olhos, e se escorou na sua carteira.-Mas, se quiser falar comigo, na hora do almoço.-Soltei uma piscadela, e a real é que eu não iria me aguentar de curiosidade.

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Opaa, conversar ? Hum, sei. Estão gostando ? Se sim, dêem a estrelinha e comentem. Eu quero ver geral comentando, como é que vocês querem que aconteçam o beijo, com a Alana, com a Maju e o Eduardo, com o Lucas, com a Alice e o Abudabe. Enfim, comentem, vocês sabem que eu respondo TODOS. Sem exceção.

  Beijos da Rool, e comentem, Go Go.💙

Ladra De Salto. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora