Sieben.

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Richard não atendia, nem Ollie, Paul ou Doom. Eu e Flake ficamos ligando até a bateria dos dois celulares chegarem a um nível critico, e então ele disse que era melhor ir procurar, do que ficar ligando e acabar com dois celulares desligados. E então desta vez fomos os dois andando pela festa, parando ás vezes para tirar fotos com quem pedia, mas nos mantendo atentos.

"Onde estão os outros rapazes?" Um garoto perguntou.

"Estão dando uma volta pela festa, logo você tromba com um deles." Flake forçou um sorriso, antes de segurar meu braço e continuar a andar.

"Já passa das duas horas." Eu sussurrei, mas ele não me deu atenção, então soltei um longo suspiro e continuei a andar.

Aos poucos a festa foi esvaziando, e os seguranças tirando as últimas pessoas que restaram, bêbadas demais para conseguir sair. Depois que tudo ficou calmo e em silêncio, e nós dois éramos os únicos ali, eu me sentei no chão e cobri o rosto com as mãos.

"O que vamos fazer?" Perguntei, tentando não chorar na frente dele.

"Vamos ficar calmos." Ele se sentou do meu lado.

Olhei em volta; o lugar agora estava totalmente deserto. Copos, papeis... Tudo espalhado pelo chão. Não tinha sobrado quase nada na mesa das comidas, menos ainda qualquer tipo de bebida. Eu sabia que nós todos teríamos que voltar no dia seguinte pra arrumar tudo aquilo, mas... Voltar com quem, se todos eles desapareceram? Olhei pro lado e agradeci por, pelo menos, Flake estar ali. Não queria nem imaginar como seria se eu estivesse sozinha, e mesmo que ele não gostasse de mim como os outros cinco gostam, ele ainda era família.

"Nós vamos achar eles." Flake balançou a cabeça positivamente.

"Ta bem." Respirei fundo, antes de dar uma olhada pra ele.

Christian Flake Lorenz. O cara mais antipático que eu conhecia. Sua mania de perfeição, e seu descaso por muita coisa eram irritantes, mas sua inteligência e praticidade compensavam. Ele era educado, porém frio, rude. Era um amor com os fãs, com desconhecidos, mas quando estava com amigos ou família, ele mostrava sua verdadeira face. Não que ele não fosse gentil, mas é que ele não tinha jeito com as pessoas. Menos ainda comigo.

"O que eu te fiz?"

"O que?" Ele perguntou, confuso.

"Seja honesto, você não gosta de mim." Forcei um sorriso, como que pra dizer que entendia e não tinha problemas.

"Ora, eu..." Ele olhou pros lados, sem graça. "Por que isso agora?"

"Não tem o que fazer, Flake. Temos que esperar amanhecer pra procurar eles. Estamos sozinhos, coisa que nunca acontece. E então, o que eu te fiz?"

A história de como eu me tornei parte daquela família era muito simples: quando Richard entrou na Alemanha Ocidental, ele precisava de uma casa para ficar. Então ele conheceu meus pais, e acabou ficando em casa. Logo ele se mudou, mas não deixava de visitar, se apegando muito a mim, que ainda era um bebê. Mesmo depois de se mudar, criar o Rammstein com Oliver e Schneider, ele ainda mantinha contato. Então quando meus pais morreram, ele me levou para morar com ele, o que significava conviver com os outros cinco, e estar na estrada com eles durante os shows. Todos eles se davam muito bem comigo, menos Flake, que tentava se manter longe de mim o máximo que podia quando era pequena. Till me dizia que ele não tinha jeito com crianças. Porem, conforme os anos foram se passando, eu percebi que não poderia ser só isso. Eu cresci, e mesmo que ele conversasse ou ficasse perto de mim, ainda havia uma certa hostilidade.

Stein um SteinOnde histórias criam vida. Descubra agora