Cap.5 - Confusa

541 26 0
                                    

Alice repreendia os que ainda me zuavam, fui ganhando espaço ao lado dela e assim aprendendo a me impor e futuramente manipula los.
Descobri por acaso que Alice era evangélica, e que saber mais sobre a religião, pois em casa minha mãe me obrigava a seguir os passos dela de cristã, dentro e fora da igreja.
A medida que ia aprendendo sobre a religião, muitos "porquês" surgiam, mas nem sempre Alice sabia me responder, então deixei quieto.
Em casa meus horários eram restritos e os estudos vinham em primeiro lugar, meu lazer ficava por conta dos meus vizinhos e primos, bricavamos de tudo, era maravilhoso, mas sempre minha mãe estragava me chamando, ela era muito rígida comigo, me batia constantemente por nada, nunca me dei bem com ela porque as vezes parecia que ela estava com um ódio mortal de mim.
Lembro me que eu estava com mais ou menos 10 anos, estava brincando no fundo da casa de minha irmã Carla, não ouvi ela me chamar, quando cheguei em casa do nada ela gritou comigo e logo em seguida me puxou pelos cabelos, me arrastando para a lavanderia, me lançou no chão desferindo palavrões, não entendia o porque de tanta agressividade até ela dizer que eu tinha que vir quando ela chamasse, eu chorava de ódio porque não tinha feito nada de errado, ela me levantou puxando uma das minhas orelhas, me escorou no armário me xingando novamente, me empurrou contra o mesmo e saiu, logo em seguida voltou com o cinto que meu pai fez de borracha de pneu para espantar os animais que entravam dentro de casa, ela me bateu até cansar abriu a porta e antes de sair disse que queria que eu lavasse todas as minhas roupas como punição, me sentei no chão me sentindo tão suja quanto aqueles palavrões, chorei muito, não pelos meus machucados, mas sim de ódio.
Lavei todas as minhas roupas mesmo sem saber, nunca tinha lavado antes, entrei dentro de casa assustada e de cabeça baixa, ela estava com o meu pai na sala, percebi que ela bufava de raiva e eu nem sabia o porque de tanta raiva, passei por eles, já estava quase entrando em meu quarto quando ela me perguntou algo, e eu parei de costas não entendendo a pergunta, estava com medo de perguntar novamente e irrita lá, ela se alterou com o meu silêncio e perguntou novamente aos berros: _você já terminou com o seu serviço?, timidamente eu disse: _sim!, ela gritou dizendo: _quando eu falar com você, você se vire para mim!, me virei e disse: _sim!, a encarei com lágrimas nos olhos, e sai correndo para o meu quarto, meu pai permanecia em silêncio, até ela se levantar e dizer alto: _vou ensinar ela a "correr" de mim quando eu falo, ela vai me respeitar na base do cinto. Meu pai rapidamente se levantou e entrou em sua frente alegando que já era o suficiente, que eu já tinha entendido, pela primeira vez meu pai se manifestou me defendendo.

AdotadaOnde histórias criam vida. Descubra agora