Capítulo 29

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Rafael

Já recuperei quase toda a minha memória e fico pensando, procurando respostas para o que mais me atormenta: porque eu terminei com a Talita? Ela ficava todos os dias, o dia inteiro comigo. Mas, excepcionalmente hoje, no dia que receberei alta, ela tem um trabalho e precisará se ausentar na parte da manhã. Todo momento que estou longe dela me sinto mal, me sinto vazio. Ela me completa, em todos os sentidos. A nossa história é tão linda, ela é tão linda. Eu sei exatamente o que quero para o resto da minha vida.

Estava aflito, pois já se passava um bom tempo sem a Talita, quando o médico bate na minha porta e anuncia que tenho visita, sabia que não era a Talita, pelo horário, mas não consegui evitar a vontade de que fosse. E não era.

Era uma pessoa que eu não guardava boas lembranças, apesar de o considera-lo amigo. Ele me ajudou muito quando procurava o que a Talita fazia, mesmo que tivesse parado, depois de um tempo. Acho que eu era insistente demais nessa busca por ela.

Ele entrou e me cumprimentou, perguntou como eu estava e, antes de eu responder, já foi falando:

- "Sei que você não se lembra de tudo, mas você tem que lembrar que a culpada desse acidente foi a Talita. Ela falou atrocidades pra você antes do acidente e agora só está te acompanhando porque se sente culpada. Ela tem dó de você. Eu sei que você a ama, mas não pode se permitir ficar nessa situação, ela não te merece".

Quando ele disse isso, passou um filme na minha cabeça, não lembrava ao certo, mas sabia que tinha falado com ela, mas não era nada pesado. Talvez eu não tivesse lembrado de tudo. Não segurei o choro, ela não me amava. Estava por dó, por culpa.

Talicks - DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora