Capítulo 5

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Do quarto, Derek e Bromley já podiam ouvir o som da música animada e dos burburinhos que vinham do salão. Um criado anunciou que Odette já estava presente e Uberta exigia que ele não se demorasse.

– Acho que essa é a sua deixa! – riu o amigo.

Bromley estava sentado na cama, enquanto Derek olhava seu reflexo no grande espelho. De fato, ele havia mudado muito. Seu corpo antes magro, agora possuía músculos fortes e rijos, devido ao treinamento no qual estivera envolvido. Havia aprendido a esgrima, a arte de atirar com arco e flecha entre tantas outras coisas. Em dois anos, Derek ocupou a mente com tudo que poderia tirar Odette e o casamento de sua cabeça.

– Está bonito, meu amigo – brincou Bromley e deu-lhe uma cotovelada.

Derek sequer tinha ouvido seus passos se aproximando, distraído com os próprios pensamentos.

– E quem está preocupado com isso? – respondeu tentando aparentar desdém e, ajeitando a capa, rumou até a porta. Desceu e encontrou a prima Maggie ao pé da escada. Ela usava um lindo vestido purpura e seus cabelos estavam adornados por presilhas com pedrinhas cintilantes.

Olhou de soslaio para o amigo que parecia fascinado com a imagem da bela moça. Sorriu de canto e cutucou-o. Maggie riu para os dois e estendeu a mão para Bromley, mas sem tirar os olhos do príncipe.

– O salão está cheio e me parece que sua princesa já chegou – anunciou com uma nota de deboche.

Depois de ouvir Derek desdenhar de Odette por tanto tempo e vê-lo se afastar sem parecer se importar em ficar longe dela, Maggie se permitiu certa confiança em si mesma. Ela sabia que era muito bonita e Odette não poderia jamais vencê-la nesse quesito.

– Vamos, Bromley – Maggie puxou-o para que ambos adentrassem o salão.

Assim que os dois se foram, em seguida Derek atravessou as grandes portas. Muitos voltaram seus olhares para o príncipe, pois ainda não o tinham visto depois do retorno. William parou de dançar e girou a filha para que ela fitasse o jovem. Odette sorria, mas, assim que seus olhos se encontraram com os de Derek, ela comprimiu os lábios e prendeu a respiração. Do mesmo modo, ele pareceu ter ficado sem ar.

Segundos se passaram, onde só se ouviam os sons das respirações dos que estavam ali presentes, até que o príncipe criasse coragem de seguir até Odette.

Caminhou com passos firmes até ela, sob os olhares curiosos dos demais. Saudou William e Odette como mandava a etiqueta e depois voltou-se apenas para a princesa. Com um sorriso de canto e os olhos verdes cravados nos dela, ele fez o convite.

– Me daria a honra dessa dança, princesa?

– Claro – Odette concedeu, sorrindo debilmente.

Ele tomou a mão dela e enlaçou sua cintura. Mesmo nervosa e trêmula, como ele provavelmente pôde senti-la, ela manteve a cabeça erguida e não deixou de encará-lo. Derek não se surpreendeu com isso, pois Odette nunca fora uma dama tímida e boba como as outras. Aliás, ele estava impressionado. Da condição de patinho feio, Odette transformara-se num verdadeiro cisne.

– Princesa, você está linda! – disse com fascínio.

Odette sorriu. Derek também havia mudado. Não que ele não tivesse sempre sido lindo. No entanto, agora estava mais maduro e viril.

– Obrigada – agradeceu. – Você também está muito bonito.

Derek inspirou o perfume que Odette exalava. Ele estava encantado por ela e queria sair de perto de todas aquelas pessoas que não conseguiam disfarçar o interesse pelo que se passava entre eles.

Como Um Cisne (FANTASIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora