Capítulo 12

1K 141 379
                                    

No obscuro castelo de Rothbart, havia um calabouço, como não poderia deixar de existir numa construção tão antiga. Foi lá que ele prendeu Odette. Não havia janelas e a única luz de que ela dispunha vinha de uma vela que ele mantinha acesa.

Odette tinha seu longo pescoço de cisne envolvido por uma corda amarrada a um ferro preso à parede. Durante aquele tempo, tentou se libertar. A corda era bem grossa, mas ela não iria desistir. Não podia desistir. Desistir era como abrir mão de Derek e de seus sonhos, o que ela nunca faria.

– Oh, Odette querida, não fique tão triste – debochou Rothbart.

Odette sequer o olhou. Como poderia haver no mundo um ser tão desprezível como ele? Nunca imaginara que pudesse existir tanta maldade em uma pessoa.

– Você estará no baile esta noite! Bem... não exatamente você, mas não importa, Derek nem irá notar a diferença!

Odette não conseguiu evitar as pequenas gotas que caiam de seus olhinhos.

– Não, Odette, não chore! – pediu como se realmente se importasse com ela. – Veja, serei bonzinho com você – disse Rothbart. – Confiarei em você e sequer irei trancá-la!

Odette sabia que ele estava tentando provocá-la. Mesmo que ela não ficasse trancada, como se libertaria das cordas?

– Bom, eu tenho uma festa para ir, com licença – disse e inclinou-se de modo zombeteiro.

Odette ficou sozinha, imaginando Maggie em seu lugar. Será que Derek não notaria diferença alguma? Ela queria acreditar que ele sentiria, mas ela o conhecia bem e sabia que o príncipe não era apegado a detalhes, além de ser um homem enérgico. Na ânsia de se declarar, ele acabaria prometendo seu amor à pessoa errada.

Aquela noite, Odette lutou com todas as forças. Tentou todas as maneiras de se libertar, mas não havia nada que pudesse fazer. E, a cada segundo que imaginava Derek sendo enganado, ela sentia seu coração ainda mais angustiado.

Enfim, algo completamente inesperado aconteceu e Odette sentiu-se envolvida por aquelas luzes que ela tanto conhecia. Sentiu as cordas que a prendiam arrebentarem. Mas não estava no lago e sob a claridade da lua então como podia ter voltado à forma humana?

Talvez Derek afinal não tivesse se declarado para a pessoa errada, pensou. Essa era a única explicação para que tivesse assumido sua forma verdadeira.

Sem perder tempo, Odette sorriu e disparou para fora daquele lugar horrível. As luzes do céu iluminaram o caminho escuro e ela seguiu sua trilha. Olhou para cima e rodou livremente com os braços abertos. Estava livre! Livre daquele corpo que não era dela.

Então a princesa parou e naquele momento ela o viu. Céus, ela o viu e foi como se tivesse tido a melhor visão do mundo. Derek estava ali, parado à sua frente e ele era tudo que ela desejava.

Odette correu para ele e o abraçou com força como se não quisesse mais soltá-lo e ele correspondeu, mas havia algo completamente estranho naquele abraço.

– Eu sinto muito, Odette, sinto muito – ele sussurrou, seus ombros sacudiam e ela pôde sentir o seu choro aflito.

– Por que, Derek? – ela segurou o rosto dele e olhou-o em dúvida.

De repente, Odette sentiu-se muito fraca e foi como se não fosse mais capaz de sustentar o peso do próprio corpo. Ela caiu nos braços de Derek que segurou-a com firmeza.

– Eu sinto muito, Odette, sinto muito – repetiu com tristeza. – A minha promessa de amor era para você...

– O quê...

Como Um Cisne (FANTASIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora