Ficamos abraçadas por um bom tempo e tudo estava bem sereno já, quando ela começou a falar:
- "Eu falei com meu irmão e ele disse que fez isso porque te ama e acredita que você não o ama mais, que você estava com ele por culpa. Ele não quis te afastar porque estava com raiva de você, e sim porque te ama muito e quer que você seja feliz. Ele tinha acreditado no Yago, que disse isso pra ele, mas acho que ele percebeu que eu quem estava falando a verdade. Não suma Ta, por favor. Não saia assim, não vá embora. Não fuja".
- "Eu não iria fugir, até porque pensava que ele estava com raiva de mim e, ele poderia não querer ficar comigo, mas tinha que não sentir raiva. Eu o amo e quero que saiba disso. A gente passou por muitas coisas, você sabe, e por mais doloroso que tenha sido, ficarmos juntos compensaria tudo. Eu preciso dele, Ju. Eu estava aqui só pensando o que eu faria, como viveria minha vida sem ele. Sem o seu sorriso, sem seu olhar, seu toque. E, juro, não consegui chegar a nenhuma resposta. Eu preciso que ele me perdoe".
- "Bom, o Yago foi falar com ele depois que eu saí, mas a gente não pode deixar com que ele caia nessa papo dele. Ele tem que entender que não tem nem sentido isso que ele disse e que você jamais faria isso. No fundo, ele sabe, ele te conhece"
Fomos interrompidas pelo toque do celular da Ju. Eram seus pais, falando que levariam o Rafa para casa. A Ju explicou onde estávamos e eles passariam para nos pegar, tentei negar a carona, mas não tinha como negar algo para essas pessoas tão especiais para mim. Eu iria vê-lo, longe daquele hospital. E por mais que ele talvez ainda não quisesse me ver, saber que ele já estava melhor e, possivelmente, feliz, me deixava feliz.
