O ar pareceu pesar sobre mim, como se estivesse me comprimindo, e assim, meus pulmões.
"Ah, ele..." Tentei formular, ainda que me faltassem palavras. Por favor, outro não. "Foi ao banheiro." Me virei, forçando um sorriso.
"Sem problemas, então." As garotas sorriram.
"Pode deixar que eu tiro a foto." Eu disse, caminhando em direção a ela, que agradeceu.
Forçando minhas mãos a não tremererem tanto, eu tirei a foto, e assim, as garotas foram embora. Só então eu pude mostrar o quanto estava nervosa com aquela situação.
"Cade o Paul?!" Sussurrei, mas demonstrando o nervosismo por trás.
"Ele estava ali agora mesmo..." Flake disse, olhando em volta.
"Eu disse. Eu disse que não era uma boa ideia." Doom chacoalhou a cabeça.
"O que ta acontecendo aqui? Richard?" O olhei nos olhos, mas ele os desviou, então olhei para Ollie. Este, olhava em volta, igual a Flake.
"Nos desesperar não vai ajudar em nada." Richard disse. "Esse lugar é enorme, olhem a quantidade de gente que tem aqui. Eles só se perderam e nós estamos um procurando pelo outro desde o começo da noite."
"Pensei que o Flake fosse dar a explicação mais lógica." Doom disse, com ironia. "Vocês não estão enxergando? Esse lugar..."
"Christoph, cala a boca." Flake suspirou. "Certo. Vocês dois," ele apontou para mim e Doom, "ficam aqui. Eu, Richard e Oliver vamos procurar. Paul e Till não devem ter ido longe..."
Richard me olhou, fazendo que sim, mas gesticulou para que eu o seguisse, me levando uns passos para longe deles e segurando meu ombro.
"O Doom ta com medo. Não escute o que ele vai dizer, e toma conta pra que ele não surte." Ele sorriu.
"Ele não vai fazer nada." Sorri de volta.
"Nós voltamos logo." E então eu fiz que sim.
"Vamos?" Flake chamou.
Richard me deu outro sorriso e saiu andando com Ollie e Flake, enquanto eu voltei para o lado de Doom.
"De nada adianta. Quantas vezes já fomos procurar?" Doom disse, pegando minha mão e me puxando até a entrada do banheiro, onde havia uns bancos, e então nos sentamos. "Não faz sentido, Liese. Você acredita em mim, certo?"
"Schneider, não faz sentido..." Suspirei. "Essas coisas não existem."
Doom olhou para longe, parecendo magoado.
Eu e ele sempre tivemos uma amizade muito boa. Ele é uma criança presa em um corpo de adulto. Está sempre brincando, ou provocando. Ás vezes perturbando um dos meninos, só pra nos render algumas risadas. Juntando ele, Paul, e Ollie... Bom, eles são a alegria em todos os tours. Christoph Doom Schneider, ou minha querida Frau Schneider, apelido que ele odiava. Ele sempre me tratou como uma irmã mais nova, mas a esposa dele me tratava como uma filha, o que eu adorava.
Ele se encostou no banco e respirou fundo.
"Está bem." Fez que sim. "Eu vou esquecer que Lindemann desapareceu e não o encontramos até agora. Paul estava bem debaixo do nosso nariz e de repente boom! sumiu. Quem vem agora? Flake? Oliver? Richard? Eu? Ou você? Lembra-se do que falei? Sobre os assassinatos? Espíritos podem não existir, mas assassinos sim."
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Stein um Stein
FanfictionComo uma festa deixa de ser mais uma comemoração inofensiva, para se tornar o pesadelo da garota que convive com a banda mais perversa do mundo? É quando seus seis companheiros fiéis a deixam, que ela começa a desconfiar de que, sim, existe algo de...