16.

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É recomendável que antes de ler o cap. vocês apertem o play da música  anexo. :)

Era isso, e boa leitura. Não se esqueçam dos comentários e das estrelinhas :D

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Capítulo 16.- Na saúde e na doença, até que a morte nos separe.

Narrador.

Inconformada e pensativa a garota entra no avião acompanhada de suas amigas Lília, Joana, Aline e Nicole, e do seu irmão Matheus. Todos estão tementes ao que virá, menos Alice, ela sabe o que pode vir a acontecer, sabe também que ou ela chega a tempo, ou o tempo chega antes.
A garota se senta na sua poltrona de número 34 que dá para janela e coloca sua cabeça com cuidado no vidro. Chove pouco, nada de se preocupar, mas, a garota se preocupa. Não com a chuva, mas sim com o que virá. Ela quer uma despedida ao menos, melhor, ela quer ele. Sorrido, brincando, chorando, dando uma gargalhada, a protegendo, curtindo, de qualquer modo, ela só quer ele. Molhado, soado, ela quer ele, não importa terceiros, importa os segundos, que é ela e ele.

O tempo passa, e logo o avião pousa na sua cidade natal. Todos desembarcam, pegam o primeiro táxi e vão pro hospital, sem se importar com a quantidade de bagagem que estão levando consigos.

-Olha..-O seu irmão a chama.-Eu vou está aqui, dependendo de qualquer coisa.-Ele olha bem no fundo dos olhos dela.
-Eu sou forte, eu aguento o que é que seja.-A garota mente só na tentativa de esconder sua dor, decepção e medo.
-Todos estaremos.-A Joana disse e acariciou o cabelo da mesma.
-Obrigado a todos.-A garota agradece e sorri fraco.

Logo o táxi para na frente só hospital, um frio na barriga toma a garota, mas, teimosa que ela é, ela se recomponhe, ergue a cabeça e entra no hospital. Segue em direção a recepção e encara a recepcionista morena que está detrás do balcão.

-Em que posso ajudar ?-A mulher pergunta.
-Eu quero informações e o direito de ver Lucas Duarte, ele sofreu um acidente, passou por uma cirurgia, e entrou em coma eu acho.-A garota disse rápido de tão nervosa.
-Calma senhora, Lucas Duarte o nome do paciente é isso ?-A recepcionista já sabia do que se tratava.
-Isso.-A garota afirmou.
-Só um minuto.-A Recepcionista ligou pra sala do médico em plantão e que estava cuidando do caso.-O que a senhora é do paciente ?-A recepcionista perguntou e uma dúvida brotou na cabeça da garota.
-Namorada.-Ela disse e engoliu seco.
-Ata, poderia se dirigir a sala de número 04 por favor ?!-A recepcionista disse e a garota agradeceu e foi chamar o irmão.

Ela caminhava em passos largos a procura da sala de número quatro, o nervosismo contido na garota era parcialmente súbito.
Depois de caminhar um pouco acharam a sala de número quatro, entraram e o médico estava lá, os olhando com aquela cara de "Sinto muito, fizemos o possível."

-Bom dia doutor, me chamo Alice Borella.-A garota estendeu a mão pra cumprimentar o médico e o mesmo a cumprimentou.
-Me chamo doutor Jean. E o jovem Muller eu já conheço.-O mesmo disse e sorriu pro garoto.
-Novidades doutor ?-O Matheus tomou a iniciativa.
-Sentem-se por favor.-O doutor indicou a cadeira e os mesmos sentaram estranhado a tamanha recepção.
-Bem, não sei nem por onde começar..-O médico começou e umas lagrimas já começaram a rolar no rosto da Alice.-Fizemos o impossível pra salvar o jovem, a poucos instantes os pais do garoto esteve aqui, a mãe não aguentou, desmaiou, o pai a pressão baixou, se vocês chegassem minutos antes..-A garota o interrompeu.
-E o que o senhor está insinuando ?-A menina perguntou com muitas lagrimas no rosto.
-O garoto faleceu.-O médico disse e a garota continou calada, parecendo digerir a situação.
-Por que ? Como?-O Matheus foi o primeiro a se manisfestar.
-Não temos a causa concreta, mas, um dos por quês foi a parada cardíaca que o mesmo teve. Sinto muito.-O médico disse e a Alice desandou a chorar.
-Eu não me despedi, eu não pude, eu cheguei tarde demais.-Ela começou a gritar e berrar, parecia que sua dor não teria fim.
-Calma Alice.-O Matheus tentava acalma-lá.
-Calma ? Vá pro inferno, principalmente esses médicos de merda.-A garota gritava.
-Alice, me escuta, ou você se acalma, ou vou te levar pra comunidade.-O Matheus disse olhando no fundo dos olhos.

A garota pensava em como se acalmar. O melhor-amigo-paixão-dela tinha morrido, e ela não se despediu, uma dor tremenda invadia o seu peito, em pensar que não poderia vê-ló novamente.

Ela foi pra sala de espera e chorou, chorou muito. Desandou em chorar, todos choravam, não tinha um ou uma que não chorava.

Depois de ficar um tempo digerindo aquela história ela procurou informações sobre o corpo, e ele já havia sido levado pro funeral e enterro.
Todos saíram dali, e foram direto pra comunidade, e todos já sabiam da morte, os comércios já tinham sido fechados e tudo, estava uma paradise só.

A garota chegou em casa e foi pro chuveiro, e desabou em lagrimas, ela chorou, chorou muito. Depois ela saiu, vestiu seu moletom cinza e se deitou na sua cama. Mas, não durou muito tempo, alguém batia em sua porta.

-Entra.-Ordenou.

Alice narrando.

Muitas coisas passavam em minha cabeça, eu me sentia culpada de alguma maneira, maa , teria de ser assim. Eu teria de aceitar e tocar a minha vida.

A mãe do Lucas apareceu no meu quarto, fiquei surpreendida.

-Posso conversar com você um instante ?-Ela me perguntou.
-Pode sim. Sente-se.-Ofereci meu puff.
-Não, é rápido. O enterro, do Lucas será hoje mesmo, não tenho condições de ficar velando. Ele te amou Alice, muito.-Ela disse e simplesmente deu as costas.

Ouvir aquilo não me ajudou muito, a culpa aumentou mais e mais.

Depois disso eu tomei um banho, todos iam pro enterro. Vesti um vestido no joelho preto, calcei uma sapatilha preta também, fiz um rabo de cavalo e uma maquiagem pra disfarçar as olheiras. E pronto. Perfeito.

Desci estavam todos lá, descomos o morro na van, o pessoal que trabalha pra Nick e pra mim já estava lá, todos já estavam.
O caixão dele estava no meio, como tudo ia ser ao ar livre me senti mais agradável, mesmo com todos olhares voltados a mim. Não demorou muito e os "votos" começaram. Todos falaram, só restou a mim e a Nick.

-Bem, meu amigo, estamos nos reencontrando assim né ? Mas, poxa, poderia ser diferente cara, poderia ser você dando sua gargalhada mais idiota, ou até mesmo me fazendo as cócegas mais mortíferas , mas, poxa, não tinha que ser assim, você não podia me abandonar agora cara.- A Nick desandou a chorar e todos choraram juntos.-Eu te amo, e você sempre será o meu amigo, e agora anjo.

Todos aplaudiram e foi ai que eu senti que era a minha vez.

-Okay, tá legal.. Eu não queria ter que falar isso tudo pra você desta maneira, mas, já que eu não tive direito a despedida vamos nós. Olha, você foi meu melhor amigo, até debaixo daquela chuva toda quando você chegou você foi o meu melhor amigo, e sempre será, me arrependo bastante de não ter ficado e te escutado, se eu pudesse voltar no tempo eu consertaria tudo que errei com você, e agora, eu te quero mais que tudo, mas, agora será eu, mas, não só um "eu" vazio, e sim um eu e você, sim, eu e você, meu novo anjinho.-Disse e desandei a chorar. Joguei uma flor branca e voltei.

****

Já é de noite, as meninas acabaram de falar com o João e foram cancelados o passeio, resolveram deixar pro ano que vem por conta da contabilidade do colégio. Amanhã as meninas e eu, voltaremos pra Fortaleza, ainda não vi minha mãe, o Matheus disse que ela precisou viajar, pois contrataram ela numa cidade meio distante.
Eu odiei, mas aceitei.

Enfim, não sei como será a minha vida daqui pra frente, mas, eu tentarei seguir..

Ladra De Salto. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora