Stein um Stein

Sechs.

Por cinco minutos eu fiquei sentada dentro daquele carro olhando para todos os lados. Por cinco minutos tudo o que eu ouvia era a minha respiração pesada devido ao medo. Eu nunca fui de me assustar tão fácil, mas esse era o terceiro desaparecimento em uma noite, e depois de ler e ouvir coisas sobre um possível assassino naquela área... As coisas pareciam se juntar de alguma forma, como um grande quebra-cabeças na minha mente.

Não havia como Oliver sumir. Estávamos só os dois naquele ponto da estrada, e até agora eu não havia visto nenhum outro carro. Mesmo que eu estivesse tagarelando enquanto trocava o pneu, seria impossível que alguém simplesmente pegasse o Ollie e sumisse do nada, sem barulho e sem rastros. Nada mais fazia sentido, e eu não conseguia encontrar qualquer coisa que fosse fazer melhorar a situação.

Meu coração batia tão rápido que eu tinha a sensação de estar sendo esmurrada por dentro, meus pulmões pareciam queimar, e minha mente girava. As mãos tremiam e eu tinha vontade de chorar, mas não conseguia. E então eu fiz a única coisa que conseguia: busquei meu celular e disquei o número do Richard.

"Onde estão?" Ele perguntou, assim que atendeu.

"R-Richard... E-eu... O Ollie... Ollie sumiu."

"O que?!"

"Ele su-"

"Liese, onde você ta?"

"Na estrada. Parada."

"Você tem que vir pra cá agora. Consegue dirigir?"

"Eu... Eu não sei, Richard."

"Você tem que tentar, okay? Você sabe como fazer. Só vem pra cá."

"Ta bom. Ta bom." Fiz que sim, colocando o celular no banco do passageiro e, com minhas mãos tremulas, eu busquei pela chave. Respirei fundo e a girei, ouvindo o barulho do motor.

Por uns instantes eu não consegui sair do lugar; sentia como se estivesse abandonando Oliver no meio do nada, mas o que mais eu poderia fazer? Ele não havia voltado depois de todo esse tempo, e eu não tinha ideia do que estava acontecendo.

Acelerei, soltando a embreagem e sentindo o carro se mover lentamente. E então, apertando o volante, soltei o pé no acelerador. A única coisa que sabia era que precisava, imediatamente, ver o Richard.

Ao mesmo tempo em que eu sentia vontade de chorar, eu gritava pra mim mesma que precisava ser forte e aguentar até chegar lá. Do contrario, eu acabaria parando o carro no meio do nada, e só de pensar nisso já sentia um nó no estômago.

Ver as luzes da grande estrutura metálica da montanha russa se aproximando me fez respirar fundo. Não era alivio total, mas era quase. Algo difícil de se explicar, mas eu sabia que tudo ia ficar melhor assim que eu visse o Richard, só que ao mesmo tempo... Ele não poderia trazer os meninos de volta em um piscar de olhos, poderia? Por que depois do que aconteceu com Oliver, estava claro que havia algo muito errado nesse lugar.

A estrada parecia nunca mais acabar, e quando finalmente eu entrei no estacionamento do parque e vi Richard e Flake parados, as lágrimas começaram a cair descaradamente. Não tentei nem estacionar o carro direito, só o parei em qualquer lugar e desci correndo, me jogando nos braços do Richard e chorando.