21.

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Capítulo 21.-Vomitei todas as borboletas do estômago. Disse pra mim: Dessa vez não. ”

Acordei na tentiva falha do João de levantar da poltrona sem me acordar. O olhei e ele estava com cara de sono, com certeza ele deve ter dormido.

-Aonde estamos ?-Perguntei e bocejei.
-Desculpa, não queria te acordar.-Ele se desculpou.
-Não, não, tudo bem.-Disse e esfreguei meus olhos.-O carro parou, chegamos ?
-Não, estamos perto, falta pouco, só vamos abastecer, e o professor me chamou pra cuidar do olho, passar um gelo.-Ele disse.
-Ah, vamos.-Disse e me levantei.
-Alice, não precisa.-Ele puxou meu braço e isso fez com que eu me sentasse novamente.
-Precisa sim, vamos logo, não quero perder tempo, quero logo chegar no Rio.-Ordenei.
-Você é teimosa.-Ele resmungou.
-E não presto.-Disse e soltei uma piscadela.

Descemos do carro, e não éramos os únicos a descer naquela primeira parada, tinha vários alunos espalhados pelo posto de abastecimento. Entramos na loja de conveniência, mandei o joao sentar o mesmo me obedeceu, enquanto isso eu fui no caixa e comprei uma bolsa de gel gelada.
Voltei e coloquei sobre o olho dele com cuidado, o olho dele estava bastante inxado,pude perceber ele me olhando e isso me deixou meia desconcertada.
Um fio rebelde tinha caído no meu olho, o João viu e levou sua mão até o meu rosto, jogou o fio delicadamente pro lado e desceu sua mão até minha boca, meu coração acelerou, as borboletas acordaram, e o meu estômago revirou.

-O que é que você tá fazendo ?-Perguntei nervosa.
-Xii..-Ele ignorou minha pergunta e continuou deslizando seu dedo indicador sobre meu rosto delicadamente.

Aquilo me dava arrepios, e uma vontade maluca de beija-ló ali mesmo, mas fomos interrompidos pelo professor.

-Rhum,rhum.-O professor pigarreiou.-Até uns tempos atrás a presença da minha aluna te martilhizava João Victor, e agora você está prestes a beija-lá, acho que o mundão girou né bem ?!-O professor disse escorado na porta.
-Não é nada disso professor.-Disse nervosa, peguei a bolsa e guardei numa sacola plastica.
-Hum, que seja, vamos, há não ser que vocês queiram continuar o que eu acabei interrompendo.-Ele disse e sorriu cínico.
-Vamos!-O João disse e se levantou.

Eu fui na frente, entrei no ônibus e fui logo pra minha poltrona, me sentei e peguei meu celular, coloquei meus fones e me isolei, só vi o João se sentando ao meu lado comendo uma barra de cereal.

Depois de mais uma hora de viagem chegamos ao Rio. Pegamos nossas malas e adentramos o hotel que nem um bando de loucos. Cada um pegou uma chave da suite, peguei a minha e ignorei todos, entrei no elevador junto a umas meninas de moda, e fui pra minha suíte, eu não queria ficar parada, por isso tomei logo banho, e quando terminei o banho o João e o Nolan já tinha chegado.

-Vai pra onde ?-O Nolan perguntou me olhando dos pés a cabeça.
-Pro morro, vai não ?-Perguntei.
-Vou, meu boy está me esperando lá.-Ele disse.
-Como o deixaram subir ?-Perguntei sem entender.
-Ele sempre frequenta, é fácil pra ele.-Ele explicou.
-Hum, vá tomar banho, hoje eu liberei pra subirem comigo, o pessoal que for vai me encontrar lá na recepção.-Disse.
-Geral já foi se arrumar.-O João se manifestou.
-Hum.-Disse.-Bem, vou me arrumar, por que essa noite promete.-Me animei.

Procurei meu vestido colado preto com um cinto do vestido mesmo da cor branca, tirei meu salto branco e um brinco meio grande, e umas pulseiras e meu relógio de ouro. Me vesti e fui logo arrumar meus cabelos, escovei e pranchei, deixando as pontas emborcadas, depois só foi faze uma make, acompanhada pelo meu batom vermelho, uma base. Depois coloquei meus acessórios e meu salto. E pronto, pronta pra divar. Quando saí da suíte o Nolan e o João estava terminando de se arrumar, pasei o fio pro menor que cuida das vans da comunidade e mandei ele vir pegar geral, já tinha umas vinte pessoas prontas, inclusive a Helô, a Maju, o Edu, o Gabriel, a Lília, a Joana, a Aline, a Carla, a Alana e o Danilo. Depois o Nolan e o João chegou, e não demorou muito e logo em seguida o menor da van chegou, todo mundo se apertou pra caber, eu fui na frente com a Aline e a Lília, lógico, a patroa não pode ir no apertado. Caímos na pista, não demorou muito e chegamos ao morro, o som alto já era possível se escutar da baixada, e as piriguetes já estavam subindo. Me bati com a Nick e a chamei pro canto.

-Vei, aí, obrigado por tudo, mas agora tô de volta, não vou sair daqui.-Disse decidida.
-Você está tomando o morro de mim ?-Ela fez uma cara de indignada.
-Nunca Nick, só que agora quem manda aqui somos nos duas.-Disse.
-Uhum, de boas.-Ela assentiu.
-Será que dá pra voltarmos a ser o que era antes ? Eu não matei o Lucas, não planejei a morte dele, e se tu acha que eu não sofri tu está bem enganada cara, eu sofri, por dois anos, dois anos seguidos, até eu dizer chega e tocar minha vida, ele é o meu anjo, eu sinto, e todo dia eu o peço uma pessoa boa, igualzinha a ele, e sei que ele vai me ajudar.-Disse.
-Ah, e eu sofri pouco ?-Ela gritou.-Não quero discutir com você Alice, curta o baile.-Ela disse e fez menção de sair, mas eu a puxei pelo braço.
-Me diz que tu vai parar de neorose.-Disse.
-Tá, de boa, agora me solta e vai curtir essa porra de baile.-Ela disse e me empurrou.

Deixei ela descer o morro, e daí eu subi, cortei a multidão soada que descia até o chão, fui pro camarote, aonde estava a Lília, por causa do Júnior.

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Liberei capítulo hoje, ufas. Não me cobrem, por favor.
Comenteeeeem, pra que eu possa portar mais. Agr beijos.

Ladra De Salto. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora