Cap.10- Escute o silêncio

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  Aos 12/13 anos me portava como um menino, talvez pelo fato de passar mas tempo com eles, visto que as meninas me achavam "meio bruta".Era uma mescla muito louca, olhando de forma grosseira, aparentava ser uma garota normal até mesmo fútil, com longos cabelos soltos ou presos por laços, vestes de boa qualidade cheia de detalhes, claro que nada disso me importava, o que me importava mesmo era saber se alguém de fato naquela família gostava de mim de alguma forma, sem ser por aparecia ou por o que os outros diriam, sem se importar com o sangue ou os bons costumes que minha mãe promovia com longos discursos que nem ela mesma seguia.
   Nesse tempo de grandes transformações acontecera algo que, nem eu no meu mas profundo medos pudesse imaginar, fui violentada no decorrer de um ano, por meus próprios "primos", com os quais eu creci e confiava, não entendia ao certo que era estupro ou a tal da virgindade relacionada a honra e aquele um monte de balelas escrotas, fui entender isso em uma aula sobre o corpo humano e sexualidade, enquanto a professora me chamava atenção por estar atônita, quando me fazia perguntas sobre o assunto, óbvio que não soube responder nada, nem mesmo em chutes como muitos de minha sala fazia.
  Nunca gostei do jeito que me tocavam inapropriadamente ou grosseiramente, mas ambos eram mais velhos, sabiam como levar "no papo" ou a força mesmo, quando digo  "no papo" quer dizer que eles ja sabiam que, minha mãe me privava sobre o assunto nem mesmo beijos em novelas eu via, ela achava que eu não estava pronta para saber.
  Por diversas vezes tentei dizer o que acontecia, mas quem acreditaria no que eu dizia?
Logo eu a garota que se misturava com os meninos por que queria "ser um", logo eu tão simpática e sorridente, logo eu tão "esperta".
   É como um deles dissera uma vez...
  "Quem vai acreditar em você, somos homens e podemos tudo aqui".
  Claro! O pior era que ele estava coberto de razão, minha família além de sexista era machista, me perguntava todos os dias quando aquele inferno pararia, parou quando me descobri forte, quando eu no meu absoluto silêncio descobri que eu era bem mais do que eles imaginavam.

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