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Laura

Ficamos em silêncio por um momento banhados pela escuridão. Estou ofegante em virtude do pior pesadelo da minha vida. Nem quando estive presa naqueles lugares,  tive um pesadelo tão horrível.

— Como entrou aqui? — Quebro o silêncio ainda um pouco trêmula. Mesmo na dificuldade de enxerga-lo, consigo sentir seus olhos presos aos meus. Ele não responde minha minha pergunta, me fazendo soltar um ar de frustração.

— Por favor, não seja assim. Me responda! — apoio os meus cotovelos na cama aproximando-me ainda mais dele. — Como conseguiu entrar aqui se me entregou a chave? — o seu modo de agir, confunde totalmente a minha habilidade de discernir.

— Destruí  a fechadura com o meu silenciador — ele responde calmamente erguendo sua arma que brilha na escuridão. — Você estava gritando. Pensei que alguém estivesse  aqui dentro. — ele para de falar e se levanta.— O que ele diz me deixa sem palavras. Ele realmente está preocupado comigo?

— Tive um pesadelo horrível.

— Eu percebi. Isso é comum depois de um trauma. — ouço seus passos e de repente sou surpreendida com a claridade da luz se acendendo. Fecho meus olhos com as mãos, tentando me adaptar a claridade repentina e assim que coloco meus olhos sobre ele, engulo em seco e paro de respirar por um momento.

Dan Walker está de banho tomado ostentando uma camisa lisa e apertada que envolve o seu corpo alto, ligeiramente forte e calça de linho preta aparentemente cara. A manga da camisa está na altura do cotovelo e ele olha para o relógio casualmente enquanto, com a outra mão, segura sua arma automática de forma natural, como se fizesse parte dele. O que mais me impressiona são os seus olhos. Não havia reparado que eles eram tão claros. Talvez não tive tempo para isso em virtude a tudo que passamos.

— Já passa das dez. Precisamos comer algo! — ele ergue seu rosto e quando me vê, percebo que os seus olhos passeiam descaradamente em cada centímetro do meu corpo.

Olho para baixo e só então me dou conta de que estou apenas de calcinha e sutiã. No susto, pego o travesseiro e tento me cobrir, já que estou sobre o edredom. Meu coração dispara e a sensação que tenho é que ele está me despindo apenas com seus olhos.

— Eu preciso me vestir. — Ele comprime a mandíbula soltando o ar pesadamente.

— Não deveria dormir usando roupas íntimas sabendo que corremos o risco de  fugir a qualquer momento.

— Eu estava cansada e não acredito que alguém esteja nos seguindo. — seus olhos descem novamente para a curva das minhas pernas que estão expostas.

— Depois do que passou, achei que tivesse aprendido. Você ainda não está em sua casa. Aprenda!

— Não seja estupido comigo. Eu apenas me senti exausta e não há motivos para você me alarmar dessa forma.

— Eu te ajudei. Se quer que eu continue te ajudando, seja cautelosa! — seu tom de voz é de advertência e eu engulo em seco tentando reprimir uma súbita vontade de chorar. Sim. Sempre que sinto raiva tenho vontade de chorar.

— Sei que estou sendo um fardo para você e reconheço que você me ajudou. Mas daqui, eu posso seguir o meu caminho. Amanhã farei algumas ligações e sei que alguns amigos poderão me ajudar. — ele ergue as sobrancelhas.

— Você não tem amigos nem parentes próximos. Se está se referindo aos seus colegas de trabalho, porque tem tanta certeza que eles te ajudariam? — me levanto ainda com o travesseiro pressionando o meu corpo, aproximo-me dele e encaro-o com um olhar desafiador.

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