25.

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Capítulo 25.-Eu ia dizer que sinto sua falta, mas você não merece saber.

Rodava. Tudo ao meu redor, girava, ou rodava. Seja lá que diabos aquilo era, de uma coisa sei, bem eu não estou. Meu corpo doía, parecia que um caminhão cheio de blocos acabará de passará por cima de mim, não sinto minhas pernas, minhas barrigas estão totalmente doloridas, e uma dor insuportável invade a minha cabeça, já estou até vendo a hora da minha cabeça se desgrudar do meu pescoço e sair vagando por aí. Olhei ao meu redor e vi o Matheus, o João, a Nicole, o Junior e uns meninos tudo me olhando como se estivessem aliviados, por um momento não me lembrei do que me acontecerá há uns minutos antes, mas, ao me lembrar da velocidade e do impacto que meu corpo causará ao se encontrar nos detalhados chega me dava uma nóia bem louca por dentro de mim. Estranhei quando vi o João com as mãos acaraciando os meus cabelos e sua cara de choro super visível.

-Mas que diabos houve aqui ?-Perguntei. Tentei me erguer, ao menos ficar sentada naquela droga de chão sujo, mas foi impossível, tudo em mim doía.
-Você não se lembra ?-A Nicole perguntou com cara de poucos amigos. Talvez pela presença do Matheus, ou pela minha presença, bem, não entendi muito bem.
-Só me lembro de vir pro pico de manhã, por motivos particulares e aí eu me sentei na pilastra, achei que não existisse perigo se eu não me desequilibrisse, mas, alguém apareceu, disse que eu pagarei com qualquer diabo de pecado que eu estivesse cometido e simplesmente me empurrou, covardemente, mas me empurrou.-Disse ao me lembrar do momento de tensão e medo.
-Mas que diabos!-O Matheus socou a parede e pareceu que doeu muito a mão.
-Ué, só tentaram me matar, nada demais.-Dei de ombros.
-Você está louca Alice ? Tentaram te matar, e você não está nem um pouco aí, mas, você é uma imprestável mesmo, eu nem deveria está aqui.-A Nicole bateu pé e saiu pisando duro.
-O que é que deu nela ?-Perguntei sem entender o mal humor.-Se eu falei isso é por que me cogita quem seja.-E cogitava mesmo, a voz fina, e extremamente insuportável da Carla era totalmente inconfundível.
-Você sabe ?-O João me olhou curioso.
-Sei, mas, não vem ao caso, que diabos você ainda faz aqui ? Pensei que você já tivesse ido pro hotel.-Disse e fiz sinal pra que os meninos me ajudassem a ficar em pé.
-E eu vou, só que na hora em que terminei o café e iria pegar minhas coisas pra ir, ligaram pra sua amiga, minha reação foi ver se você estava bem.-Ele disse com uma cara de "não acredito que você não dá a mínima.-Você estava sem pulso, me preocupei, por mais que não tenhamos nada somos amigos poxa, quase surtei aqui...-O interrompeu.
-Chega chorou.-Revirei os olhos.
-E em vão pelo visto.-Ele deu de ombros e ia se levantar pra ir mas eu o chamei antes.
-Espera, fica.-Disse.-Vamos no posto daqui da comunidade comigo, lá conversamos melhor.-Disse.
-Okay então.-Ele deu de ombro.
-Eu também tenho que conversar com você Alice.-O Matheus se manifestou.
-Ah, eu te ligo pode ser ? Tenho que resolver umas coisas, mas antes eu irei descansar, minha cabeça dói.-Disse e fiz beicinho, e realmente, minha cabeça doía.
-Pode. Levem ela pro postinho, não quero ninguém na cola do João, constatem que ele é da casa.-O Matheus deu a voz e os menor tudo assentiu.

Dali os meninos me levaram ao postinho da comunidade, minha cabeça doía bastante, e meu corpo precisava de cama. O médico logo veio me atender. Ele me indicou uma série de remédios, mas, disse que o impacto do meu corpo contra as telhas aliviou o meu impacto contra o chão, pois, ali não era tão alto, ele colocou uns curativos nos meus ferimentos, e me colocou no soro, daí ele liberou a passagem do João.

-Está melhor ?-Ele me perguntou.
-Sim, estou. E você ?-Perguntei me referindo a ele e a Carla.

Realmente ele e a Carla me afetavam de maneira bastante indireta, eu já admiti e constatei que estou gostando dele, mas, parece que a Carla sente uma doença por ele, e isso pode me afetar diretamente, por que eu sei que foi ela que me empurrou hoje, e sei também que se eu continuar insistindo no João ela não vai parar. E também que um foco sentimental agora me atrapalharia bastante no meu foco, que é comandar minha comunidade, ainda mais que está se espalhando um boato de que a filha do Pedreira (Dono da Penha) voltou, e que ela está afim de destruir o meu poder aqui no complexo a qualquer custo, e isso meu bem, eu não irei deixar passar. Eu irei concluir minha faculdade, me formar, e por final assumir minha comunidade, até meus futuros herdeiros tomar de mim, fora isso, ninguém mexe no que é meu.

-Acho que estou, mas, por que me pergunta isso ?-Ele entendeu o sentido da pergunta, que não era para um bem comum, e sim um bem sentimental.
-A Carla, João, você a viu beijando outro cara, ou não se lembra ?-Expliquei.
-Ah, isso eu resolvo depois, a amo demais e sou capaz de perdoa-lá, por isso estou de boa, além do mais estávamos todos alcoolizados.-Ele deu de ombros e a ingenuidade dele me deixou confusa, não em relação aos meus sentimentos, mas sim a ele, poxa, ele é tão trouxa.
-Quem sou eu pra dizer algo ?-Dei de ombros.
-Pois é gata.-Ele sorriu e eu sorri fraco.
-Impossível eu ser gata nesse estado deplorável.
-Gata de todas as maneiras.-Ele disse e apertou minhas bochechas.-Agora tenho que ir gata, o pessoal está me esperando no hotel pra irmos pro negócio da física.-Ele fez uma careta de nervoso e eu ri.
-Ata, olha, que tal vir pra cá 16h, ver o sol se pôr, eu curto muito fazer isso, ai depois vamos pra pista andar de skate um pouco.-O convidei mesmo sabendo que se a Carla nos visse uma ameaça começaria, e uma batalha também.
-Opa, demorou. 16h tô aqui.-Ele animou.-Fica melhor gata.

Ladra De Salto. [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora